Resumos
O objetivo deste estudo foi construir e buscar evidências de validade para uma escala de afetos positivos e negativos (EA). Participaram 853 universitários do sul do Brasil (57% mulheres) com idade média de 21 anos (DP=3). Os resultados da análise de eixos principais mostraram uma solução bifatorial. O primeiro fator apresentou eigenvalue de 5,1, explicando 25,6% da variância total, e o segundo fator, com eigenvalue de 2,6, explicou 12,8% da variância total. A consistência interna da escala foi de 0,83 para afetos positivos (AP) e 0,77 para os negativos (AN). Foram realizadas correlações entre AP e AN para verificar evidências de validade convergente da EA com a PANAS. Observaram-se altas correlações de AP (r=0,73) e AN (r=0,74). AP apresentou correlações positivas com satisfação de vida, esperança, otimismo e autoestima, enquanto AN apresentou correlações negativas com essas variáveis. Conclui-se que a EA apresentou evidências de validade de construto e propriedades psicométricas adequadas.
Afetos positivos; Afetos negativos; Bem-estar subjetivo; Psicometria
The aim of this study was to construct a positive and negative affect scale (AS) and to search for validity evidence. The participants were 850 undergraduate students from southern Brazil, 57% female, with a mean age of 21 years (SD=3). A factor analysis extracted two factors: positive affect (PA) and negative affect (NA). The first one presented an eigenvalue of 5.1 explaining 25.6% of the total variance; the second factor presented an eigenvalue of 2,6 explaining 12.8% of the total variance. The internal consistency for PA was .83, and .77 for NA. High correlations between the two factors of the AS and PANAS were observed: .73 for PA and .74 for NA. It was also observed that PA had positive correlations with life satisfaction, hope, optimism, and self-esteem while NA presented negative correlations with those variables. These results indicate evidences of construct validity and appropriate psychometric properties.
Positive affect; Negative affect; Subjective well-being; Psychometrics
El objetivo de este estudio fue construir y buscar evidencias de validez para una escala de afectos positivos y negativos (EA). Participaron 853 universitarios del sur de Brasil (57% mujeres) con edad media de 21 años (SD=3). Los resultados de análisis de ejes principales mostraron una solución bifactorial. El primer factor presentó eigenvalue de 5,1 explicando 25,6% de la varianza total. El segundo factor con eigenvalue de 2.6 explicó 12,8% de la varianza total. La consistencia interna de la escala fue de 0,83 para afectos positivos (PA) y 0,77 para los negativos (NA). Fueron realizadas correlaciones entre AP y AN para verificar evidencias de validez convergente entre EA y PANAS. Se encontraron correlaciones altas de AP (0,73) y AN (0,74). AP presentó correlaciones positivas con satisfacción con la vida, esperanza, optimismo y autoestima, mientras que AN presentó correlaciones negativas con estas variables. Se concluyó que la EA presentó evidencias de validez de constructo y propiedades psicométricas adecuadas.
Afectos positivos; Afectos negativos; Bienestar subjetivo; Psicometría
ARTIGOS
Desenvolvimento e validação de uma escala de afetos positivos e negativos
Development and validation of a positive and negative affect scale
Desarrollo y validación de una escala de afectos positivos y negativos
Cristian ZanonI; Micheline Roat BastianelloII; Juliana Cerentini PacicoIII; Claudio Simon HutzIV
IUniversidade São Francisco, Itatiba, Brasil
IIUniversidade Federal do Rio Grande do Sul, Porto Alegre, Brasil
IIIUniversidade Federal do Rio Grande do Sul, Porto Alegre, Brasil
IVUniversidade Federal do Rio Grande do Sul, Porto Alegre, Brasil
Contato com os autores
RESUMO
O objetivo deste estudo foi construir e buscar evidências de validade para uma escala de afetos positivos e negativos (EA). Participaram 853 universitários do sul do Brasil (57% mulheres) com idade média de 21 anos (DP=3). Os resultados da análise de eixos principais mostraram uma solução bifatorial. O primeiro fator apresentou eigenvalue de 5,1, explicando 25,6% da variância total, e o segundo fator, com eigenvalue de 2,6, explicou 12,8% da variância total. A consistência interna da escala foi de 0,83 para afetos positivos (AP) e 0,77 para os negativos (AN). Foram realizadas correlações entre AP e AN para verificar evidências de validade convergente da EA com a PANAS. Observaram-se altas correlações de AP (r=0,73) e AN (r=0,74). AP apresentou correlações positivas com satisfação de vida, esperança, otimismo e autoestima, enquanto AN apresentou correlações negativas com essas variáveis. Conclui-se que a EA apresentou evidências de validade de construto e propriedades psicométricas adequadas.
Palavras-chave: Afetos positivos, Afetos negativos, Bem-estar subjetivo, Psicometria.
