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Revista Brasileira de Ginecologia e Obstetrícia, Volume: 35, Número: 8, Publicado: 2013
  • Procedimentos para neuroproteção fetal: uso do sulfato de magnésio

    Moron, Antonio Fernandes; Araujo Júnior, Edward; Nardozza, Luciano Marcondes Machado
  • Desfechos maternos e perinatais em gestantes com líquido amniótico diminuído Artigos Originais

    Souza, Alex Sandro Rolland; Andrade, Larissa Rocha de; Silva, Felipe Lopes Torres da; Cavalcanti, Ana Neves; Guerra, Gláucia Virgínia de Queiroz Lins

    Resumo em Português:

    OBJETIVO: Determinar os desfechos maternos e perinatais em gestantes com o líquido amniótico diminuído segundo o índice de líquido amniótico (ILA). MÉTODOS: Realizou-se estudo de coorte com 176 pacientes admitidas na enfermaria de alto risco do Instituto de Medicina Integral Prof. Fernando Figueira (IMIP. O líquido amniótico foi mensurado pelo índice de líquido amniótico , sendo classificado como diminuído, quando entre 5,1 e 7,9 cm; oligohidrâmnio moderado, entre 3,1 e 5,0 cm; e grave, quando menor ou igual a 3,0 cm. Para se determinar a diferença entre os três grupos das variáveis categóricas estudadas, foram utilizados o teste de chi-quadrado e exato de Fisher, quando pertinentes, e, para as variáveis numéricas, utilizou-se o teste de Mann Whitney, em um nível de significância de 5%. RESULTADOS: As malformações fetais ocorreram mais frequentes quando o oligohidrâmnio foi grave, enquanto as síndromes hipertensivas foram associadas ao oligohidrâmnio moderado. Observou-se semelhança entre os três grupos em relação à rotura prematura das membranas e outras causas. O líquido amniótico reduzido foi encontrado com maior frequência quando a idade gestacional do diagnóstico foi ≥32ª semana. Em relação aos desfechos perinatais, a incidência de índice de Apgar <7 no 1ºe 5ºminuto do óbito perinatal, da icterícia neonatal e da hipoplasia pulmonar foi mais elevada na presença do oligohidrâmnio moderado a grave. CONCLUSÕES: As causas e os desfechos maternos e perinatais em gestantes com líquido amniótico reduzido varia em relação a sua classificação pelo ILA, estando o oligohidrâmnio grave associado aos desfechos perinatais adversos e às malformações fetais.

    Resumo em Inglês:

    PURPOSE: To determine maternal and perinatal outcomes in pregnant women with low amniotic fluid, according to the amniotic fluid index (AFI). METHODS: A cohort study conducted on 176 patients admitted to the high risk ward of Instituto de Medicina Integral Prof. Fernando Figueira (IMIP), in Recife, Pernambuco, Brazil. Amniotic fluid was measured by the amniotic fluid index, and classified as low when between 5.1 and 7.9 cm, moderate oligohydramnios between 3.1 and 5.0 cm, and severe oligohydramnios when less than or equal to 3.0 cm. To determine the difference between the three groups of categorical variables studied the chi-square and Fisher exact tests were used, when applicable, and for the numerical variables the Mann-Whitney test was applied, with the level of significance set at 5%. RESULTS: Fetal malformation more frequently occurred when oligohydramnios was severe. Hypertensive disorders, however, were associated with moderate oligohydramnios. There was similarity between the three groups in relation to premature rupture of membranes and other causes. Low amniotic fluid was more frequently diagnosed when tested at the gestational age of 32 weeks or earlier. Regarding the perinatal outcomes, the incidence of Apgar score <7 in the 1st and 5th minutes, perinatal death, neonatal jaundice and pulmonary hypoplasia was higher when oligohydramnios was moderate to severe. CONCLUSIONS: Maternal and perinatal causes and outcomes in pregnant women with low amniotic fluid vary with respect to their AFI, severe oligohydramnios being associated with fetal malformation and other adverse perinatal outcomes.
  • Assistência pré-natal e peso ao nascer: uma análise no contexto de unidades básicas de saúde da família Artigos Originais

