Resumos
Este estudo pretende: a) discutir a identidade dos "holandeses" de Carambeí; b) analisar a variedade de português falada pelos "holandeses" de Carambeí no que diz respeito ao uso do r-forte; e c) estabelecer que tipo de relação se dá entre identidade e uso de determinada variante de r-forte no português. No que diz respeito à identidade manifesta pelos "holandeses", percebe-se que se estabelecem dois grupos distintos: o dos "brasileiros" (parte do Grupo 2F e Grupos 3M e 3F) e dos "holandeses" (Grupos 1M, 1F, 2M, e parte do Grupo 2F). No que diz respeito ao uso de r-forte, os grupos 1M e 1F usam vibrante múltipla e tepe; o Grupo 2M também usa a vibrante e o tepe; já o Grupo 2F foi dividido: o Grupo 2Fa usa somente vibrante e tepe e o Grupo 2Fb usa fricativa e vibrante. Os Grupos 3M e 3F usam somente fricativa.
Identidade; variedade de portugues falada em Carambeí; r-forte
This study intends to: a) discuss the identity of the "Dutch" of Carambeí; b) analyze the variety of Portuguese spoken by the "Dutch" of Carambeí regarding the use of strong-R; b) establish what sort of relationship takes place between identity and use of certain varieties of the strong-R in Portuguese. Related to the identity shown by the "Dutch", it is observable that two different groups are established: the "Brazilian" (a part of Group 2F and Groups 3M and 3F) and the "Dutch" (Groups 1M, 1F, 2M and a part of Group 2F). Considering the use of strong-R, groups 1M and 1F use trill and tap; group 2M also uses trill and tap; Group 2F, although, was divided: Group 2Fa uses trill and tap and Group 2Fb uses fricative and trill. Groups 3M and 3F use only fricative.
Identity; variety of Portuguese spoken by the Dutch of Carambeí; strong-r
ARTIGOS
A variedade de português falada pelos "holandeses" de Carambeí: identidade e r-forte1 1 Este artigo faz parte da tese de doutorado intitulada "Os "holandeses" de Carambeí: estudo sociolingüístico", sob orientação da Profa. Dra. Tânia Maria Alkmim.
The variety of Portuguese spoken by the Dutch of Carambeí: identity and strong-r
Letícia Fraga
Universidade Estadual de Ponta Grossa - UEPG, E-mail: leticiafraga@gmail.com
RESUMO
Este estudo pretende: a) discutir a identidade dos "holandeses" de Carambeí; b) analisar a variedade de português falada pelos "holandeses" de Carambeí no que diz respeito ao uso do r-forte; e c) estabelecer que tipo de relação se dá entre identidade e uso de determinada variante de r-forte no português. No que diz respeito à identidade manifesta pelos "holandeses", percebe-se que se estabelecem dois grupos distintos: o dos "brasileiros" (parte do Grupo 2F e Grupos 3M e 3F) e dos "holandeses" (Grupos 1M, 1F, 2M, e parte do Grupo 2F). No que diz respeito ao uso de r-forte, os grupos 1M e 1F usam vibrante múltipla e tepe; o Grupo 2M também usa a vibrante e o tepe; já o Grupo 2F foi dividido: o Grupo 2Fa usa somente vibrante e tepe e o Grupo 2Fb usa fricativa e vibrante. Os Grupos 3M e 3F usam somente fricativa.
Palavras-chave: Identidade, variedade de portugues falada em Carambeí, r-forte
ABSTRACT
This study intends to: a) discuss the identity of the "Dutch" of Carambeí; b) analyze the variety of Portuguese spoken by the "Dutch" of Carambeí regarding the use of strong-R; b) establish what sort of relationship takes place between identity and use of certain varieties of the strong-R in Portuguese. Related to the identity shown by the "Dutch", it is observable that two different groups are established: the "Brazilian" (a part of Group 2F and Groups 3M and 3F) and the "Dutch" (Groups 1M, 1F, 2M and a part of Group 2F). Considering the use of strong-R, groups 1M and 1F use trill and tap; group 2M also uses trill and tap; Group 2F, although, was divided: Group 2Fa uses trill and tap and Group 2Fb uses fricative and trill. Groups 3M and 3F use only fricative.
