EFEITOS DO EXERCÍCIO COM SLING NA RESISTÊNCIA DO CORE E DESEMPENHO DE JOGADORES DE BASQUETEBOL

RESUMO

Introdução

A sólida estabilidade e a força do core permitem que o tronco transfira o torque máximo para os segmentos terminais, o que é propício para melhorar o desempenho atlético. Como um novo método de exercício para o core, o efeito do treinamento com sling na resistência do tronco com relação ao desempenho no basquete tem sido pouco estudado.

Objetivo

Investigar se um programa de exercícios para o core em um grupo esportivo específico pode melhorar o desempenho do core e específico do esporte.

Métodos

Um total de 40 estudantes universitários formados em basquete foram aleatoriamente designados para grupos de treinamento e controle. Uma série padronizada de testes de resistência do core e desempenho específico do basquete foi usada para determinar e avaliar os efeitos dos exercícios com sling na força, resistência e controle do tronco.

Resultados

A resistência dos músculos flexores, extensores e flexores laterais direito e esquerdo do tronco foi significativamente maior no grupo treinamento em comparação ao grupo controle e o tempo para concluir o teste de bandeja com obstáculos foi menor que o do grupo controle no final do programa de treinamento, p < 0,01. Não houve diferenças entre os dois grupos quanto ao lance livre, arremesso em posição fixa e salto vertical e alcance no final do programa de treinamento.

Conclusões

Os exercícios com sling podem melhorar a resistência e a força do core em jogadores de basquete e aumentar a velocidade das bandejas com drible. Nível de evidência I; Estudo clínico randomizado.

Estabilidade Central; Centro Abdominal; Força muscular; Treinamento de resistência; Performance atlética

ABSTRACT

Introduction

Strong core stability and strength enable the trunk to transfer the maximum amount of torque to the terminal segments, which is conducive to improving athletic performance. Because sling training is a new core exercise method, its effect on trunk endurance relative to basketball performance has rarely been studied.

Objective

To investigate whether a core exercise program in a specific sports group can improve core and sports-specific performance.

Methods

A total of 40 college students majoring in basketball were randomly assigned to training and control groups. A standardized set of core endurance and basketball-specific performance tests were used to determine and assess the effects of sling training on trunk strength, endurance, and control.

Results

Flexor, extensor, and right and left lateral trunk flexor muscles endurance were significantly greater in the training group than in the control group, and the time to complete the layup obstacle course was shorter than in the control group at the end of the training program, p<0.01. No differences between the two groups were found in the penalty shot, the fixed position shot, or the vertical jump and reach at the end of the training program.

Conclusions

Sling exercises can improve the core endurance and strength of basketball players and increase the speed of lay-ups over obstructions. Level of evidence I; Randomized clinical trial.

Core Stability; Abdominal Core; Muscle strength; Endurance training; Athletic performance

RESUMEN

Introducción

La sólida estabilidad y fuerza del core permiten que el tronco transfiera el torque máximo a los segmentos terminales, lo que conduce a mejorar el rendimiento deportivo. Como método novedoso de ejercicio para el core, se ha estudiado poco el efecto del entrenamiento con ejercicios con sling sobre la resistencia del tronco en relación con el rendimiento en el baloncesto.

Objetivo

Investigar si un programa de ejercicios para el core en un grupo deportivo específico puede mejorar el rendimiento del core y específico del deporte.

Métodos

Un total de 40 estudiantes universitarios con especialización en baloncesto fueron asignados aleatoriamente a grupos de entrenamiento y de control. Se utilizó una serie estandarizada de pruebas de resistencia del core y rendimiento específico del baloncesto para determinar y evaluar los efectos de los ejercicios con sling en la fuerza, la resistencia y el control del tronco.

Resultados

La resistencia de los músculos flexores, extensores y flexores laterales derecho e izquierdo del tronco fue significativamente mayor en el grupo de entrenamiento en comparación con el grupo de control, y el tiempo para completar la prueba de tiro con obstáculos fue menor que el del grupo de control al final del programa de entrenamiento, p<0,01. No hubo diferencias entre los dos grupos en lo que respecta a: tiro libre, lanzamiento en posición fija y salto vertical y alcance al final del programa de entrenamiento.

