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Nota dos editores

Em janeiro de 2023, aceitamos com grande entusiasmo a posição de editores da Revista Brasileira de Estudos de População (Rebep). Nossa trajetória profissional é marcada por diversas interações enriquecedoras com a Rebep, e agora, nesta nova fase, estamos comprometidos em impulsionar ainda mais o reconhecimento e a relevância da revista. Prestes a comemorar seu 40º aniversário em 2024, a Rebep se consagra como a única publicação brasileira na área de demografia. Esse prestígio é fruto do trabalho incansável e da dedicação de nossos predecessores, que sempre priorizaram a adesão aos padrões internacionais de excelência. Fundamental para o sucesso contínuo da revista tem sido o apoio constante da Associação Brasileira de Estudos Populacionais (Abep), um pilar central no campo da demografia no Brasil. Com essa base sólida, almejamos levar a Rebep a novos patamares de inovação e influência no cenário acadêmico.

Durante 2023, a Rebep reafirmou seu comprometimento com a interdisciplinaridade, ao mesmo tempo que deu especial atenção ao aprimoramento teórico e metodológico no campo específico da demografia. Adicionalmente, incentivamos os membros da Abep a participarem ativamente tanto do processo de avaliação por pares quanto da submissão de artigos, a fim de preservar e enriquecer o núcleo fundamental da revista. Estamos certos de que os trabalhos publicados no volume 40 são de grande interesse dos pesquisadores dedicados aos estudos populacionais e ajudarão a impulsionar a Rebep para novos níveis de excelência acadêmica.

O volume 40 abrange trabalhos que discutem diferentes aspectos da dinâmica demográfica. O artigo de Júlia Almeida Calazans, Raphael Guimarães e Marília R. Nepomuceno destaca a marcante desigualdade socioeconômica no Brasil, refletida nos distintos índices de mortalidade entre suas regiões. Para monitorar essas disparidades de maneira eficaz, os autores enfatizam a necessidade de analisar não apenas as médias de mortalidade, mas também a variação da idade no momento do óbito na população. O texto investiga a influência das causas de morte nas mudanças da expectativa de vida e na dispersão da idade no momento da morte no Brasil e em suas grandes regiões, no período de 2008 a 2018. Os resultados indicam um aumento nas discrepâncias regionais na expectativa de vida ao longo da década, embora as diferenças na dispersão da idade no momento da morte tenham permanecido praticamente constantes. As variações na mortalidade por causa afetam de maneiras distintas a dispersão da idade no momento da morte em cada região, com destaque para a redução dos óbitos por causas externas nas regiões Sul e Sudeste, enquanto aqueles relacionados a afecções originadas no período perinatal têm um impacto substancial no Nordeste. Em conclusão, o estudo reafirma a importância dos indicadores de dispersão da idade no momento do óbito para uma compreensão abrangente das disparidades regionais de mortalidade no Brasil (CALAZANS; GUIMARÃES; NEPOMUCENO, 2023CALAZANS, J. A.; GUIMARÃES, R.; NEPOMUCENO, M. R. Diferenciais regionais da mortalidade no Brasil: contribuição dos grupos etários e de causas de óbito sobre a variação da esperança de vida e da dispersão da idade à morte entre 2008 e 2018. Revista Brasileira de Estudos de População, v. 40, p. 1-23, 2023. https://doi.org/10.20947/S0102-3098a0244.
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).

Também analisando a mortalidade, o trabalho de Mayara Xavier Moraes, Joseane de Souza e Hisrael Passarelli-Araujo aborda a crescente preocupação com o aumento das mortes por causas externas no Brasil, especialmente nos municípios produtores de petróleo da Bacia de Campos/RJ. O estudo examina as disparidades de saúde na região, focalizando o impacto da mortalidade por causas externas na expectativa de vida da população entre os períodos de 2010-2014 e 2015-2019. Utilizando dados de óbitos e estimativas populacionais, são analisados cenários de exclusão da mortalidade por causas externas do risco de óbito, com destaque para a redução de homicídios e acidentes de trânsito. Os resultados indicam ganhos significativos na expectativa de vida, especialmente para os homens, evidenciando a importância de políticas públicas voltadas para a redução das causas externas de mortalidade em uma região marcada por desigualdades sociais e econômicas (MORAES; SOUZA; PASSARELLI-ARAUJO, 2023PASSARELLI-ARAÚJO, H. Mapeando as disparidades socioeconômicas de saúde urbana: um estudo comparativo entre seis capitais brasileiras. Revista Brasileira de Estudos de População, v. 40, p. 1-25, 2023. http://dx.doi.org/10.20947/S0102-3098a0251.
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).