    Pedraza, Dixis Figueroa; Rocha, Ana Carolina Dantas; Cardoso, Maria Vera Lúcia Moreira Leitão

    Resumo em Português:

    OBJETIVO: caracterizar a assistência pré-natal no contexto de Unidades Básicas de Saúde da Família e verificar a associação de sua adequação com características maternas, socioeconômicas e do saneamento ambiental, bem como a influência deste conjunto de fatores sobre o peso ao nascer das crianças. MÉTODOS: A população elegível para o estudo foi constituída por todas as mulheres que tiveram parto durante o ano de 2009 e residentes no município de Queimadas no momento da coleta de dados. As informações foram coletadas com o uso de entrevista com as mães nas Unidades Básicas de Saúde da Família ou no domicílio materno mediante aplicação de questionário. O índice de adequação pré-natal (variável desfecho) foi definido como adequado sempre que realizou-se seis ou mais consultas de pré-natal e iniciou-se o acompanhamento no primeiro trimestre da gravidez (<20 semanas). Realizou-se regressão logística hierárquica para estimar razões de chance de pré-natal inadequado e um modelo de regressão linear múltipla foi empregado para estimar o efeito da adequação do pré-natal e das variáveis maternas, socioeconômicas e do saneamento ambiental sobre o peso ao nascer. Foi considerada associação significante p valores <5% e o programa estatístico utilizado foi Rv2.10.0. RESULTADOS: De um total de 199 mulheres incluídas, 78,4% foram classificadas como de cuidado pré-natal adequado. Após ajustamento por outros preditores, manteve-se como variável explicativa do pré-natal inadequado a idade da mãe igual ou inferior a 19 anos (RC 4,2; IC95% 1,1 - 15,8). Mesmo após controle de variáveis, associaram-se com a redução do peso ao nascer das crianças o abastecimento de água por poço/nascente, o lixo queimado/enterrado e o lixo a céu aberto, respondendo por reduções de peso da ordem de 563,8, 262,0 e 951,9 g, respectivamente. CONCLUSÃO: A adequada assistência pré-natal pode amenizar a influência das desigualdades socioeconômicas relacionadas com a atenção à saúde. Ainda nessa situação, mães adolescentes apresentam maior possibilidade de pré-natal inadequado e o baixo peso ao nascer favorece-se por condições de saneamento inapropriadas (forma de abastecimento da água e destino do lixo).

    Resumo em Inglês:

    PURPOSE: To characterize prenatal care and to evaluate the association of its adequacy with maternal, socioeconomic and environmental sanitation characteristics, as well as the influence of these factors on the birth weight of the children. METHODS: The eligible population for the study consisted of all women who had children during 2009 and lived in the city of Queimadas at the time of data collection. Information was collected with a questionnaire applied to the mothers in Family Health Basic Units or in their residence. The prenatal care adequacy index (outcome variable) was defined as adequate when the mother attended six or more prenatal visits and began monitoring during the first trimester of pregnancy (<20 weeks). Hierarchical logistic regression was performed to estimate the odds ratios for inadequate prenatal care and a multiple linear regression model was used to estimate the effect of adequacy of prenatal care and maternal, socioeconomic and environmental sanitation variables on birth weight. The statistical program used was Rv2.10.0, with the level of significance set at p <5%. RESULTS: Of a total of 199 women studied, 78.4% were classified as having received adequate prenatal care. After adjustment for other predictors, maternal age of 19 years or less remained as an explanatory variable of inadequate prenatal care (OR 4.27, 95%CI 1.10 - 15.89). Even after controlling for variables, child's birth weight was negatively associated with water supply from a well/spring and burnt/buried garbage, accounting for weight reductions of the order of 563.8, 262.0 and 951.9 g, respectively. CONCLUSION: Adequate prenatal care can alleviate the influence of socioeconomic disparities related to health care. Even in this situation, teenage mothers are more likely to receive inadequate prenatal care and low birth weight is favored by improper sanitation conditions (such as water supply and garbage disposal).
  • Valores de referência para parâmetros doplervelocimétricos das artérias uterinas entre a 11ª e 14ª semanas de gestação em uma amostra populacional do Nordeste do Brasil Original Articles