Conclusiones

Los ejercicios con sling pueden mejorar la resistencia y la fuerza del core en jugadores de baloncesto y aumentar la velocidad de los tiros con dribling. Nivel de evidencia I; Ensayo clínico aleatorizado.

Estabilidad Central; Núcleo Abdominal; Fuerza muscular; Entrenamiento de resistencia; Rendimiento atlético

INTRODUÇÃO

Os exercícios para core , que visam à força do tronco, são amplamente utilizados na reabilitação e no treinamento atlético para prevenir ou tratar lesões esportivas.¹ - ³ Vários profissionais incorporaram os exercícios para core à prática; esses exercícios podem prevenir e tratar dores lombares e lesões nos membros, incluindo lesões no joelho e distensões nos músculos isquiotibiais.⁴ , ⁵ Além disso, os exercícios podem condicionar os músculos do core e melhorar o desempenho esportivo.⁶ - ⁸

Os exercícios relacionados com o core , como treinamento com bola suíça, treinamento de equilíbrio, treinamento com pesos e ioga, tornaram-se atividades físicas populares mesmo entre as populações em geral nos últimos anos. O treinamento com sling (SET) surgiu recentemente como um novo método de exercício para o core .⁹ Essa modalidade usa uma corda pendurada e equipamentos auxiliares para suportar o peso corporal e fornecer resistência gradual. O SET poderia maximizar a sensação de equilíbrio e melhorar a estabilização do tronco em comparação com os tratamentos tradicionais por estimular mais proprioceptores, raízes nervosas, neurônios motores e reativar os músculos.¹⁰ Vários estudos demonstraram também os benefícios do exercício com slings no desempenho esportivo.¹¹ - ¹³

Os tipos de músculos incluídos no core e considerados alvos do tratamento têm sido descritos de forma variada. O core inclui 29 pares de músculos que circundam o tronco e o abdome em todas as regiões (frontal: músculos abdominais; dorsal: paraespinhais/eretores da espinha e glúteos, superior: diafragma e inferior: assoalho pélvico e cíngulo do membro superior).¹⁴ A musculatura central controla o equilíbrio entre movimento e estabilidade. Esses músculos impedem o movimento da coluna vertebral, de modo a fornecer uma base estável para os membros e, assim, gerar energia ou transferir a carga para o corpo.¹⁵ , ¹⁶ Esses músculos também permitem movimentos suaves e controlados para absorção de choque, minimização do gasto de energia e movimentos corporais.¹⁵ O equilíbrio depende dessas funções. A maioria das tarefas esportivas visa controlar o tronco para permitir a máxima transferência de torque para os membros. Assim, por meio da transferência maior de torque para os membros, os movimentos excessivos do core , que influenciam significativamente o desempenho atlético, são evitados.

Muitos estudos sobre programas de treinamento do core e exercícios para melhorar o desempenho não oferecem fundamentação científica robusta de sua eficácia, em especial no setor esportivo. Alguns estudos¹¹ - ¹³ , ¹⁷ - ²⁰ investigaram o efeito do treinamento do core em movimentos complexos rápidos e discretos (atirar, sacar, chutar e velocidade máxima de balanço da cabeça do taco de golfe) e todos demonstraram efeitos positivos para o desempenho. Por outro lado, Gencer²¹ e Stanton et al .²² relataram que não verificaram aumento de desempenho em natação ou corrida depois de treinamento do core , respectivamente. A pesquisa do treinamento do core leva a resultados discrepantes, o que pode ser devido às diferentes características dos esportes, diferentes métodos de exercício e indicadores de teste, entre outros.

A medição clínica e prática dos exercícios do core é um problema no esporte. As atividades musculares, em particular dos músculos profundos do tronco, não podem ser facilmente registradas fora do laboratório. Protocolos de teste alternativos, inclusive o método descrito por McGill,³ foram desenvolvidos para avaliar a resistência do core, ou seja, manter o alinhamento do tronco ao se aplicar força externa e a força do core , isto é, a repetição simples do movimento resistido. Indagamos se a implantação de um programa de exercícios para o core com o uso de sling em um grupo esportivo específico poderia melhorar o desempenho do core e específico do esporte. Essa hipótese foi testada em um grupo de jogadores universitários de basquete com o equipamento de sling CKT, um sistema de cabos desenvolvido com polias simplificadas e suporte para o sling .