Já o trabalho de Matheus Boni Bittencourt e Alex Niche Teixeira aborda uma perspectiva distinta da mortalidade: os homicídios intencionais. Os autores se propõem a investigar se as taxas de crimes violentos, especialmente homicídios intencionais, aumentam devido a estruturas sociais que fortalecem motivações violentas ou enfraquecem controles sociais. Para isso, são empregados modelos de regressão com dados em painel, utilizando variáveis demográficas entre 1996 e 2019. Os resultados destacam o impacto significativo do uso de psicoativos, acesso a armas de fogo, estruturas sociodemográficas e exclusão socioeconômica nas taxas de homicídios intencionais nas microrregiões brasileiras. No entanto, a taxa de homicídios do ano anterior emerge como o fator mais influente, evidenciando uma tendência endógena de retroalimentação da violência no curto e médio prazos, o que indica a acumulação dos efeitos dos fatores estruturais nos homicídios intencionais (BITTENCOURT; TEIXEIRA, 2023BITTENCOURT, M. B.; TEIXEIRA, A. N. Estrutura social e dinâmica da violência: determinantes sociais dos homicídios intencionais nas microrregiões brasileiras. Revista Brasileira de Estudos de População, v. 40, p. 1-25, 2023. https://doi.org/10.20947/S0102-3098a0240.
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).

Outro aspecto da mortalidade é a morte de mulheres especificamente. O estudo de Silmara Bruna Zambom Albert, Katrini Guidolini Martinelli, Eliana Zandonade e Edson Theodoro do Santos Neto teve como objetivo analisar a tendência das principais causas de óbito entre mulheres em idade fértil no Brasil, entre 2006 e 2019. Utilizando dados do Sistema de Informações sobre Mortalidade (SIM) e do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), as principais causas de morte foram categorizadas por faixa etária, de 10 a 49 anos, seguindo a Classificação Internacional de Doenças e Problemas Relacionados com a Saúde (CID-10). As maiores taxas de mortalidade por 100 mil mulheres em idade fértil foram atribuídas a neoplasias, doenças do aparelho circulatório, causas externas, doenças infecciosas e parasitárias e doenças do aparelho respiratório. Ao longo do período analisado, as taxas de mortalidade por doenças do aparelho circulatório, aparelho respiratório e infecciosas e parasitárias apresentaram tendência decrescente, enquanto as causas externas e neoplasias registraram aumento até 2012 e declínio a partir de 2013. Estas duas últimas destacam-se como as principais causas de óbito, especialmente entre mulheres mais jovens, apresentando uma tendência crescente. Diante desse cenário, torna-se imperativo planejar ações de saúde pública para otimizar recursos e aprimorar a qualidade de vida das mulheres (ALBERT et al., 2023ALBERT, S. B. Z.; MARTINELLI, K. G.; ZANDONADE, E.; THEODORO DO SANTOS NETO, E. Mortalidade de mulheres em idade fértil no Brasil de 2006 a 2019: causas e tendências. Revista Brasileira de Estudos de População, v. 40, p. 1-16, 2023. https://doi.org/10.20947/S0102-3098a0233.
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).

Paola Vazquez-Castillo, por sua vez, apresenta o debate sobre mortalidade de idosos. A partir de dados do Estudo da Longevidade e Envelhecimento da Costa Rica (CRELES) pré1945, de 2005, 2007 e 2009, o artigo aborda a relação entre os tipos de arranjos residenciais de idosos e a mortalidade subsequente. A análise de sobrevivência, empregando o modelo Gompertz, revela que idosos que vivem com companheiro(a) têm as maiores taxas de sobrevivência, equiparando morar sozinho e com companheiro após controle por sexo e idade. Quando fatores socioeconômicos e de saúde são considerados, idosos que coabitam com filhos ou outras pessoas têm taxas de sobrevivência significativamente mais baixas. Os resultados indicam a necessidade de políticas públicas que promovam a independência dos idosos, considerando fatores sociais e de saúde em suas intervenções (CASTILLO, 2023).

O trabalho de Jesús Daniel Zazueta Borboa analisa as características socioeconômicas e étnico-raciais relacionadas à probabilidade de mortalidade de filhos antes dos cinco anos de idade no México, por meio de dados da Pesquisa ESRU de Mobilidade Social México 2017. Controlando por diferentes coortes de nascimento, características sociodemográficas, territoriais e econômicas, observa-se que mulheres com tom mais escuro de pele têm 2,82 vezes mais propensão a perder um filho antes do quinto aniversário em comparação com aquelas de tom branco de pele. Em um cenário contrafactual, estima-se que 28,7% da probabilidade de perder um filho são explicados por características étnico-raciais, enquanto 58,5% são atribuídos a fatores socioeconômicos. A perda de um filho revela-se um evento demograficamente desigual, determinado não apenas por aspectos socioeconômicos, mas também por características étnico-raciais (BORBOA, 2023).