ABSTRACT
The aim of this study was to construct a positive and negative affect scale (AS) and to search for validity evidence. The participants were 850 undergraduate students from southern Brazil, 57% female, with a mean age of 21 years (SD=3). A factor analysis extracted two factors: positive affect (PA) and negative affect (NA). The first one presented an eigenvalue of 5.1 explaining 25.6% of the total variance; the second factor presented an eigenvalue of 2,6 explaining 12.8% of the total variance. The internal consistency for PA was .83, and .77 for NA. High correlations between the two factors of the AS and PANAS were observed: .73 for PA and .74 for NA. It was also observed that PA had positive correlations with life satisfaction, hope, optimism, and self-esteem while NA presented negative correlations with those variables. These results indicate evidences of construct validity and appropriate psychometric properties.
Keywords: Positive affect, Negative affect, Subjective well-being, Psychometrics.
RESUMEN
El objetivo de este estudio fue construir y buscar evidencias de validez para una escala de afectos positivos y negativos (EA). Participaron 853 universitarios del sur de Brasil (57% mujeres) con edad media de 21 años (SD=3). Los resultados de análisis de ejes principales mostraron una solución bifactorial. El primer factor presentó eigenvalue de 5,1 explicando 25,6% de la varianza total. El segundo factor con eigenvalue de 2.6 explicó 12,8% de la varianza total. La consistencia interna de la escala fue de 0,83 para afectos positivos (PA) y 0,77 para los negativos (NA). Fueron realizadas correlaciones entre AP y AN para verificar evidencias de validez convergente entre EA y PANAS. Se encontraron correlaciones altas de AP (0,73) y AN (0,74). AP presentó correlaciones positivas con satisfacción con la vida, esperanza, optimismo y autoestima, mientras que AN presentó correlaciones negativas con estas variables. Se concluyó que la EA presentó evidencias de validez de constructo y propiedades psicométricas adecuadas.
Palabras clave: Afectos positivos, Afectos negativos, Bienestar subjetivo, Psicometría.
Afetos positivos e afetos negativos são caracterizados como a intensidade e a frequência com que as pessoas vivenciam emoções (Lyubomirsky, King, & Diener, 2005). Indivíduos com altos escores de afeto positivo experienciam episódios intensos e frequentes de prazer. Eles se consideram alegres, entusiasmados e confiantes. Diferentemente, sujeitos com altos níveis de afeto negativo experienciam, repetidamente, episódios intensos de desprazer. De forma geral, essas pessoas percebem-se como tristes, desanimadas e preocupadas (Watson, 2005). O objetivo deste estudo é construir um instrumento para mensurar afetos positivos e negativos e buscar evidências de validade e fidedignidade.
Evidências apontam para uma tendência estável no modo de perceber e vivenciar afetos (Diener & Larsen, 1984). Pessoas com altos escores de afeto positivo podem se sentir tristes, magoadas ou culpadas em alguns momentos de sua vida, ou seja, vivenciarão afetos negativos. Contudo, passado algum tempo, há um retorno aos níveis anteriores de afetos (Diener, 1994). Gadermann e Zumbo (2007) mostraram que algumas pessoas apresentam flutuações de humor positivo e negativo durante o tempo, enquanto outras pessoas são aparentemente mais estáveis. Essas variações podem estar relacionadas a traços de personalidade (Gadermann & Zumbo, 2007). Grandes oscilações de humor podem ocorrer mesmo em curtos intervalos de tempo, mas a maior parte do tempo as pessoas apresentam níveis estáveis na percepção de seus afetos (Lyubomirsky, King, & Diener, 2005).
A frequência com que alguém vivencia afetos positivos e negativos contribui mais para a percepção de felicidade ou infelicidade do que a intensidade dos afetos (Lyubomirsky, King, & Diener, 2005). Ou seja, pesa mais na balança hedônica vivenciar várias vezes durante a vida emoções de alegria, de baixa ou média intensidade, do que vivenciar raramente poucas emoções positivas de alta intensidade. Para o afeto negativo esta relação também é válida.
Os afetos (positivos e negativos) constituem a dimensão emocional do bem-estar subjetivo (BES: Diener, 1984) - um tema bastante estudado pela Psicologia Positiva. A Psicologia Positiva desenvolveuse principalmente na última década, pela necessidade e interesse do estudo das virtudes e potencialidades humanas (Seligman & Csikszentmihalyi, 2000). De modo geral, a psicologia (exceção ao movimento humanista) enfatizou o estudo da psicopatologia e o tratamento de sintomas, mas pouco se deteve sobre o que pode conduzir o ser humano a sua plenitude e felicidade (Seligman, Steen, Park, & Peterson, 2005).
