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Apresentação

Apresentação

Caro leitor,

Nesta edição da

Revista de Administração Mackenzie (RAM), sete artigos tratam de temas relevantes da administração. Iniciamos a apresentação do fascículo pela seção "Gestão Humana e Social" (GHS), a qual traz quatro artigos.

Em um ensaio teórico de natureza argumentativa, Rosangela Violetti Bertolin, Mônica Carvalho Alves Cappelle e Mozar José de Brito refletem sobre a aprendizagem organizacional a partir da perspectiva da teoria da estética. De acordo com os autores, o entendimento da aprendizagem organizacional demanda epistemologias e metodologias ampliadas das práticas organizacionais em função da complexidade do seu processo constitutivo, caracterizado pela fluidez, diluído no tempo, no qual corpos e subjetividades se entrelaçam, determinam e são determinados simultaneamente.

Um estudo sobre a relação entre emoções, estratégias de regulação emocional e variáveis sociodemográficas no setor público é oferecido pelo artigo de Ana Paula Grillo Rodrigues e Sônia Guedes Gondim. Foram coletados dados sobre expressões emocionais e as estratégias de regulação emocional que poderiam ser usadas em situações hipotéticas do cotidiano do trabalho de 400 servidores públicos de organizações do Sul do país. As autoras concluem que, em situações cotidianas negativas de trabalho, a emoção que prevalece é a raiva, e as estratégias de regulação emocional usadas são as de ação profunda.

No terceiro artigo, Neusa Rolita Cavedon identifica as representações sociais construídas pelos peritos criminais no período de margem do ritual de passagem do estágio probatório dos ingressantes no Departamento de Criminalística do Instituto-Geral de Perícias do Rio Grande do Sul. Segundo Cavedon, as teorizações elaboradas por antropólogos enfatizam a humildade e o comedimento como comportamentos esperados na fase de margem do ritual de passagem.

Luiz Alex Silva Saraiva, Alexandre de Pádua Carrieri e Ari de Souza Soares analisam as relações entre territorialidade e identidade no ambiente organizacional, a partir de entrevistas com os comerciantes do Mercado Central de Belo Horizonte. Os dados são examinados pela análise do discurso francesa. Os autores concluem que a sobreposição dos elementos distintivos (comércio), duradouros (paróquia) e centrais (escritório da administração) trabalhados demonstra atritos, equilibrando-se via o rearranjo dos atores sociais pelos territórios em torno da sobrevivência mútua.

Na seção "Finanças Estratégicas" (FE), são apresentados dois artigos.

Uma análise da aplicabilidade e do desempenho fora da amostra de estratégias quantitativas de otimização para a construção de carteiras de fundos é oferecida pelo artigo de João Frois Caldeira, Guilherme Valle Moura, André Alves Portela Santos e Cristina Tessari. Os autores comparam o desempenho dessas carteiras com o desempenho do portfólio ingênuo igualmente ponderado, da carteira teórica do Ibovespa e do Índice de Mercado de Renda Fixa (IRF-M). Para a obtenção de portfólios ótimos, formula-se um problema de otimização de portfólios compostos por 388 fundos de investimento multimercado brasileiros ao longo de cinco anos. Um modelo fatorial heterocedástico parcimonioso é usado para a modelagem da matriz de covariâncias dos retornos desses fundos. Os autores concluem que as estratégias quantitativas de otimização proporcionam resultados superiores em termos de volatilidade, desempenho ajustado ao risco, turnover e custos de transação ao longo do tempo.

Raquel de Freitas Oliveira, Rafael Felipe Schiozer e Sérgio Leão oferecem uma análise descritiva agregada dos mercados de crédito e de derivativos cambiais, de modo a avaliar se bancos estrangeiros responderam de forma diferente aos impactos da crise financeira internacional de 2008/2009, com foco em sua participação nos mercados de crédito e de derivativos cambiais. A metodologia se baseou em análise gráfica e na técnica de regressões lineares para estimar variações nas médias das variáveis de interesse antes, durante e depois da crise. Com relação ao crédito, os autores concluem que a crise financeira afetou negativamente os bancos estrangeiros de forma mais intensa e longa do que os bancos privados nacionais. Também concluem que, embora durante a crise não se observe alteração significativa na participação de mercado dos três grupos de bancos nos swaps com contraparte não financeira, os bancos estrangeiros aumentam seu market share nesse mercado no período pós-crise.

Na seção "Recursos e Desenvolvimento Empresarial" (RDE), Alex Antonio Ferraresi, Silvio Aparecido dos Santos, José Roberto Frega e Carlos Olavo Quandt analisam se a gestão eficaz do conhecimento contribui para a orientação estratégica da empresa, para sua inovatividade e para os resultados organizacionais. Os dados coletados por meio de uma survey com 241 empresas instaladas no Brasil são analisados pela técnica de estatística de modelagem de equações estruturais.

De acordo com os autores, a gestão eficaz do conhecimento contribui positivamente para a orientação estratégica e esta medeia a influência daquela nos resultados organizacionais.

Aproveitem a leitura!

Walter Bataglia

Editor acadêmico

Datas de Publicação

  • Publicação nesta coleção
    23 Maio 2014
  • Data do Fascículo
    Abr 2014
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