Mario de Oliveira, Ana Carolina Soares Bertho, Bruno Costa, Flávia Sommerlatte Silva, Mariane Branco Alves, Milton Ramos Ramirez, Rafael Brandão de Rezende Borges, Reinaldo Marques, Ricardo Martins da Silva Rosa, Rodrigo Lima Peregrino, Viviana das Graças Ribeiro Lobo e Thais Cristina Oliveira Fonseca apresentam novas tábuas de vida calculadas a partir de bilhões de registros do mercado brasileiro de seguros privados, coletados ao longo de 15 anos. Após o ajuste de um modelo matemático de mortalidade, os resultados indicam níveis de mortalidade menores do que a média nacional, sugerindo se tratar de um subgrupo populacional selecionado. Os autores também chamam a atenção para a menor variação dos níveis de mortalidade entre regiões do país na população segurada, quando comparados às disparidades regionais encontradas no Brasil em geral. As novas tabelas contribuem de forma substantiva para o estudo da mortalidade no país, especialmente para a população segurada, destacando o provável papel da seleção por fatores socioeconômicos nas chances de sobrevivência ao longo das idades, em um contexto nacional de grande desigualdade (OLIVEIRA et al., 2023OLIVEIRA, M. de; BERTHO, A. C. S.; COSTA, B.; SILVA, F. S.; ALVES, M. B.; RAMIREZ, M. R.; BORGES, R. B. D. R.; MARQUES, R.; ROSA, R. M. D. S.; PEREGRINO, R. L.; LOBO, V. D. G. R.; FONSECA, T. C. O. BR-EMS 2021 life table for the Brazilian insured population. Revista Brasileira de Estudos de População, v. 40, p. 1-24, 2023. http://dx.doi.org/10.20947/S0102-3098a0252.
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).

Aspecto pouco discutido no âmbito da demografia é estado nutricional, ainda mais raramente em relação a escolares. Assim, o estudo realizado por Haroldo da Silva Ferreira, Bárbara Coelho Vieira da Silva e Monica Lopes de Assunção teve como objetivo classificar o estado nutricional e investigar os fatores associados à prevalência de obesidade entre escolares do ensino fundamental público e privado de Maceió. Os autores observaram que a prevalência de obesidade foi significativamente maior entre os alunos da rede privada em comparação com os da rede pública, sendo a obesidade o principal agravo nutricional identificado. Além disso, na análise ajustada, a única variável que permaneceu associada à obesidade foi o pertencimento à escola privada, indicando uma relação independente entre essa condição e a ocorrência de obesidade entre os alunos do ensino fundamental em Maceió (FERREIRA; SILVA; ASSUNÇÃO, 2023SILVA, E. S. A. da; ARAUJO, M. A. A. de. Excesso de óbitos classificados com códigos garbage na pandemia de Covid-19, no estado da Paraíba. Revista Brasileira de Estudos de População, v. 40, p. 1-17, 2023. https://doi.org/10.20947/S0102-3098a0249.
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).

Também no que diz respeito à nutrição, o trabalho de Milena Serenini, Kelly Carvalho Vieira, Camila Maciente Souza, Ana Poblacion, Maysa Helena de Aguiar Toloni e José Augusto de Aguiar Carrazedo Taddei constitui um estudo qualitativo que explora a percepção de adolescentes participantes do Programa Bolsa Família sobre insegurança alimentar (IA). Quatro categorias de análise foram estabelecidas, incluindo a compreensão dos adolescentes sobre a mudança na quantidade e variedade de alimentos ao longo do mês, a preocupação constante com a possibilidade de falta de alimentos e as estratégias desenvolvidas por eles para enfrentar a IA. Apesar da percepção dos adolescentes sobre a insegurança alimentar em seus lares e das estratégias adotadas para aliviá-la, as responsáveis pelos adolescentes não reconhecem a preocupação de seus filhos com a possibilidade de falta de alimentos no domicílio (SERENINI et al., 2023SERENINI, M.; VIEIRA, K. C.; SOUZA, C. M.; POBLACION, A.; TOLONI, M. H. A.; TADDEI, J. A. A. C. A insegurança alimentar pela voz de adolescentes participantes do Programa Bolsa Família. Revista Brasileira de Estudos de População, v. 40, p. 1-22, 2023. https://doi.org/10.20947/S0102-3098a0242.
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).