    Alves, Júlio Augusto Gurgel; Silva, Bruna Yang da Costa; Sousa, Paulo Cesar Praciano de; Maia, Sammya Bezerra; Costa, Fabrício da Silva

    Resumo em Português:

    OBJETIVO: Estabelecer valores de referência para os índices de resistência (UtA-IR) e de pulsatilidade (UtA-IP) das artérias uterinas em mulheres com gravidezes saudáveis do nordeste do Brasil. MÉTODOS: Um estudo de coorte observacional prospectivo, incluindo 409 gestações únicas consecutivas submetidas a exame de ultrassonografia de rotina entre 11 e 14 semanas de gestação, foi realizado. As pacientes responderam a um questionário para avaliar características epidemiológicas maternas. Os índices UtA-IR e UtA-IP das artérias uterinas esquerda e direita foram examinadas através de Doppler colorido e pulsátil por técnica transabdominal. A média UtA-IP, a média UtA-IR e a presença de incisura protodiastólica bilateral foram registradas. Regressão quartil foi utilizada para estimar os valores de referência. RESULTADOS: A média±desvio-padrão de UtA-IR e UtA-IP foram de 0,7±0,1 e 1,5±0,5, respectivamente. Quando separadas por idade gestacional, a média de UtA-IP foi de 1,6±0,5 com 11 semanas, 1,5±0,6 com 12 semanas, 1,4±0,4 com 13 semanas e 1,3±0,4 em uma gestação de 14 semanas e a média de UtA-IR foi de 0,7±0,1 com 11 semanas, 0,7±0,1 com 12 semanas, 0,6±0,1 com 13 semanas e 0,6±0,1 com 14 semanas de gestação. Incisura bilateral das artérias uterinas estava presente em 261 (63,8%) pacientes. Observou-se que os percentis 5 e 95 de UtA-IP e UtA-IR foram 0,7 e 2,3 e 0,5 e 0,8, respectivamente. CONCLUSÃO: A curva de valores de referência dos índices de dopplervelocimetria das artérias uterinas no primeiro trimestre foi estabelecida para gestações únicas e saudáveis do nordeste do Brasil. Os valores do percentil 95 para os índices UtA-IP e UtA-IR podem servir como ponto de corte para estudos de predição de complicações em gravidezes (por exemplo, pré-eclampsia) no nordeste do Brasil.

    Resumo em Inglês:

    PURPOSE: To establish reference values for the first trimester uterine artery resistance index (UtA-RI) and pulsatility index (UtA-PI) in healthy singleton pregnant women from Northeast Brazil. METHODS: A prospective observational cohort study including 409 consecutive singleton pregnancies undergoing routine early ultrasound screening at 11 - 14 weeks of gestation was performed. The patients responded to a questionnaire to assess maternal epidemiological characteristics. The left and right UtA-PI and UtA-RI were examined by color and pulsed Doppler by transabdominal technique and the mean UtA-PI, mean UtA-RI and the presence of bilateral protodiastolic notching were recorded. Quartile regression was used to estimate reference values. RESULTS: The mean±standard deviation UtA-RI and UtA-PI were 0.7±0.1 and 1.5±0.5, respectively. When segregated for gestation age, mean UtA-PI was 1.6±0.5 at 11 weeks, 1.5±0.6 at 12 weeks, 1.4±0.4 at 13 weeks and 1.3±0.4 at 14 weeks' gestation and mean UtA-RI was 0.7±0.1 at 11 weeks, 0.7±0.1 at 12 weeks, 0.6±0.1 at 13 weeks and 0.6±0.1 at 14 weeks' gestation. Uterine artery bilateral notch was present in 261 (63.8%) patients. We observed that the 5th and 95th percentiles of the UtA-PI and UtA-RI uterine arteries were 0.7 and 2.3 and, 0.5 and 0.8, respectively. CONCLUSION: Normal reference range of uterine artery Doppler in healthy singleton pregnancies from Northeast Brazil was established. The 95th percentile of UtA-PI and UtA-RI values may serve as a cut-off for future prediction of pregnancy complications studies (i.e., pre-eclampsia) in Northeast Brazil.
  • Avaliação dos fatores perinatais que interferem na incidência de enterocolite necrosante em recém-nascidos de muito baixo peso Artigos Originais