MATERIAIS E MÉTODOS

Recrutamento

Quarenta universitários com especialização em basquete (treinamento de 9,7 ± 3,2 anos) da Shanghai University of Sport participaram voluntariamente do estudo. Os indivíduos foram designados randomicamente em grupo treinamento (n = 20) e grupo controle (n = 20). A média de idade, estatura e peso foi 22 ± 4 anos, 184 ± 3 cm e 74 ± 4 kg, respectivamente, no grupo treinamento, e 22 ± 3 anos, 184 ± 8 cm e 78 ± 11 kg, respectivamente, no grupo controle. Os indivíduos que anteriormente tinham lombalgia, lesões ou faziam exercícios com sling nos últimos seis meses foram excluídos do estudo. Este projeto foi aprovado pelo comitê de ética da Shanghai University of Sport (código de aprovação: 2017017), e todos os participantes forneceram o consentimento livre e esclarecido informado por escrito antes do teste.

Procedimentos

Todos os indivíduos se envolveram rotineiramente em sessões de treinamento de basquete de 1,5 hora três vezes por semana e em sessões de treinamento resistido de 1,5 hora duas vezes por semana. Cada sessão de treinamento resistido consistiu em 4 séries de 6 exercícios envolvendo os músculos dos membros superiores, tronco e membros inferiores usando uma carga de 6 a 10 repetições máximas. Uma série adicional de um protocolo de treinamento de 11 exercícios com sling foi adicionado ao grupo treinamento ( Figura 1 e Tabela 1 ). A resistência e a força do core basal foram medidas em todos os participantes antes do treinamento com sling , de acordo com os métodos a seguir. O grupo treinamento realizou o protocolo duas vezes por semana durante oito semanas, além da prática regular de basquete. O grupo controle continuou seu treinamento habitual de basquete e treinamento resistido. A resistência e força do core , a altura de alcance de salto e o desempenho específico no basquete foram medidos antes e depois de oito semanas de treinamento. Os testes ou as medições de desempenho específicos do basquete foram realizados no primeiro dia, e os testes ou medições de resistência e força do core foram realizados no segundo dia. Esses indivíduos não foram obrigados a realizar exercícios de aquecimento para limitar a fadiga muscular antes da medição.

Figura 1
Esboço do protocolo de treinamento com exercício com sling (ver descrições na Tabela 1). Ex. indica os exercícios numerados.

Tabela 1
Protocolo de treinamento do core (Corresponde à Figura 1).

Exercícios (Ex.)	Exercícios	Período de treinamento (Semanas)	Repetição (séries x minutos/repetições)	Repouso entre as séries (segundos)
Ex. 1	O participante senta-se em um banquinho com as mãos e os pés cruzados e a parte superior do corpo mantida ereta. O tempo na posição é aumentado à medida que a intervenção continua.	1,2 3,4 5,6 7,8	2 x 1 min. 2 x 1 min. e 30 s 2 x 3 min. 2 x 3 min.	120
Ex. 2	Uma perna é suspensa por slings e a pelve é levantada do chão. A outra perna realiza adução e abdução.	1,2 3,4 5,6 7,8	2 x 10 2 x 12 3 x 12 3 x 15	120
Ex. 3	O participante deita-se de lado no solo com os dois pés suspensos por slings. Uma perna é fixa, enquanto a outra realiza adução e abdução.	1,2 3,4 5,6 7,8	2 x 10 2 x 12 2 x 12 2 x 15	120
Ex. 4	O participante coloca os dois pés nos slings com os joelhos flexionados. A dificuldade é aumentada ao longo do período de treinamento.	1,2 3,4 5,6 7,8	2 X 5 2 X 8 2 X 8 2 x 10	120
Ex. 5	Ambos os pés são suspensos nos slings e a pelve é levantada do chão. O participante flexiona os joelhos e a seguir os estende. A dificuldade é aumentada ao longo do período de treinamento.	1,2 3,4 5,6 7,8	2 x 10 2 x 12 2 x 12 2 x 15	120
Ex. 6 1-4 semanas 5-8 semanas	O participante fica no tapete de equilíbrio e realiza agachamentos. A dificuldade é aumentada ao longo do período de treinamento.	1,2 3,4 5,6 7,8	2 x 10 2 x 12 2 x 12 2 x 15	120
Ex. 7 1-4 semanas 5-6 semanas 7-8 semanas	O participante fica de pé em uma perna no tapete de equilíbrio e realiza agachamentos, com leve ajuda dos slings. A dificuldade é aumentada ao longo do período de treinamento.	1,2 3,4 5,6 7,8	2 x 10 2 x 12 2 x 12 2 x 15	120
Ex. 8 1-4 semanas 5-8 semanas	O participante executa flexões de solo com o apoio dos slings. A dificuldade é aumentada ao longo do período de treinamento.	1,2 3,4 5,6 7,8	2 X 5 2 X 8 2 X 8 2 x 10	120
Ex. 9 1-4 semanas 5-8 semanas	Ambos os pés estão suspensos em decúbito dorsal, e o participante levanta a pelve do chão e a seguir flexiona os joelhos. A dificuldade aumenta depois de quatro semanas.	1,2 3,4 5,6 7,8	2 x 10 2 x 12 2 x 12 2 x 15	120
Ex. 10	O participante flexiona os joelhos no solo. Ambos os pulsos são colocados nos slings e o tronco é empurrado para frente e para trás repetidamente.	1,2 3,4 5,6 7,8	2 X 5 2 X 8 3 X 8 3 x 10	120
Ex. 11	O participante coloca um joelho no sling, com a outra perna sem apoio, ambos os pés realizam flexão e extensão.	1,2 3,4 5,6 7,8	2 X 5 2 X 8 3 X 8 3 x 10	120