Ainda na mesma temática, Daniela de Assumpção, Monize Cocetti, Aldiane Gomes de Macedo Bacurau, Ana Maria Pita Ruiz e Priscila Maria Stolses Bergamo Francisco desenvolveram um estudo transversal que analisou o hábito alimentar de adultos no Brasil com base na condição na força de trabalho, utilizando dados da Pesquisa Nacional de Saúde (PNS) 2019. Os resultados destacam diferenças significativas no consumo alimentar entre os ocupados, desocupados e aqueles fora da força de trabalho, abrangendo o consumo de frutas, hortaliças, carne vermelha, feijão, frango, bebidas de frutas, cereais, ovos, margarina, peixes, tubérculos, refrigerantes, embutidos, pães de pacote, oleaginosas e substituição do almoço por lanches. Os autores identificaram que as discrepâncias alimentares entre as condições de trabalho ressaltam a necessidade de iniciativas voltadas para a promoção de uma alimentação adequada e saudável, especialmente direcionadas à saúde dos trabalhadores no Brasil (ASSUMPÇÃO et al., 2023ASSUMPÇÃO, D. de; COCETTI, M.; BACURAU, A. G. M.; RUIZ, A. M. P.; FRANSCISCO, P. M. S. B. Hábito alimentar de adultos brasileiros segundo a condição na força de trabalho. Revista Brasileira de Estudos de População, v. 40, p. 1-16, 2023. https://doi.org/10.20947/S0102-3098a0234.
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).

Aspecto fundamental da dinâmica demográfica é a fecundidade. No número atual da Rebep esta variável não ficou de fora. Assim, Victor Leocádio, Ana Paula Verona e Simone Wajnman abordaram a crescente relevância da literatura sobre intenções de fecundidade nos estudos demográficos, destacando sua importância como determinante próximo da fecundidade e no entendimento do comportamento reprodutivo de diferentes populações. O trabalho procurou organizar e articular os principais e mais recorrentes aspectos presentes nos estudos sobre intenções de fecundidade, preenchendo uma lacuna na literatura que muitas vezes analisa apenas uma única característica dessa temática. A discussão se aprofunda na relação entre intenções de fecundidade e fecundidade observada, inicialmente para os países de renda alta e, posteriormente, para aqueles de renda média e fecundidade baixa, com ênfase no Brasil, onde a produção teórica sobre o tema ainda é incipiente (LEOCÁDIO; VERONA; WAJNMAN, 2023LEOCÁDIO, V.; VERONA, A. P.; WAJNMAN, S. Intenções de fecundidade: uma revisão da literatura acerca da variável em países de renda alta e no Brasil. Revista Brasileira de Estudos de População, v. 40, p. 1-32, 2023. https://doi.org/10.20947/S0102-3098a0238.
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).

Angelita de Carvalho e Daniela de Paula discutem a relação entre fecundidade e participação feminina no mercado de trabalho entre países da América Latina. As autoras demonstram que a convergência nos níveis dessas variáveis não impede que existam importantes diferenças entre os países da região. Alguns padrões principais foram identificados, o que levou as autoras a agruparem os países em três grandes categorias: aqueles com altas fecundidade e participação feminina no mercado de trabalho; os países com fecundidade baixa, mas participação no mercado de trabalho em nível intermediário; e outros com fecundidade alta e participação no mercado de trabalho baixa. A heterogeneidade de situações, provavelmente relacionadas a diferenças culturais, sociais e econômicas, indica a necessidade de políticas de gênero específicas para cada país (CARVALHO; PAULA, 2023CARVALHO, C. de C.; MARTINS, M.; VIACAVA, F.; OLIVEIRA, R. A. D. de. Análise comparativa de classificações de vulnerabilidade para municípios g100. Revista Brasileira de Estudos de População, v. 40, p. 1-20, 2023. https://doi.org/10.20947/S0102-3098a0246.
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).

O trabalho de Adriana Robles, por sua vez, discute nupcialidade, a partir de uma análise descritiva da associação entre escolaridade e diferença de idade entre cônjuges em uniões de diferentes sexos na América Latina. Por meio de amostras de censos de 1970 a 2010 de Bolívia, Equador e Uruguai, o estudo investiga a evolução dessa relação ao longo das coortes, em especial considerando o aumento da escolaridade, principalmente para mulheres. Os resultados indicam que, para o total da amostra, não houve diminuição significativa da diferença de idade ao longo das coortes, sendo observada uma relação negativa entre a diferença de idade entre cônjuges e a escolaridade das mulheres, enquanto para os homens há maior heterogeneidade entre os países (ROBLES, 2023ROBLES, A. Diferencia de edad entre cónyuges por nivel educativo en América Latina. El caso de Bolivia, Ecuador y Uruguay. Revista Brasileira de Estudos de População, v. 40, p. 1-13, 2023. http://dx.doi.org/10.20947/S0102-3098a0254.
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).

Com base em dados dos recenseamentos de 1890 e 1900 e outras fontes estatísticas históricas, Ana Silvia Volpi Scott, Maria Silvia Bassanezi e Dario Scott demonstram que o nível de filiação ilegítima no Estado de São Paulo era menor do que a média nacional, embora existissem diferenças na sua distribuição espacial dentro do Estado. Além disso, o trabalho sugere uma correlação negativa entre ilegitimidade e a presença de migrantes internacionais. Futuras pesquisas indicarão se esse padrão se repete em outros estados brasileiros (SCOTT; BASSANEZI; SCOTT, 2023SCOTT, A. S. V.; BASSANEZI, M. S. C. B.; SCOTT, D. Ilegítimos na transição entre o Império e a República: o caso do estado de São Paulo (1886-1900). Revista Brasileira de Estudos de População, v. 40, p. 1-24, 2023. http://dx.doi.org/10.20947/S0102-3098a0253.
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) .