    Vieira, Alan Araújo; David, Bruna Bianca Lopes; Lino, Renata Rodrigues Garcia; Duarte, Luciana de Barros; Bueno, Arnaldo Costa

    Resumo em Português:

    OBJETIVO: Avaliar os fatores perinatais que interferem na incidência de enterocolite necrosante (ECN) em recém-nascidos (RN) com peso menor que 1.500 g. MÉTODOS: Estudo prospectivo no qual foram analisados todos os RN com peso de nascimento (PN) menor que 1.500 g nascidos no período de janeiro de 2006 a dezembro de 2010 (n=183). Estes foram divididos em dois grupos, os que apresentaram ENC (n=18) e os que não apresentaram ECN (n=165), e foram comparados quanto aos fatores perinatais que pudessem influenciar na incidência de ECN. As médias das variáveis foram comparadas pelo Teste t de Student ou testes não paramétricos, e os percentuais das variáveis categóricas foram comparados por meio do teste do χ². Quando as variáveis se apresentaram diferentes entre os grupos, foram analisadas por meio de regressão logística, tendo como variável dependente a presença de ECN. O pacote estatístico utilizado foi o SPSS 16.0 for Windows. RESULTADOS: Os dois grupos foram semelhantes em relação à maioria das características clínicas e dados demográficos, tanto neonatais quanto maternos, exceto pela presença de pré-eclampsia (PE), mais frequente entre as gestantes cujos filhos evoluíram com ECN (61,1 versus 35,6%). A presença de PE aumentou a chance de ocorrência de ECN em 2,84 vezes (IC95% 1,04 - 7,7). CONCLUSÃO: O único fator materno que se mostrou relevante para a incidência de ECN nos RN de muito baixo peso avaliados foi a presença de PE. O conhecimento desse fato pode direcionar a equipe perinatal a um cuidado mais criterioso em relação à prevenção de ECN nesta população específica.

    Resumo em Inglês:

    PURPOSE: To evaluate the perinatal factors that influence the incidence of necrotizing enterocolitis (NEC) in newborns infants (NBI) weighing less than 1,500 g. METHODS: A prospective study that analyzed all infants with birth weight (BW) less than 1,500 g born between January 2006 to December 2010 (n=183). They were divided into two groups, i.e. infants diagnosed with NEC (n=18) and infants without a diagnosis of NEC (n=165), which were compared in terms of perinatal factors that could influence the incidence of NEC. Mean data were compared by Student's t-test or nonparametric tests and percentages of categorical variables were compared by the χ² test. When the variables showed differences between groups, they were analyzed using logistic regression with the dependent variable as the presence of NEC. The statistical package used was SPSS 16.0 for Windows. RESULTS: The two groups were similar in terms of most of the clinical and demographic neonatal and maternal data, except for the presence of preeclampsia (PE), which was higher in patients whose children developed NEC (61.1 versus 35,6%). The presence of PE increased the chance of occurrence of NEC by 2.84 times (95%CI 1.0 - 7.7). CONCLUSION: The only factor that can interfere with the incidence of NEC in infants of very low birth weight was the presence of PE. Awareness of this fact can guide the perinatal team in providing more judicious care regarding the prevention of NEC in this specific population.
  • Paralisia facial periférica e gestação: abordagem e tratamento Artigos Originais

    Ferreira, Maria Augusta Aliperti; Lavori, Milena; Carvalho, Guilherme Machado de; Guimarães, Alexandre Caixeta; Silva, Vanessa Golçalves; Paschoal, Jorge Rizzato

    Resumo em Português:

    OBJETIVO: Comparar o grau da paralisia facial periférica de gestantes e puérperas no momento da admissão e na alta e avaliar outros fatores associados. MÉTODOS: Estudo retrospectivo, transversal, com análise dos prontuários de gestantes e puérperas atendidas no ambulatório de paralisia facial, em um período de 12 meses, com aplicação de protocolo padronizado de avaliação das pacientes e da escala de House-Brackmann na primeira consulta e na data da alta. RESULTADOS: Foram identificadas 6 pacientes, com média de idade de 22,6 anos. Cinco casos foram classificados com estadiamento IV e um com II na escala de House-Brackmann, sendo que duas eram puérperas e quatro gestantes. Todas evoluíram com melhora na escala de House-Brackmann. CONCLUSÃO: A paralisia de Bell tem bom prognóstico mesmo em gestantes e puérperas, sendo importante realizar tratamento adequado para diminuir as sequelas neste grupo apontado como mais susceptível à paralisia facial periférica.