Keywords: Identity, variety of Portuguese spoken by the Dutch of Carambeí, strong-r
Texto completo do artigo disponível apenas em PDF.
Article full text available only in PDF format.
Recebido em março de 2008.
Aprovado em maio de 2009.
- ABAURRE, M. B. M.; SÂNDALO, M. F. S. Os róticos revisitados. In: DA HORA, Demerval; COLLISCHONN, Gisela. Teoria linguística: fonologia e outros temas. João Pessoa: Editora Universitária/UFPB, 2003. p. 144-180.
- AMÂNCIO, Rosana Gemima. As "cidades trigêmeas": um estudo sobre atitudes linguístico-sociais e identidade. 2007. 102 f. Dissertação (Mestrado em Linguística) - Instituto de Estudos da Linguagem, Universidade Estadual de Campinas, Campinas, 2007.
- CALLOU, Dinah; LEITE, Yonne. Iniciação à fonética e à fonologia 7. ed. Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 2000.
- CRISTÓFARO SILVA, Thaïs. Fonética e fonologia do português São Paulo: Contexto, 1999.
- ESPIGA, Jorge Walter da Rocha. Influência do espanhol na variação da lateral pós-vocálica do português da fronteira 1997. 213 f. Dissertação (Mestrado em Linguística) - Universidade Católica de Pelotas, Pelotas, 1997.
- FERNÁNDEZ, Francisco Moreno. Actitudes Linguísticas. In: ______. Principios de sociolinguística y sociología del lenguaje Barcelona: Editorial Ariel, 1998. p. 179-193.
- GILLIS, S.; DE HOUWER, A. The acquisition of Dutch Amsterdam /Philadelphia: John Benjamins Publishing Company, 1998.
- KOCH, W.; KLASSMANN, M. S.; ALTENHOFEN, C. V. (Org.) ALERS: Atlas linguístico-etnográfico da região sul do Brasil. Curitiba/ Florianópolis/ Porto Alegre: Editora UFPR/ Editora da UFSC/ UFRGS Editora, 2002.
- KRAMSCH, Claire. Language and Culture. Oxford: Oxford University Press, 1998.
- KRAMSCH, Claire. Language and Culture Oxford: Oxford University Press, 2003.
- MEY, Jacob. Etnia, Identidade e Língua. In: SIGNORINI, Inês (Org.) Língua(gem) e Identidade. Campinas, SP: Mercado das Letras; São Paulo: FAPESP, 1998. p. 69-88.
- MONARETTO, Valéria N. de O. A vibrante: representação e análise sociolinguística. 1992. 104 f. Dissertação (Mestrado em Letras) - Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Porto Alegre, 1992.
- PAIVA, Maria da Conceição de. A variável gênero / sexo. In: MOLLICA, Maria Cecília; Braga, Maria Luiza (Org.) Introdução à sociolinguística: o tratamento da variação. São Paulo: Contexto, 2004.
- RICKLI, João Frederico. A comunidade da benção: religião, família e trabalho na colônia Castrolanda. 2003. 146 f. Dissertação (Mestrado em Antropologia Social) - Universidade Federal do Paraná, Curitiba, 2003.
- SAVILLE-TROIKE, Muriel. The ethnography of communication, an introduction 2. ed. Oxford: Blackwell, 1989.
- SILVA, Tomaz Tadeu da. A Produção da Identidade e da Diferença. In: ______ (Org.) Identidade e Diferença: a perspectiva dos estudos culturais. Petrópolis: Vozes, 2000. p. 73-102.
- TOSCAN, Mirian Peccati. O comportamento linguístico na comunidade bilíngue ítalo-brasileira de Nova Pádua/RS: identidade, prestígio e estigma linguísticos. 2005. 189 f. Dissertação (Mestrado em Lingüística) - Universidade de Caxias do Sul, Caxias do Sul, 2005.
- VERBURG, Marrigje K. O Bilinguismo em Castrolanda: aspectos sociais da aquisição da segunda língua. 1980. 144 f. Dissertação (Mestrado em Lingüística) - Universidade Federal do Paraná, Curitiba, 1980.
Datas de Publicação
-
Publicação nesta coleção
08 Mar 2013 -
Data do Fascículo
2009
Histórico
-
Aceito
Maio 2009 -
Recebido
Mar 2008