A edição atual da Rebep também inclui um estudo sobre gênero e educação. Grace Angulo Pico, Menis Mercado Mejia, Marco Aguilera-Prado e Mauricio Rincón Moreno desenvolveram uma pesquisa sobre a disparidade de gênero em matemática entre estudantes universitários na Colômbia, utilizando os resultados dos exames de conclusão do ensino superior Saber Pro 2018. Por meio da modelização de quantis e da decomposição Juhn-Murphy-Pierce, os autores identificaram disparidades persistentes entre homens e mulheres na área analisada, destacando uma tendência favorável aos homens e a importância de características educacionais e institucionais. O estudo revelou a influência significativa da performance em matemática no ensino médio, que explica aproximadamente 25% da disparidade de gênero, além de apontar para um aumento na lacuna nos quartis mais elevados e uma heterogeneidade regional agravada pela interação entre gênero e região (PICO et al., 2023PICO, G. A.; MERCADO MEJIA, M.; AGUILERA-PRADO, M.; RINCÓN MORENO, M. Lacuna entre os sexos em matemática. Caso: estudantes universitários colombianos. Revista Brasileira de Estudos de População, v. 40, p. 1-21, 2023. https://doi.org/10.20947/S0102-3098a0239.
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).

Outro tópico fundamental das relações de gênero é tratado por Janaína Guiginski, Simone Wajnman e Flávia Chein. As autoras estimam a associação entre estado conjugal e os rendimentos do trabalho dos homens brasileiros, a partir de regressões lineares, quantílicas e decomposições de Oaxaca-Blinder. Os resultados indicam que o “prêmio do casamento”, quando são comparados homens casados com solteiros, é de 29%. Os homens em coabitação no Brasil também recebem um prêmio nos rendimentos em relação aos solteiros, embora em menor magnitude (16%). Esses prêmios, que compõem a parte não explicada das decomposições, depois que várias características são consideradas, estariam relacionados às diferenças na estrutura salarial de cada grupo populacional. Pesquisas futuras ajudarão a responder qual o papel da discriminação do empregador, seletividade, características não observadas e a influência das esposas e parceiras para a existência desses prêmios (GUIGINSKI; WAJNMAN; CHEIN, 2023GUIGINSKI, J.; WAJNMAN, S.; CHEIN, F. Evidências sobre o prêmio salarial masculino do casamento e da coabitação no Brasil. Revista Brasileira de Estudos de População, v. 40, p. 1-31, 2023. http://dx.doi.org/10.20947/S0102-3098a0257.
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).

Outro aspecto crucial da dinâmica demográfica é a migração. Carlos Ayala Durán caracterizou, em seu artigo, as mulheres hondurenhas empregadas em ocupações domésticas nos Estados Unidos, preenchendo uma lacuna na literatura sobre o tema. Utilizando questionários preenchidos por mulheres em cinco estados norte-americanos, a análise descritiva e inferencial revelou diferenças significativas em características como idade, número de dependentes, posse de bens e poupanças entre mulheres hondurenhas em empregos domésticos e em outras ocupações. A modelagem estatística utilizada mostrou fatores associados à condição em estudo, incluindo idade, poupanças, existência de conta bancária, renda mensal e contribuição à previdência social. O estudo ressaltou a importância de promover direitos humanos e explorar possíveis linhas de pesquisa relacionadas à migração dessas mulheres da América Central que vivem nos Estados Unidos (DURÁN, 2023DURÁN, C. A. Trabalho doméstico e migração nos Estados Unidos: uma caracterização de mulheres hondurenhas. Revista Brasileira de Estudos de População, v. 40, p. 1-18, 2023. https://doi.org/10.20947/S0102-3098a0245.
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).

Ainda no contexto das migrações, o trabalho de María Galvis-Malagón, Sandra Patricia Martínez-Cabezas, Natalia Niño Machado e Catalina González-Uribe analisa em profundidade a população migrante venezuelana na Colômbia. O artigo destaca a Colômbia como receptor da migração venezuelana e a necessidade de coletar dados para monitorar as condições de saúde dessa população. Com base em estudo qualitativo com entrevistas e observação etnográfica, o foco foi a caracterização das dinâmicas de inclusão e exclusão na produção de dados de saúde em Cúcuta, uma região fronteiriça. A análise das narrativas de diversos atores revelou questões na construção da categoria “migrante” nos dados de saúde, destacando o que é visível e ignorado no processo sociotécnico por trás da elaboração dessas informações (GALVIS-MALAGÓN et al., 2023GALVIS-MALAGÓN, M.; MARTÍNEZ-CABEZAS, S. P.; NIÑO MACHADO, N.; GONZÁLEZ-URIBE, C. Quem é contado? Narrativas sobre a métrica da saúde da população migrante venezuelana numa zona fronteiriça na Colômbia. Revista Brasileira de Estudos de População, v. 40, p. 1-24, 2023. https://doi.org/10.20947/S0102-3098a0235.
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).