Entende-se por BES o julgamento subjetivo do quão feliz as pessoas estão com suas vidas (Diener, Scollon, & Lucas, 2004). Atualmente, o BES é estudado a partir de duas dimensões: afetiva e cognitiva. O componente afetivo do BES constitui-se das vivências do sujeito e é o resultado de suas emoções. Desse modo, o nível de afeto do indivíduo se dá pelo balanço hedônico entre os sentimentos agradáveis e desprazerosos, como: alegria, prazer, ansiedade, raiva. Por sua vez, o componente cognitivo caracteriza-se pela percepção que o sujeito possui de sua satisfação com a vida. Esta avaliação é feita de forma global, considerando amplos aspectos da vida, a saber: satisfação com o presente, passado e futuro. Em suma, o bem-estar subjetivo, como um todo, parece ser construído a partir de julgamentos que as pessoas realizam sobre suas vidas de um modo geral (Diener, Lucas, & Oishi, 2005). Por isso, altos escores de satisfação de vida estão associados a elevados níveis de afetos positivos e baixos níveis de afetos negativos.
Os níveis de afetos também estão diretamente associados aos traços de personalidade. Um modelo de personalidade bastante associado a afetos é o dos Cinco Grandes Fatores, também conhecido como Big Five (McCrae & John, 1992). O Big Five é composto por cinco fatores gerais da personalidade: neuroticismo, extroversão, realização, socialização e abertura1. Steel, Schmidt e Shultz (2008) verificaram que esse modelo explica aproximadamente 24% da variância de afeto positivo e 30% da variância de afeto negativo. De forma geral, os fatores da personalidade mais importantes na predição de afetos parecem ser neuroticismo e extroversão. De fato, DeNeve e Cooper (1998) apontam correlações positivas e significativas entre afeto positivo e extroversão (r=0,20), e entre afeto negativo e neuroticismo (r=0,23). Ademais, outra variável intrínseca que parece associada a afetos é o gênero (Nolen-Hoeksema, 2004; Nolen-Hoeksema & Jackson, 2001; Zanon & Hutz, 2010). Esses estudos mostram que mulheres apresentam níveis mais elevados de afeto negativo que homens.
Quanto à relação de afetos entre si, há evidências de que afeto positivo e negativo são fatores independentes (Bradburn, 1969; Diener & Emmons, 1985). Adotar esse ponto de vista acarreta implicações teóricas e clínicas diretas, já que se pode fortalecer e desenvolver aspectos saudáveis dos pacientes para aumentar seu bem-estar, ao invés de focar apenas na redução de seus níveis de afeto negativo.
Sintetizando estudos que investigaram as relações de afetos com outras variáveis, Naragon e Watson (2009) indicam que altos níveis de afeto positivo estão correlacionados positivamente à saúde física, à satisfação conjugal e no trabalho. Transtornos clínicos como fobia social, agorafobia, transtorno de estresse pós-traumático, esquizofrenia, transtornos alimentares e transtornos de uso de substâncias são caracterizados por baixos níveis de afeto positivo. Essas relações sugerem que altos escores de afeto positivo desempenham importante papel para a percepção de felicidade e podem ser um fator de proteção contra psicopatologias. Contrariamente, altos escores de afetos negativos estão bastante relacionados à ruminação, ansiedade e depressão (Miles, MacLeod, & Pote, 2004; Trapnell & Campbell, 1999; Zanon & Hutz, 2010). A partir desses dados, é plausível pensar que elevados níveis de afetos negativos podem potencializar sintomas e aumentar as chances de desenvolvimento de psicopatologias.
Outras variáveis associadas a afetos e saúde mental são otimismo e esperança (Lai, 2009). Uma vez que otimismo e esperança são definidos como estados antecipatórios positivos (Bruininks & Malle, 2006) ou como expectativas positivas de eventos futuros (Wong & Lim, 2009), são esperadas correlações positivas dessas variáveis com afetos positivos e negativas com afetos negativos. De fato, essas correlações (referentes a otimismo) já foram verificadas por Marshall e cols. (1992). Para Snyder (2002), o papel das emoções é fundamental para manutenção da motivação necessária para alcançar metas. Ademais, altos níveis de humor positivo frequentemente apresentam-se associados à autoestima (Hewitt, 2009). Esse autor sugere que pessoas que obtêm êxito ao longo da vida e adequamse às demandas sociais vivenciem esses momentos por meio de afetos positivos. Por outro lado, a constatação de incapacidade e inadequação social pode se dar pela percepção de afetos negativos.
A importância desse estudo deve-se à possibilidade de aprimorar a avaliação de afetos para o avanço do conhecimento do BES. A avaliação adequada desses construtos pode contribuir futuramente para o desenvolvimento de intervenções que objetivem a promoção de BES. Para isso, um novo instrumento válido, fidedigno e adaptado à realidade brasileira pode ser fundamental. Apesar da existência de outra escala (PANAS: Giacomoni & Hutz, 1997) que avalia os mesmos construtos (afeto positivo e negativo), a criação de uma nova escala com itens constituídos por sentenças, e não por adjetivos, como a PANAS, é uma tentativa de torná-los mais completos, específicos e melhorar a compreensão dos participantes. Ademais, alguns itens (adjetivos) da PANAS parecem desconhecidos para alguns respondentes.