Testes e coleta de dados

Teste de força do core: Número de abdominais bem-sucedidos concluídos em 60 segundos.

Testes de resistência do core: Nenhum exercício de aquecimento foi realizado antes do teste para evitar a fadiga muscular. Foi necessário um descanso de cinco minutos entre os testes. Um cronômetro portátil foi usado para medir o tempo em que os participantes mantiveram a posição de teste.

Teste de resistência dos flexores (FET):³ Este teste avaliou o desempenho dos músculos abdominais. Os participantes ficaram em decúbito dorsal e em posição de gancho sobre uma mesa. Seus braços estavam cruzados sobre o peito e suas costas estavam posicionadas contra um ângulo de apoio de 55° da mesa. O examinador segurou os dedos dos pés dos participantes e o apoio foi movido 10 cm a partir das costas. Os participantes mantiveram a posição estática sem apoio o maior tempo possível. O encerramento do teste ocorreu quando o dorso dos participantes tocou a cunha de apoio.

Teste de resistência dos extensores (EET):³ Este teste avaliou os músculos extensores lombares. A parte superior do corpo dos participantes foi projetada na ponta da mesa, com os braços cruzados sobre o peito e os pés presos. Esta posição foi mantida até que a parte superior do corpo caiu abaixo da posição horizontal.

Teste de resistência dos laterais (LET):³ Este teste avaliou o controle dos músculos abdominais laterais no plano frontal. Os participantes sustentaram o tronco com um cotovelo e um pé apoiados no chão, com o quadril elevado. Essa posição foi mantida até os participantes não conseguirem manter a postura reta das costas.

Testes de desempenho específico do basquete

Os participantes realizaram dois testes aleatórios de desempenho específico no basquete após 20 minutos de aquecimento (correndo pela quadra de basquete) e praticaram de uma a três tentativas antes que os dados do teste fossem registrados. Foram incluídos os testes abaixo e a média de três repetições foi calculada e registrada.

Salto e alcance de altura: Os indivíduos, com giz entre os dedos da mão direita, fizeram uma corrida antes do salto mais alto possível para alcançar a tabela de basquete antes e depois do programa de treinamento. A altura foi medida três vezes, subtraindo a estatura e o comprimento do braço; a seguir, calculou-se a média das três medidas.

Lances livres e arremessos de posição fixa: Os participantes foram posicionados nas linhas laterais fixas e de lance livre ( Figura 2 ), e realizaram esses arremessos de acordo com as instruções padrão. O teste foi avaliado usando a porcentagem de arremessos bem-sucedidos de um total de 20.

Figura 2
Posição de lance livre (PS) e as posições de arremesso fixo (FS) marcadas por círculos pretos.

Bandeja com drible: Os participantes passaram por cinco obstáculos pré-estabelecidos, que os obrigavam a girar para transpor a obstrução central e, em seguida, pular para arremessar embaixo da tabela ( Figura 3 ). O teste não foi concluído até que cada participante realizasse um arremesso bem-sucedido. O tempo gasto para completar o teste foi registrado.