Em estudo também associado às migrações, mas especificamente sobre refúgio, Raquel Proença, João Roberto Cavalcante, Anete Trajman e Eduardo Faerstein indicam a estimativa de que 89,3 milhões de pessoas estão em deslocamentos forçados globalmente, incluindo 27,1 milhões de refugiados, muitos devido à violência, sendo a prevalência dessas violências pouco conhecida. O trabalho analisa dados de solicitantes de refúgio no Rio de Janeiro de 2010 a 2017, revelando que um terço sofreu violência antes de chegar ao Brasil, com chances maiores entre migrantes de certos países como Paquistão, Congo e Colômbia. Violência física, tortura, ameaças e violência psicológica foram relatadas por uma parte significativa da população em estudo, destacando a necessidade de considerar essas experiências na prestação de serviços para essa população vulnerável (PROENÇA et al., 2023PROENÇA, R.; CAVALCANTE, J. R.; TRAJMAN, A.; FAERSTEIN, E. Violências relatadas por solicitantes de refúgio atendidos na Cáritas Arquidiocesana do Rio de Janeiro de 2010 a 2017. Revista Brasileira de Estudos de População, v. 40, p. 1-17, 2023. https://doi.org/10.20947/S0102-3098a0232.
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).

Guélmer de Faria apresenta uma resenha do livro Migraton and domestic work, de autoria de Sabrina Marchetti. O autor detalha aspectos importantes da obra, especialmente sobre a relação entre gênero, trabalho e migração, ressaltando a importância dos trabalhos doméstico e de cuidados remunerados nas migrações contemporâneas. O emprego de mulheres migrantes no trabalho doméstico e de cuidados diretos e indiretos é tema central que ganhará ainda mais importância com o envelhecimento populacional, processo que ocorre em diferentes níveis e ritmos ao redor do mundo (FARIA, 2023FARIA, G. J. A. D. Migração, relações interseccionais e cuidados domésticos transnacionais. Revista Brasileira de Estudos de População, v. 40, p. 1-8, 2023. http://dx.doi.org/10.20947/S0102-3098a0258.
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).

O artigo de Sylvia Soto-Alvarado, Fernando Gil-Alonso e Jaime Garrido-Castillo analisa a construção de redes sociais por imigrantes internacionais no Chile, examinando as características dessas redes de acordo com o país de origem. Os resultados revelam que imigrantes que se integram mais facilmente tendem a formar redes de vínculos fracos, enquanto aqueles com maior dificuldade em se incorporar estabelecem redes mais fechadas e coesas. A metodologia qualitativa, baseada em entrevistas semiestruturadas e análise sociológica do discurso, oferece insights sobre os padrões de construção de redes sociais entre diferentes grupos de imigrantes no contexto chileno (SOTO-ALVARADO; GIL-ALONSO; GARRIDO-CASTILLO, 2023SOTO-ALVARADO, S.; GIL-ALONSO, F.; GARRIDO-CASTILLO, J. Construção de redes sociais no país de destino: as experiências de venezuelanos, colombianos e espanhóis em uma cidade intermediária no Chile. Revista Brasileira de Estudos de População, v. 40, p. 1-23, 2023. https://doi.org/10.20947/S0102-3098a0237.
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).

Também analisando redes sociais, mas em outra perspectiva, o trabalho de Sílvio Segundo Salej Higgins, Adrian Pablo Hinojosa Luna, Reinaldo Onofre dos Santos, Andreia Maria Pinto Rabelo, Maíra Soalheiro e Vanessa Cardoso Ferreira, inspirado no estudo POLYMOD, um survey epidemiológico realizado em Belo Horizonte em junho de 2021, identificou taxas de contatos sociais por faixas etárias, tamanho e frequência de cliques, além de outros fatores sociodemográficos associados. A análise comparativa entre dois modelos SIR, simulando um processo pandêmico, revela que modelos com parâmetros ajustados a partir das taxas de contatos observadas descrevem melhor a dinâmica epidemiológica em comparação com aqueles ajustados a taxas projetadas para o Brasil. A segunda fase da análise, a partir da regressão log-lin, destaca que o tamanho da família, a idade e os círculos sociais são as principais covariáveis que influenciam a formação dos cliques, fornecendo insights valiosos para medidas de mitigação e controle de doenças respiratórias agudas (HIGGINS et al., 2023HIGGINS, S. S. S.; LUNA, A. P. H.; SANTOS, R. O. dos; RABELO, A. M. P.; SOALHEIRO, M.; FERREIRA, V. C. Um estudo sobre as taxas de contatos sociais relevantes para a difusão de doenças infecciosas em um aglomerado brasileiro. Revista Brasileira de Estudos de População, v. 40, p. 1-20, 2023. https://doi.org/10.20947/S0102-3098a0241.
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).