O objetivo geral deste estudo é construir e buscar evidências de validade e fidedignidade para uma escala que mensura afetos positivos e negativos. Mais especificamente, pretendeu-se: a) verificar a validade fatorial da Escala de Afetos (EA) mediante análise de eixos principais, sendo esperada a identificação de dois componentes mais relevantes correspondentes a afetos positivos e afetos negativos; b) verificar a fidedignidade das escalas por meio do coeficiente alfa; c) avaliar a validade convergente das subescalas de afetos positivos e afetos negativos, ou seja, suas correlações com outra escala que mensura as mesmas variáveis e outras variáveis com as quais estão teoricamente relacionadas (nesse sentido, esperava-se que afetos positivos se correlacionassem positivamente entre si e com satisfação de vida, esperança, otimismo e autoestima, e que afetos negativos se correlacionassem, positivamente entre si, e negativamente com as demais variáveis citadas); e d) verificar possíveis diferenças de afetos entre homens e mulheres.
Método
Participantes
Participaram do estudo de avaliação psicométrica da EA, 853 estudantes universitários de duas cidades gaúchas provindos de duas universidades públicas. Aproximadamente, 57% dos participantes eram mulheres. A média de idade da amostra foi de 21 anos (DP=3). A amostra foi escolhida por critério de conveniência e a participação dos estudantes foi voluntária.
Instrumentos
Com o objetivo de verificar evidências de validade convergente da EA com outro teste que avalia afetos positivos e afetos negativos (PANAS) e outros construtos relacionados, foram aplicados também os seguintes instrumentos: Escala de Afeto Positivo e Afeto Negativo (PANAS, Giacomoni & Hutz, 1997), Escala de Satisfação de Vida (Giacomoni & Hutz, 1997), Escala de Esperança Disposicional Traço (Pacico, Zanon, Bastianello & Hutz, no prelo), Teste de Orientação da Vida Revisado (Bastianello, Zanon, Pacico & Hutz, manuscrito em preparação) e Escala de Autoestima de Rosenberg (Hutz & Zanon, 2011).
Escala de Afeto Positivo e Afeto Negativo (PANAS: Giacomoni & Hutz, 1997)
Essa escala, avalia os construtos de afeto positivo e negativo. Analises fatoriais indicaram que a melhor solução para a escala foi a de dois fatores ortogonais: afeto positivo (α=0,88) e afeto negativo (α=0,86). A escala é composta por 40 itens, sendo cada fator composto por 20 adjetivos que representam humores e emoções dos sujeitos, como, por exemplo: "amável", "cuidadoso", "aflito", "impaciente". Cada adjetivo é avaliado pelos participantes em uma escala Likert de cinco pontos.
Escala de Satisfação de Vida (Giacomoni & Hutz, 1997)
Essa escala avalia o construto de satisfação de vida. Uma análise fatorial indicou a unidimensionalidade da escala, que é composta por cinco itens que avaliam, de forma global, os aspectos cognitivos do bem-estar subjetivo. Exemplos de itens são: "A minha vida está próxima do meu ideal" e "Até agora eu tenho conseguido as coisas importantes que eu quero na vida". Essa escala apresenta consistência interna adequada (α=0,91). A chave de respostas é uma escala Likert de sete pontos. Ambas as escalas acima descritas foram adaptadas e validadas no Laboratório de Mensuração da UFRGS, encontrando-se atualmente em preparação para publicação.
Escala de Autoestima de Rosenberg (Hutz & Zanon, 2011; Rosenberg, 1989)
A escala avalia o nível de autoestima dos participantes a partir de 10 itens. Exemplos de itens são: "Eu acho que eu tenho várias boas qualidades" e "Eu tenho uma atitude positiva com relação a mim mesmo". Esta escala apresenta evidências de validade, verificadas por análises fatoriais que indicaram a solução de um fator como a mais pertinente, e consistência interna adequada (α=0,81). A chave de respostas é uma escala Likert de quatro pontos.
Escala de Esperança Disposicional (Pacico, Zanon, Bastianello, & Hutz, no prelo; Snyder, Harris, Anderson, Holleran, Irving, Sigmon, Yoshinobu, Gibb, Langelle, & Harney, 1991)
Essa escala avalia esperança e é composta por 12 itens. Quatro deles referem-se a agência (agency) e outros quatro referem-se a rotas (pathways). Quatro itens são filtros. Os itens são respondidos em uma escala tipo Likert de cinco pontos, onde 1 representa totalmente falso e 5 significa totalmente verdadeiro. Há evidências de validade, obtidas mediante análises fatoriais que indicaram a solução de um fator como mais pertinente, e de fidedignidade do instrumento (α=0,79).
Teste de Orientação da Vida Revisado (LOT-R: Bastianello, Zanon, Pacico, & Hutz, manuscrito em preparação; Scheier, Carver, & Bridges, 1994).
O teste avalia otimismo disposicional mediante 10 itens dipostos em escalas Likert de cinco pontos, sendo quatro itens distratores. O LOT-R apresenta evidências de validade, obtidas com análises fatoriais que indicaram a unidimensionalidade do teste, e consistência interna adequada (α=0,80), semelhante ao estudo original.