Figura 3
No teste um atleta corre e dribla das posições 1-5-4-3-2-6 o mais rápido que pode e completa um arremesso em salto na posição 6 (última seta). O grande círculo preto indica a obstrução no meio da quadra de basquete e os outros círculos pretos pequenos indicam as obstruções laterais abaixo e ao lado das cestas.

Análise estatística

A análise dos dados foi realizada usando o software Statistical Package for the Social Science (SPSS) versão 22.0. Os dados para descrever as características e variáveis experimentais dos participantes foram calculados como média ± desvio padrão. Os grupos treinamento e controle foram comparados em termos das variáveis dependentes, a saber, desempenho atlético, força e resistência do core , antes e depois do programa de treinamento (oito semanas) e entre os dois grupos na mesma sessão. O teste t de Student foi realizado para comparar as aferições. O nível de significância foi estabelecido em p < 0,05.

RESULTADOS

Idade, estatura e peso não foram significativamente diferentes entre os dois grupos.

Resistência e força do core

O grupo treinamento exibiu melhora significativa da resistência do core depois de completar o programa de treinamento nos testes FET, EET, LLET e RLET na pós-avaliação (p < 0,01) ( Figura 4 ). O número dos abdominais em 60 segundos foi significativamente maior no grupo de treinamento do que no grupo controle na pós-avaliação (p < 0,01) ( Figura 4 ). A resistência do core dos indivíduos do grupo controle depois do treinamento não melhorou em comparação com o pré-treinamento (p > 0,05), exceto FET ( Figura 4 ).

Figura 4
Histogramas do número médio de abdominais em 60 segundos e tempo de resistência. GT - grupo treinamento e GC - grupo controle. ** - indica p < 0,01 entre os dois grupos. ▲▲ - indica p < 0,01 antes e depois do treinamento. Treinamento refere-se ao treinamento com sling . FET - Teste de resistência de flexores, EET - teste de resistência de extensores e LLET e RLET - testes de resistência de flexores laterais esquerdos e direitos, respectivamente.

Desempenho específico do basquete

Tanto os arremessos de lance livre quanto os de posição fixa dos dois grupos apresentaram ligeira melhora na pós-avaliação posterior ao treinamento, porém sem significância, p > 0,05 ( Figura 5 ), e não foi constatada diferença entre antes e depois do programa de treinamento. A altura de alcance de salto nos dois grupos não demonstrou alteração nas avaliações de antes ou depois do programa de treinamento ( Figura 5 ).

Figura 5
Histogramas da média de arremessos bem-sucedidos, altura de alcance do salto e duração de bandejas com drible. GT - grupo treinamento e GC - grupo controle. ** - indica p < 0,01 entre os dois grupos. ▲▲ - indica p < 0,01 e p < 0,05 antes e depois do treinamento. Treinamento refere-se ao treinamento com sling .

Nenhuma diferença nas durações de bandeja com drible foi encontrada entre os dois grupos antes do treinamento, mas tornou-se significativamente menor na pós-avaliação depois do programa de treinamento do que antes do programa de treinamento no grupo treinamento, p < 0,01 ( Figura 5 ). A duração da bandeja com drible foi significativamente menor no grupo treinamento do que no grupo controle na pós-avaliação depois do programa de treinamento, p < 0,05 ( Figura 5 ).

Tabela 2
Comparação do número de abdominais em 60 segundos e resistência dos dois grupos antes e depois do experimento (corresponde à Fig. 4).

Grupos/Testes	Abdominais em 60 segundos (n)	Tempo de resistência (s)
		FET	EET	LLET	RLET
GT antes	38,8 ± 3,5	60,0 ± 16,4	115,9 ± 23,2	100,1 ± 27,3	112,3 ± 31,8
GC antes	40,5 ± 3,4	50,9 ± 12,3	112,7 ± 25,9	109,1 ± 41,8	104,1 ± 34,9
GT depois	51,1 ± 4,1**▲▲	226,4 ± 106,7**▲▲	157,7 ± 35,9**▲▲	142,3 ± 34,9**▲▲	154,1 ± 36,8**▲▲
GC depois	44,0 ± 2,3	119,5 ± 40,9▲▲	120,9 ± 26,8	101,3 ± 33,2	93,6 ± 29,1

DISCUSSÃO

Resultados principais

O programa de oito semanas de treinamento com sling melhorou a duração dos flexores, extensores e flexores laterais do tronco e resultou em maior repetição de abdominais em 60 segundos no grupo treinamento. A bandeja com drible melhorou significativamente em ambos os grupos, mas o grupo treinamento teve maior ganho. Essa evidência indicou que os exercícios com sling não afetam apenas a força do core , mas também o desempenho específico do basquete, como a velocidade de bandejas com drible.