Ainda no que diz respeito à saúde da população, o trabalho de Everlane Suane de Araújo da Silva e Matheus Antonio Alves de Araujo aponta que, no contexto da pandemia de Covid-19, o aumento do uso de códigos garbage (mal definidos) na definição da causa básica de óbitos no Brasil levanta preocupações sobre a qualidade das informações de mortalidade. Na Paraíba, houve um significativo aumento no número de óbitos em 2020 durante a pandemia, que passaram de uma média de 27.000 para 31.107 óbitos, motivando a investigação do excesso de óbitos classificados com códigos garbage. O estudo identificou um excesso de 8,58% de óbitos classificados com códigos garbage em 2020 na Paraíba, com o maior valor registrado em junho (19,42%), ressaltando a necessidade de investigação semelhante em outras regiões do Brasil (SILVA; ARAUJO, 2023SILVA, E. S. A. da; ARAUJO, M. A. A. de. Excesso de óbitos classificados com códigos garbage na pandemia de Covid-19, no estado da Paraíba. Revista Brasileira de Estudos de População, v. 40, p. 1-17, 2023. https://doi.org/10.20947/S0102-3098a0249.
https://doi.org/10.20947/S0102-3098a0249...
).

A condição de saúde também apresenta forte peso das desigualdades sociais. Nesse sentido, o trabalho de Hisrael Passarelli-Araujo examinou as disparidades em saúde urbana em seis capitais brasileiras: São Paulo, Rio de Janeiro, Salvador, Fortaleza, Belo Horizonte e Manaus. Com a utilização do índice de saúde urbana (ISU), derivado do Censo Demográfico de 2010, o estudo quantifica e mapeia as diferenças intraurbanas nessas cidades, destacando a influência do status socioeconômico e das condições de saneamento. Os resultados revelam que setores censitários com melhores indicadores socioeconômicos e de saneamento apresentam índices de saúde urbana mais elevados, com nuances específicas em cada cidade, ressaltando a necessidade de considerar as distinções dentro do espaço urbano para compreender as condições de saúde da população (PASSARELLI-ARAUJO, 2023PASSARELLI-ARAÚJO, H. Mapeando as disparidades socioeconômicas de saúde urbana: um estudo comparativo entre seis capitais brasileiras. Revista Brasileira de Estudos de População, v. 40, p. 1-25, 2023. http://dx.doi.org/10.20947/S0102-3098a0251.
http://dx.doi.org/10.20947/S0102-3098a02...
).

Ainda sobre desigualdade, temos no atual número da Rebep o trabalho de José Firmino de Sousa Filho, Sara Costa Pedeira, Gervásio F. dos Santos, Joanna M. N. Guimarães, Andrêa J. F. Ferreira, Flávia Jôse O. Alves, Gabrielle R. Nascimento, Aureliano S. S. Paiva, Roberto F. S. Andrade, Emanuelle F. Góes, Maurício L. Barreto e Estela M. L. Aquino. O artigo analisa a segregação residencial por raça e renda no Brasil, utilizando o índice de dissimilaridade a partir do Censo Demográfico de 2010 em setores censitários urbanos. A segregação racial é mais proeminente nas regiões Sul e Sudeste e afeta, principalmente, a população autodeclarada preta. Não foram encontradas correlações significativas entre os índices de segregação racial e de renda com fatores como urbanização, destacando que a renda domiciliar per capita é um fator preponderante na segregação dos mais pobres, especialmente entre os autodeclarados pretos, nas 27 capitais brasileiras (SOUSA FILHO et al., 2023SOUSA FILHO, J. F. de; PEDEIRA, S. C.; SANTOS, G. F. dos; GUIMARÃES, J. M. N.; FERREIRA, A. J. F.; ALVES, F. J. O.; NASCIMENTO, G. R.; PAIVA, A. S. S.; ANDRADE, R. F. S.; GÓES, E. F.; BARRETO, M. L.; AQUINO, E. M. L. Segregação racial e econômica no Brasil: uma análise nacional das desigualdades socioeconômicas e socioespaciais. Revista Brasileira de Estudos de População, v. 40, p. 1-24, 2023. https://doi.org/10.20947/S0102-3098a0247.
https://doi.org/10.20947/S0102-3098a0247...
).