    Resumo em Inglês:

    PURPOSE: To compare the degree of peripheral facial palsy of pregnant women and puerperae at admission and at discharge and to evaluate related factors. METHODS: Retrospective, cross-sectional study, with analysis of medical records of pregnant and postpartum women with facial palsy, over a period of 12 months, with application of a standardized protocol for patient evaluation and of the House-Brackmann scale on the occasion of the first visit and at discharge. RESULTS: Six patients were identified, mean age of 22.6 years. Five cases were classified as stage IV and one as stage II on the House-Brackmann scale, being two of them puerperae and four pregnant. All showed improvement on the House-Brackmann scale. CONCLUSION: The Bell's palsy has a good prognosis even in pregnant and postpartum women, being important to perform the correct treatment to reduce the sequelae in this group identified as more susceptible to peripheral facial palsy.
  • Adequação do dispositivo intrauterino pela avaliação ultrassonográfca: inserção pós-parto e pós-abortamento versus inserção durante o ciclo menstrual Artigos Originais

    Holanda, Antônio Arildo Reginaldo de; Pessoa, Aline de Melo; Holanda, Julita de Campos Pipolo; Melo, Maria Helena Vieira de; Maranhão, Técia Maria de Oliveira

    Resumo em Português:

    OBJETIVO: Comparar, empregando a ultrassonografia transvaginal, a adequação da posição do dispositivo intrauterino (DIU) na cavidade uterina, em função do período: inserção pós-parto e pós-aborto versus inserção durante o ciclo menstrual. MÉTODOS: Estudo epidemiológico do tipo individuado, observacional e transversal, realizado entre fevereiro e julho de 2013. Foram incluídas 290 mulheres, sendo 205 com inserção no ciclo menstrual e 85 no pós-abortamento/pós-parto. As variáveis independentes foram: idade, paridade, tempo de uso, época de inserção, número de retornos ao planejamento familiar, satisfação com o método, desejo de continuidade, queixas e complicações. A variável dependente foi a adequação do DIU na cavidade uterina. Para a análise estatística empregou-se o teste do χ², com correção de Pearson, e o teste exato de Fisher, considerando um nível de significância de 5%. RESULTADOS: A idade média foi de 29,4 anos e o tempo médio de uso foi de 2,7 anos; 39,3% das mulheres tiveram queixas associados ao método, sendo a menorragia a mais frequente (44,7%). A satisfação foi de 85%, e 61,4% retornaram duas ou mais vezes para consultas. A faixa etária, a paridade e a posição do útero não se associaram com má adequação do DIU na cavidade uterina (p>0,05). A inserção no ciclo menstrual associou-se mais à posição adequada do DIU do que a inserção pós-parto/pós-abortamento, com significância estatística (p=0,028). CONCLUSÃO: A inserção no pós-parto e pós-abortamento apresentaram piores resultados quanto à adequação do DIU, não sendo observado o mesmo com a faixa etária, a paridade e a posição do útero na cavidade pélvica.

    Resumo em Inglês:

    PURPOSE: To compare by transvaginal ultrasound the position of the intrauterine device (IUD) inside the uterine cavity, depending on the time of insertion, postpartum and post-abortion, and during the menstrual cycle. METHODS: Epidemiologic, observational and cross-sectional study carried out between February and July, 2013. A total of 290 women were included, 205 of them with insertion during the menstrual cycle and 85 during the postpartum and post-abortion periods. The independent variables were: age, parity, time of use, insertion time, number of returns to family planning, satisfaction with the method, wish to continue using the device, symptoms and complications. The dependent variable was the adequate position of the IUD inside the uterine cavity. The χ² test with Pearson's correction and the Fisher exact test were used for statistical analysis, with the level of significance set at 5%. RESULTS: The average age was 29.4 years and the average time of IUD use was 2.7 years; 39.3% of the women had symptoms associated with the method, the most frequent being menorrhagia (44.7%). The degree of satisfaction was 85% and 61.4% of the women returned two or more times for consultation about family planning. Age, parity and the position of the uterus in the pelvic cavity was not associated with a poor position of the IUD inside the uterine cavity (p>0.05). Insertion during the menstrual cycle was significantly more associated with a correct position of the IUD than postpartum and post-abortion insertion (p<0.028). CONCLUSION: Postpartum and post-abortion insertion showed worse results regarding the adequacy of IUD position, a fact that was not observed regarding age, parity or position of the uterus in the pelvic cavity.
  • Prevalência de Chlamydia trachomatis e fatores de risco associados à infecção detectada em amostra endocervical Artigos Originais