Coleta dos dados
Os participantes responderam coletivamente aos testes em suas salas de aula. Inicialmente foi realizado um rapport de apresentação da pesquisa e dos procedimentos éticos explicitando o caráter voluntário e não-obrigatório da mesma, e que as informações obtidas seriam mantidas em anonimato. Os estudantes que concordaram em fazer parte do estudo assinaram um Termo de Consentimento Livre e Esclarecido.
Logo após a assinatura do consentimento, foi solicitado aos participantes que lessem atentamente o questionário e respondessem os itens de acordo com suas opiniões. A coleta de dados realizou-se em uma única sessão para cada turma de estudantes e o total de tempo utilizado para a realização da coleta de dados foi de, aproximadamente, 30 minutos. A duração da coleta foi de aproximadamente 4 meses. Em todas as aplicações de testes havia dois aplicadores, sendo pelo menos um deles aluno de pós-graduação em Psicologia com experiência em testagem.
Resultados
Construção da Escala de Afetos
O primeiro passo para construção dos itens da EA foi uma revisão de literatura sobre o tema com a finalidade de definir a abrangência dos construtos "afeto positivo" e "afeto negativo". O segundo passo foi criar itens que contemplassem esses construtos a partir de termos (adjetivos) já usados em instrumentos existentes. Um desses está em língua inglesa, (PANAS X: Watson & Clark, 1994) e outro está adaptado para o Brasil (PANAS: Giacomoni & Hutz, 1997). Itens das PANAS que geraram dúvidas aos estudantes durante aplicações anteriores, como "arrojado", "dinâmico", não foram considerados, juntamente com outros itens considerados regionais ou de duplo sentido , como "chateado", "delicado" e "excitado". Posteriormente, realizou-se uma análise semântica do conteúdo dos adjetivos com o auxílio de um tesauro de língua portuguesa, sendo selecionados os adjetivos mais simples e usuais.
A EA foi elaborada na forma de 29 sentenças que descrevem sentimentos e emoções passadas e presentes. A chave de respostas está apresentada em uma escala Likert de cinco pontos. Quanto mais próximo de cinco, mais o item descreve o participante. Quanto mais próximo de um, menos o item o descreve. Testou-se a compreensão e adequação desses itens em grupos focais de quatro pessoas (estudantes universitários), como sugerido por Pasquali (2003).
Avaliação da dimensionalidade da Escala de Afetos
Para avaliar a estrutura fatorial da EA, os 29 itens foram submetidos a sucessivas análises fatoriais, com rotação oblimin. Essa rotação foi usada porque apresentou soluções mais interpretáveis (que rotações ortogonais), o que sugere que os fatores estão correlacionados em alguma medida. Soluções de três e quatro fatores não foram consideradas pertinentes. Além de não ter sentido teórico, não apresentaram consistência interna satisfatória, e vários itens apresentaram cargas fatoriais acima de 0,35 em mais de um fator.
Itens com comunalidades menores que um ou que apresentavam cargas fatoriais maiores que 0,35 em mais de um fator foram eliminados na solução bifatorial. A solução final da EA foi composta por 20 itens, sendo 10 referentes à subescala de afeto positivo e 10 à subescala de afeto negativo. A solução de dois fatores foi satisfatória para esse conjunto de itens, como pode ser visto na Figura 1 (scree plot). Os resultados da análise componencial mostraram que o índice Kaiser-Meyer-Olkin foi de 0,90 e o teste de esfericidade de Bartlett foi significativo (p<0,001). A solução bifatorial produziu o primeiro fator com eigenvalue de 5,1, que explicou 25,6% da variância total, e o segundo fator com eigenvalue de 2,6, que explicou 12,8% da variância total. A consistência interna da escala, avaliada pelo coeficiente alfa, foi de 0,83 para afeto positivo e 0,77 para afeto negativo. As comunalidades dos itens variaram de 0,17 a 0,56. Os itens com as respectivas cargas fatoriais e outras propriedades psicométricas são apresentados na Tabela 1.
Evidências de validade convergente da EA
Correlações de Pearson de afeto positivo e afeto negativo, medidos por ambas as escalas, foram realizadas para verificar evidências de validade convergente da EA com a PANAS. Observaram altas correlações de afetos positivos (r=0,73) e afetos negativos (r=0,74) entre as duas escalas, o que indica que as subescalas da EA medem o mesmo construto das subescalas da PANAS. Também foram realizadas correlações da EA com satisfação de vida, esperança, otimismo e autoestima. Como demonstrado na Tabela 2, afeto positivo apresentou correlações positivas elevadas com satisfação de vida, esperança, otimismo e autoestima, enquanto afeto negativo apresentou correlações negativas e moderadas com essas variáveis.