Versando sobre o mesmo tema (desigualdade), mas sob outro enfoque, o trabalho de Carolina de Campos Carvalho, Mônica Martins, Francisco Viacava e Ricardo Antunes Dantas de Oliveira aborda o conceito de g100, um grupo de municípios designado pela Frente Nacional de Prefeitos (FNP) com mais de 80 mil habitantes, baixa receita per capita e alta vulnerabilidade socioeconômica. Foi realizada uma comparação entre os municípios classificados como g100 e as posições nos Índices de Desenvolvimento Humano Municipal (IDHM), Índice de Vulnerabilidade Social (IVS) e Índice Brasileiro de Privação (IBP). Concluiu-se que

46 municípios g100 estavam entre os mais vulneráveis em todas as medidas, demonstrando a necessidade de um debate mais amplo e consensual sobre as medidas de vulnerabilidade socioeconômica para orientar políticas públicas mais equitativas (CARVALHO et al., 2023CARVALHO, C. de C.; MARTINS, M.; VIACAVA, F.; OLIVEIRA, R. A. D. de. Análise comparativa de classificações de vulnerabilidade para municípios g100. Revista Brasileira de Estudos de População, v. 40, p. 1-20, 2023. https://doi.org/10.20947/S0102-3098a0246.
https://doi.org/10.20947/S0102-3098a0246...
).

Também sobre questões socioeconômicas, o artigo desenvolvido por César Augusto Marques Silva destaca avanços científicos na compreensão das relações entre mudanças climáticas e dinâmica populacional, especialmente na inclusão de cenários que consideram questões populacionais centrais. Esses cenários, baseados em narrativas de trajetórias socioeconômicas, oferecem alternativas para desenvolvimentos sociais futuros, incorporando projeções populacionais multidimensionais com variáveis como sexo, idade e escolaridade. O estudo menciona a falta de discussão sobre esses pressupostos e implicações no contexto brasileiro, destacando a importância da abordagem das shared socioeconomic pathways (SSPs) para construir projeções populacionais subnacionais e seu potencial ganho na compreensão da relação entre população e ambiente (SILVA, 2023SILVA, E. S. A. da; ARAUJO, M. A. A. de. Excesso de óbitos classificados com códigos garbage na pandemia de Covid-19, no estado da Paraíba. Revista Brasileira de Estudos de População, v. 40, p. 1-17, 2023. https://doi.org/10.20947/S0102-3098a0249.
https://doi.org/10.20947/S0102-3098a0249...
).

Finalmente, o trabalho de autoria de Larissa Silveira Côrtes, Juliana Ruas Riani e Silvio Ferreira Júnior trata do impacto das concessões à iniciativa privada dos serviços de saneamento sobre o acesso à água e ao esgoto tratados e sobre as tarifas cobradas por esses serviços. A partir de um modelo de diferenças em diferenças e dados para quase quatro mil munícios brasileiros, os autores estimam efeitos positivos e estatisticamente significativos no acesso à água e ao esgoto após a privatização dos serviços prestados, embora com tarifas médias mais altas do que as praticadas por empresas públicas. Diante da importância do tema para o bem-estar da população brasileira, os resultados indicam que o setor privado pode ser um aliado do setor público na universalização desses serviços (CÔRTES; RIANI; FERREIRA JÚNIOR, 2023FERREIRA, H. D. S.; SILVA, B. C. V. da; ASSUNÇÃO, M. L. de. Estado nutricional e fatores associados à prevalência de obesidade entre escolares das redes pública e privada de ensino fundamental de Maceió, Alagoas. Revista Brasileira de Estudos de População, v. 40, p. 1-20, 2023. https://doi.org/10.20947/S0102-3098a0243.
https://doi.org/10.20947/S0102-3098a0243...
).

Expressamos nossa profunda gratidão aos autores e às autoras por suas contribuições valiosas no campo dos estudos populacionais, cujos trabalhos irão enriquecer significativamente nosso campo de estudo. Estendemos também nossos sinceros agradecimentos à Diretoria da Abep e aos integrantes do Conselho Editorial, cuja confiança e suporte incondicionais à Rebep têm sido inestimáveis. Um reconhecimento especial é direcionado aos(às) pareceristas, cuja dedicação e rigor na avaliação dos artigos são essenciais para manter a excelência acadêmica. A existência da Rebep é viabilizada pelo esforço incansável de nossas colaboradoras, fundamentais nas etapas de revisão, editoração, diagramação e publicação dos artigos. A elas devemos o sucesso deste volume. Por fim, somos imensamente gratos pelo apoio financeiro do CNPq e, em especial, da Fundação Carlos Chagas. Sua parceria duradoura tem sido vital para garantir o acesso aberto ao conteúdo da revista e isentar os autores de taxas, contribuindo para uma ciência mais inclusiva e democrática.

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Datas de Publicação

  • Publicação nesta coleção
    18 Dez 2023
  • Data do Fascículo
    2023
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