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APRESENTAÇÃO

Caro(a) leitor(a),

Os oito artigos apresentados nesta primeira edição de 2015 envolvem estudos sobre gestão e estilos de vida de executivos, dinâmica identitária, empreendedorismo social, eventos organizacionais raros, motivação para trabalhos voluntários, cooperação em APL, incubadoras e indicadores de desempenho logístico.

O artigo sobre gestão gerencialista e estilos de vida de executivos elaborado por Leonardo Tonon e Carmem Ligia Iochins Grisci é baseado na história de vida de dois executivos. A conclusão é que a glamourização do mundo executivo, as constantes situações de pressões vivenciadas no dia a dia de trabalho, a despersonalização do trabalhador avaliado com base em índices e resultados e a relação com a família intimamente alcançada pela lógica da gestão são fatores que refletem o estilo de vida desses executivos. Esse estilo de vida instila características e sensações compensatórias que mascaram os sofrimentos ou mesmo os mecanismos de poder e dominação existentes em seus modos de gestão gerencialista, que envolve uma faceta de máquina produtiva e controle social.

Lilian Barros Moreira, Mônica Carvalho Alves Cappelle e Maria Nivalda de Carvalho-Freitas focaram seu estudo na dinâmica identitária de pessoas com deficiência física. A fundamentação teórica foi baseada na abordagem sociológica da identidade. O estudo envolveu sujeitos entrevistados no Brasil e nos Estados Unidos. A análise revelou que a identidade é resultado de um movimento de construção e reconstrução entre as suas (muitas) identidades e que uma pessoa com deficiência física não consegue se identificar apenas por seus olhos, mas ela necessita se ver pelo olhar do outro.

As redes sociais empreendedoras foram objeto de estudo de Rúbia Oliveira Corrêa e Rivanda Meira Teixeira, que analisaram como os empreendedores sociais, durante a fase de concepção de seus negócios, valem-se das suas redes sociais ou de relações para obter recursos e legitimação organizacional. A base da análise envolveu os laços fracos e fortes inerentes à formação de redes. Os laços fortes tinham como elementos a família, amigos e colegas de profissão. Os laços fracos envolveram as empresas públicas, privadas e doadores e/ou colaboradores.

André Luis Silva, Márcia de Freitas Duarte e Flávia Plutarco argumentaram que eventos raros formam uma corrente de investigação relativamente negligenciada no contexto organizacional, seja por razões conceituais e/ou metodológicas. Em seu estudo os autores avaliaram questões relacionadas com o fechamento do Cine Belas Artes de São Paulo, desde 1943, em razão de término de contrato. Com base nos resultados, concluíram que um evento organizacional raro é um acontecimento de caráter histórico, que gera propagação em mídia e mobilização social em face de sua relevância emocional para as pessoas envolvidas na situação.

Quais motivos levam os indivíduos a realizar trabalho voluntário? Carlos Eduardo Cavalcante, Washington José de Souza e Anderson Luiz Rezende Mól procuraram responder a essa questão mediante a proposição de um modelo teórico, baseado em uma survey com 720 informantes. Para a elaboração do modelo, os autores se valeram dos conceitos de voluntariado e motivação voluntária. O modelo final, envolvendo equações estruturais, permitiu identificar interações entre cinco atributos relacionados com altruísmo, afeto, amizade, ajustamento e ajuizado.

Ana Rosa de Sousa, Mozar José de Brito, Paulo José Silva e Uajará Pessoa Araújo investigaram os construtos explicativos das relações de cooperação entre as empresas integrantes de um arranjo produtivo local (APL), mediante uma pesquisa de caráter quantitativa, cuja análise envolveu técnicas multivariadas e regressão polinomial. As análises dos resultados evidenciaram a existência de correlações que indicaram percepção positiva dos gestores em relação à governança promovida no âmbito do arranjo produtivo e aos benefícios advindos da cooperação.

O foco do estudo de Sergio Azevedo Fonseca foi a experiência de duas incubadoras, uma norte-americana e outra brasileira, especializadas no apoio a pequenos empreendimentos orientados a mercados de tecnologias limpas. Com base em estudos de casos múltiplos, a pesquisa revelou um grande distanciamento entre as realidades dos dois países, seja nos números de incubadoras inseridas no campo das tecnologias limpas, seja na mobilização de atores institucionais que atuam no apoio a essas incubadoras.

O último artigo elaborado por Rosane Nunes de Faria, Caio Silvestre de Souza e José Geraldo Vidal Vieira teve como objetivo avaliar o desempenho logístico do Brasil em relação aos seus principais concorrentes no mercado internacional. Utilizou-se o banco de dados de comércio internacional da Secex e Comtrade e do Banco Mundial. Os dados foram analisados por meio de técnicas estatísticas, como análise de agrupamento e testes de comparações múltiplas de médias. Os resultados indicam a burocracia como o principal obstáculo para o desempenho logístico do país. A dimensão previsibilidade nas transações está próxima aos valores observados para o grupo de países de alto desempenho logístico (HLPG), enquanto, para a dimensão alfândega, o Brasil apresenta desempenho próximo ao de países do grupo de baixo desempenho logístico (LLPG).

Boa leitura!

Datas de Publicação

  • Publicação nesta coleção
    Jan-Feb 2015
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