Por fim, foram realizados testes t para verificar possíveis diferenças de afetos positivos e negativos entre homens e mulheres. Observou-se que mulheres (M=28,7; DP=6,9) apresentaram médias de afeto negativo significativamente mais elevadas que homens (M=26,4; DP=7,7), [t(492)=3,57; /><0,001; d=0,3]. O "d" é uma estimativa de tamanho de efeito em percentagem de desvio padrão (Cohen 1988). Não foi verificada diferença significativa nas médias de afetos positivos entre homens e mulheres [t(519)<1].
Discussão
Este estudo teve por objetivo apresentar a construção de uma escala para mensurar afetos, bem como suas evidências de validade e fidedignidade. Pelas análises apresentadas, pode-se constatar que a Escala de Afetos apresenta evidências de validade e propriedades psicométricas adequadas. A estrutura bidimensional encontrada sugere que a EA apresenta evidências de validade fatorial, uma vez que se verificou empiricamente o agrupamento de itens referentes a "afetos positivos" e a "afetos negativos".
Os índices de consistência interna para afeto positivo e negativo (0,83 e 0,77, respectivamente) são satisfatórios e indicam boa precisão do instrumento para mensurar os construtos. Apesar dos coeficientes alfa da EA serem inferiores aos verificados na versão adaptada para o Brasil da PANAS (0,88 e 0,86), vale ressaltar que a PANAS apresenta 20 itens para avaliar cada construto, ou seja, o dobro de itens em relação à EA. Mesmo assim, a EA apresenta discriminação quase tão precisa em relação a afeto positivo e inferior para avaliar afeto negativo. O reduzido número de itens da EA permite que pesquisadores ganhem tempo nas aplicações, sem grandes perdas na qualidade das medidas.
As correlações encontradas (acima de 0,70) de afetos positivos e afetos negativos, mensurados pelas subescalas da EA e da PANAS, indicam que os construtos compartilham mais de 50% de sua variância. Uma vez que as duas escalas apresentam itens diferentes em relação à estrutura (frases x adjetivos), ao conteúdo e diferem no números de itens para cada subescala (10 x 20), a associação verificada entre os construtos pode ser considerada alta. Esses resultados conferem à EA evidências de validade convergente, pois indicam que ambos os instrumentos medem os mesmos construtos. Ademais, verificou-se uma correlação moderada e negativa entre AP e AN (medido pela EA), que sugere que esses fatores estão associados em aproximadamente 15%, mas que parecem ser dimensões independentes. Esse resultado está de acordo com outros estudos que suportam a independência desses fatores (Diener & Emmons, 1985).
Outras evidências de validade de construto da EA podem ser percebidas pelas correlações positivas e elevadas de afeto positivo com satisfação de vida, esperança, otimismo e autoestima. Esses achados sugerem que as pessoas que vivenciam afetos positivos mais frequentemente, são também aquelas que se encontram mais satisfeitas com suas vidas, que apresentam mais expectativas positivas em relação ao futuro e que apresentam autoestima mais elevada. Por sua vez, as correlações negativas e moderadas de afeto negativo com as variáveis antes mencionadas sugerem que pessoas que apresentam altos escores de afetos negativos tendem a ser mais insatisfeitas com suas vidas, apresentam expectativas mais negativas em relação ao futuro e reportam baixos níveis de autoestima. Uma vez que esses resultados corroboram a literatura internacional (Heatherton & Wyland, 2003; Wong & Lim, 2009), há evidências de validade convergente da EA com os construtos mencionados.
Em relação a diferenças de afetos em homens e mulheres, verificou-se que mulheres apresentam níveis um pouco mais elevados de afeto negativo que homens (d=0,3). Esse achado aponta uma tendência maior nas mulheres de vivenciar emoções de irritação, preocupação e raiva do que nos homens. Esse achado está de acordo com outro estudo (Zanon & Hutz, 2010), que verificou o mesmo padrão de diferença em relação a afetos, e também com a literatura geral que aponta que mulheres apresentam níveis de depressão, ansiedade e ruminação mais elevados que homens (Nolen-Hoeksema, 2004; Nolen-Hoeksema & Jackson, 2001). Apesar de não se saber se os afetos negativos geram mais ruminação e psicopatologias, ou vice-versa, é possível que essas variáveis apresentem-se simultaneamente e retroalimentem-se em um ciclo vicioso.
Os resultados apresentados constituem um conjunto de evidências de validade e fidedignidade para a EA. Tais achados indicam que a escala avalia os construtos que ela se propõe a medir e o faz satisfatoriamente. Por isso, a EA pode ser aplicada em adultos, de forma geral, para avaliar afeto positivo e negativo.
A principal limitação deste estudo possivelmente deve-se à amostra utilizada, que não é aleatória. Por isso, estes resultados não podem ser extrapolados para a população geral, que pode apresentar características distintas dos participantes estudados. Futuramente, novos itens podem ser incluídos para melhorar a avaliação de afetos negativos.
Por fim, sugere-se que estudos futuros com a EA sejam realizados com diferentes amostras da população brasileira para fins de avaliação e normatização da escala. Além disso, investigações que avaliem características de personalidade e estratégias de coping em pessoas que vivenciam altos níveis de afetos positivos e afetos negativos (conjuntamente) poderão contribuir para um melhor entendimento da manifestação dos afetos.