    Garcês, Alzira Xavier; Martinez, Ana Maria Barral de; Gonçalves, Carla Vitola; Germano, Fabiana Nunes; Barral, Maria Fernanda Martinez; Vieira, Valdimara Correia

    Resumo em Português:

    OBJETIVO: Foi avaliar a prevalência de Chlamydia trachomatis e os fatores de risco associados à infecção em amostras endocervicais de mulheres atendidas em ambulatório de Ginecologia e Obstetrícia. MÉTODOS: Amostras de secreção endocervical de 200 mulheres atendidas em Hospital Universitário foram avaliadas para diagnosticar C. trachomatis com uso da reação em cadeia da polimerase (PCR) utilizando primers CT05/CT06 que amplificam 281 pares de bases da principal proteína de membrana externa de C. trachomatis. Todas as participantes responderam a um questionário pré-codificado e autoaplicável. Os dados foram analisados no programa do software SPSS 17.0; para a análise multivariada foi utilizada a regressão de Poisson. RESULTADOS: Das 200 mulheres que foram incluídas no estudo, a prevalência de infecção por C. trachomatis foi de 11% (22 pacientes) e destas 55 (27,5%) foram positivas para o HPV. Os fatores de risco associados à infecção por C. trachomatis foram: ter 8 anos ou menos de escolaridade (p<0,001), renda familiar de até 1 salário mínimo (p=0,005), primeira relação sexual com 15 anos ou menos (p=0,04) e ser portadora do vírus HIV (p<0,001). Após a análise multivariada, apenas as variáveis escolaridade igual ou inferior a oito anos (RP 6,0; IC95% 1,26 - 29,0; p=0,02) e presença do HIV (RP 14,1; IC95% 3,4 - 57,5; p<0,001) permaneceram significantes. CONCLUSÕES: A prevalência de C. trachomatis em amostras endocervicais pelo método de PCR foi de 11%. Os fatores associados à maior infecção por C. trachomatis foram menor escolaridade e ser portar o vírus HIV.

    Resumo em Inglês:

    PURPOSE: It was to determine the prevalence of Chlamydia trachomatis and the risk factors associated with infection in endocervical specimens from women seen in outpatient Obstetrics and Gynecology. METHODS: Samples of endocervical secretion of 200 women treated at the University Hospital of the Federal University of Rio Grande were analyzed for the presence of C. trachomatis by polymerase chain reaction (PCR) using primers that amplify CT05/CT06 281 base pairs of the main outer membrane protein of C. trachomatis. All participants completed a pre-coded and self-report questionnaire. Data were analyzed with the SPSS 17.0 software; for multivariate analysis it was used Poisson regression. RESULTS: Of the 200 women who were included in the study, the prevalence of infection with C. trachomatis was 11% (22 patients) and these 55 (27.5%) were positive for HPV. Risk factors associated with infection by C. trachomatis were: 8 years or less of schooling (p<0.001), family income below the poverty level (p=0.005), first intercourse at age 15 or less (p=0.04) and being a carrier of the virus HIV (p<0.001). After multivariate analysis, only the variables of schooling or less than eight years (PR 6.0; 95%CI 1.26 - 29.0; p=0.02) and presence of HIV (RP 14.1; 95%CI 3.4 - 57.5; p<0.001) remained statistically significant. CONCLUSIONS: The prevalence of C. trachomatis in endocervical specimens by PCR was 11%. The factors associated with a higher infection by C. trachomatis were lower education and being HIV positive.
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