Contato com os autores:
Programa de Pós-Graduação em Psicologia da UFRGS
Rua Ramiro Barcelos, 2.600 - Bairro Santana
CEP 90035-003 - Porto Alegre-RS, Brasil
E-mail: cristianzanon@yahoo.com.br
Recebido em 20/05/2012
Reformulado em 05/01/2013
Aprovado em 07/03/2013
Sobre os autores
Cristian Zanon é psicólogo pela Universidade Federal de Santa Maria (2006), mestre (2009), doutor (2011) e pósdoutor (2012) em Psicologia pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul. Tem experiência na área de Psicometria, Psicologia Positiva e Personalidade. Professor no Programa de Pós-Graduação em Psicologia da Universidade São Francisco.
Micheline Roat Bastianello é psicóloga pela Universidade Federal de Santa Maria (UFSM), 2001, e mestrado em Psicologia pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), 2011. Atualmente é doutoranda do Programa de Pós-Graduação em Psicologia da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS).
Juliana Cerentini Pacico é psicóloga pela Universidade Federal de Santa Maria (2007) e mestrado em Psicologia (2011) pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS). Atualmente é doutoranda pela UFRGS, sob orientação do Prof. Dr. Claudio Simon Hutz e aluna de especialização em Psicologia Organizacional(UFRGS).
Claudio Simon Hutz é psicólogo, mestre e Ph.D. pela University of Iowa (USA) e Professor Titular no Programa de Pós-Graduação em Psicologia da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS). Bolsista de Produtividade I-A do CNPq.
Nota dos autores
Gostaríamos de agradecer as contribuições a este manuscrito dos professores: Carlos Nunes, Denise Bandeira e Caroline Reppold. Os autores agradecem aos pareceristas pelas contribuições dadas a este artigo. Esta pesquisa foi financiada pelo CNPq.
Referências bibliográficas
- Bastianello, M. R., Zanon, C., Pacico, J. C. & Hutz, C. S. Otimismo, autoestima e personalidade: Estudos de adaptação e validação brasileira do Revised Life Orientation Test (LOT-R) (manuscrito em preparação).
- Bradburn, N. M. (1969). The structure of psychological wellbeing. Chicago: Aldine.
- Bruininks P. & Malle, B. F. (2006). Distinguishing hope from optimism and related affective states. Motivation and Emotion, 29(4),327-355.
- DeNeve, K. M. & Cooper, H. (1998). The happy personality: a meta-analysis of 137 personality traits and subjective well-being. Psychological Bulletin, 124,197-229.
- Diener, E. (1984). Subjective well-being. Psychological Bulktin, 95,542-575.
- Diener, E. (1994). Assessing subjective well-being: progress and opportunities. Social Indicators Research, 31,103-157.
- Diener, E. & Larsen, R. J. (1984). Temporal stability and cross-situational consistency of affective, behavioral, and cognitive responses. Journal of Personality and Social Psychology, 47(4),871-883.
- Diener, E. & Emmons, R. A. (1985). The independence of positive and negative affect. Journal of Personality and Social Psychology, 47(5),1105-1117.
- Diener, E., Scollon, C. N. & Lucas, R. E. (2004). The evolving concept of subjective well-being: the multifaceted nature of happiness. Advances in Cell Aging and Gerontology, 15,187-219.
- Diener, E., Lucas, R. E. & Oishi, S. (2005). Subjective well-being: the science of happiness and life satisfaction. Em C. R. Snyder & S. J. Lopez, Handbook of positive psychology (pp. 63-73). Nova Iorque: Oxford University Press.
- Gaderman, A. & Zumbo, B. D. (2007). Investigating the intra-individual variability and trajectories of subjetive well-being. Social Indicators Research, 81,1-33.
- Giacomoni, C. H. & Hutz, C. S. (1997). A mensuração do bem-estar subjetivo: escala de afeto positivo e negativo e escala de satisfação de vida [Resumos]. Em Sociedade Interamericana de Psicologia (Org.). Anais XXVI Congresso Interamericano de Psicologia (p. 313). São Paulo: SIP.
- Heatherton, T. F. & Wyland, C. (2003). Assessing self-esteem. Em S. Lopez and R. Snyder (Eds.). Assessing Positive Psychology (pp. 219-233). Washington, DC: APA.
- Hewitt, J. P. (2009). Self-Esteem. Em S. J. Lopez (Ed.). Encyclopedia of positive psychology (Vol. 2) (pp. 880-886). Malden, MA: Wiley-Blackwell Publishers.
- Hutz, C. S. & Zanon, C. (2011). Revisão da adaptação, validação e normatização da Escala de Autoestima de Rosenberg. Avaliação Psicológica, 10(1),41-49.
- John, O. P., Naumann, L. P. & Soto, C. J. (2010). Paradigm shift to the integrative big-five trait taxonomy: history, measurement, and conceptual issues. Em O. P. John, R. W. Robins & L. A. Pervin (Eds.). Handbook of personality: theory and research (pp. 114-158). Nova Iorque, NY: Guilford Press.
- Lai, J. C. L. (2009). Dispositional optimism buffers the impact of daily hassles on mental health in Chinese adolescents. Personality and Individual Differences, 47,247-249.
- Lyubomirsky, S., King, L. & Diener, E. (2005). The benefits of frequent positive affect: does happiness lead to success? Psychological Bulletin, 131(6),803-855.
- Marshall, G. N., Wortman, C. B., Kusulas, J. W. Hervig, L. K. & Vickers, R. R. J. (1992). Distinguishing optimism from pessimism: relations to fundamental dimensions of mood and personality. Journal of Personality and Social Psychology, 62(6),1067-1074.
- McCrae, R. R. & John, O. P. (1992). An introduction to the five-factor model and its applications. Journal of Personality, 60(2),175-215.
- Miles, H., MacLeod, A. K. & Pote, H. (2004). Retrospective and prospective cognitions in adolescents: anxiety, depression, and positive and negative affect. Journal of Adolescence, 27,691-701.
- Naragon, K. & Watson, D. (2009). Positive affectivity. Em S. J. Lopez (Ed.). Encyclopedia of positive psychology (Vol. 2) (pp. 707-711). Malden, MA: Wiley-Blackwell Publishers.
- Nolen-Hoeksema, S. (2004). Gender differences in risk factors and consequences for alcohol use and problems. Clinical Psychology Review, 24,98-1010.
- Nolen-Hoeksema, S. & Jackson, B. (2001). Mediators of the gender difference in rumination. Psychology of Women Quarterly, 25,37-47.
- Nunes, C. H. S. S., Hutz, C. S. & Nunes, M. F. O. (2010). Bateria fatorial de personalidade: manual técnico. São Paulo: Casa do Psicólogo.
- Pacico, J. C., Zanon, C., Bastianello, M. R. & Hutz, C. S. (no prelo) Adaptation and validation of the disposicional Hope Scale for adolescents.
- Pasquali, L. (2003). Psicometria: teoria dos testes na psicologia e na educação. Petrópolis, RJ: Vozes.
- Rosenberg, M. (1989). Society and the adolescent self-image. Revised edition. Middletown, CT: Wesleyan University Press.
- Scheier, M. F., Carver, C. S. & Bridges, M. W. (1994). Distinguishing optimism from neuroticism (and trait anxiety, self-mastery, and self-esteem): a reevaluation of the Life Orientation Test. Journal of Personality and Social Psychology, 67,1063-1078.
- Seligman, M. E. P. & Csikszentmihalyi, M. (2000). Positive psychology: an introduction. American Pychoogist, 55(1),5-14.
- Seligman, M. E. P., Steen, T. A., Park, N. & Peterson, C. (2005). Positive psychology progress: empirical validation of interventions. American Psychologist, 60(5),410-421.
- Snyder, C. R. (2002). Hope theory: rainbows in the mind. Psychological Inquiry, 13(4),1047-1084.
- Snyder, C. R., Harris, C., Anderson, J. R., Holleran, S. A., Irving, L. M., Sigmon, S. T., Yoshinobu, L. R., Gibb, J., Langelle, C. & Harney, P. (1991). The will and the ways: development of an individual-differences measure of hope. Journal of Personality and Social Psychology, 60,570-585.
- Steel, P., Schmidt, J. & Schultz, J. (2008). Refining the relationship between personality and subjective well-being. Psychological Bulletin, 134(1),138-161.
- Trapnell, P. D. & Campbell, J. D. (1999). Private self-consciousness and the five-factor model of personality: distinguishing rumination from reflection. Journal of Personality and Social Psychology, 76(2),284-304.
- Watson, D. (2005). Positive affectivity: the disposition to experience pleasurable emotional states. Em C. R. Snyder & S. J. Lopez, Handbook of positive psychology (pp. 106-119). Nova Iorque: Oxford University Press.
- Watson, D. & Clark, L. A. (1994). The PANAS-X: Manual for the positive and negative affect schedule - expanded form. Retrieved from: http://www.psychology.uiowa.edu/faculty/watson/PANAS-X.pdf
- Wong, S. S. & Lim, T. (2009). Hope versus optimism in Singaporean adolescents: contributions to depression and life satisfaction. Personality and Individual Differences, 46,648-652.
- Zanon, C. & Hutz, C. S. (2010). Relações entre bemestar subjetivo, neuroticismo, ruminação, reflexão e sexo. Gerais: Revista Interinstitucional de Psicologia, 2(2),118-127.
Datas de Publicação
-
Publicação nesta coleção
10 Set 2013 -
Data do Fascículo
Ago 2013
Histórico
-
Recebido
20 Maio 2012 -
Aceito
07 Mar 2013 -
Revisado
05 Jan 2013