Este estudo confirmou que a estabilidade do “ core ” é fundamental para o desempenho atlético.²³ Esses achados indicaram que os exercícios com sling aumentaram a resistência e a força do core atlético no grupo treinamento.

Efeitos do exercício de estabilidade do core com slings

Nos esportes, o core é particularmente importante, porque fornece “estabilidade proximal para mobilidade distal”.²⁴ A estabilidade do core provou ser um componente essencial da eficiência biomecânica, pois induz produção máxima de força, reduzindo assim a sobrecarga sobre as articulações periféricas.²⁴ Os músculos do core no tronco e na pelve são responsáveis por manter a estabilidade da coluna e da pelve e são essenciais para a transferência de energia do tronco (maior) para os membros (menores) durante muitas atividades esportivas.²⁵ Os efeitos dos exercícios de estabilidade do core com slings em estudantes universitários não treinados foram investigados em um estudo piloto.²⁶ Seus resultados mostraram que a força dos flexores do tronco e a resistência da lateral direita do tronco melhoraram, mas não houve melhora do desempenho atlético. Esse achado relativo à resistência do tronco foi ligeiramente semelhante ao do estudo atual, mas nossos resultados foram melhores, porque apresentaram melhora de quatro direções de resistência do tronco. Um estudo de correlação entre estabilidade do core e desempenho atlético relatou que o teste de abdominais em 60 segundos foi confiável e moderadamente correlacionado com medidas de desempenho atlético.²⁷ Assim, este teste foi estabelecido como a medida ideal de estabilidade do core baseada em campo.²⁷ Nosso estudo validou esse teste para monitorar as melhoras. Comparado com o grupo sem exercício com sling , o exercício com sling mostrou ser mais eficiente para aumentar a resistência e força de tronco no grupo treinamento; portanto, a força consistente do tronco dos atletas é importante. O controle do movimento depende da ativação e da força muscular com relação ao desempenho esportivo e a lesões.²⁸ Vários estudos mostraram que o controle dos músculos do tronco e dos membros inferiores mudou nas pessoas com dor.²⁹ - ³¹ Além disso, a dor está associada ao controle comprometido, o que aumenta o risco de lesão ou de nova lesão.

Tabela 3
Comparação do número de arremessos bem-sucedidos. Alcance de salto e duração da bandeja com drible dos dois grupos antes e depois do experimento (Corresponde à Figura. 5).

Grupos/Testes	Lance livre	Arremesso em posição fixa	Salto e alcance de altura	Bandeja com drible
GT antes	11,1 ± 2,3	7,6 ± 3,4	0,76 ± 0,1	21,0 ± 2,5
GC antes	11,0 ± 3,4	6,2 ± 3,2	0,79 ± 0,2	20,2 ± 3,3
GT depois	13,8 ± 2,1	10,2 ± 1,7	0,77 ± 0,1	16,1 ± 0,8**▲▲
GC depois	12,9 ± 3,2	9,6 ± 2,7	0,81 ± 0,2	18,8 ± 3,2▲

Efeitos do desempenho específico do basquete com slings

Estudos anteriores também usaram medidas específicas de desempenho atlético (isto é, medição da velocidade máxima do chute com duas fotocélulas e medição da velocidade da cabeça do taco para golfistas).¹¹ , ¹² Os resultados mostraram que os movimentos do golfe e do chute exigem mais estabilidade do tronco para garantir uma posição estável. Assim sendo, a velocidade da cabeça do taco e dos pés pode ser atingida. Contudo, as condições de desempenho específicas do basquete podem não ser semelhantes às do golfe e do chute no futebol, pois um arremesso de basquete e um salto em altura não exigem velocidade significativa da extremidade, mas uma ação precisa e imediata. Gencer²¹ e Stanton et al .²² também relataram que nenhum aumento no desempenho foi observado na natação ou corrida após o treinamento do core , respectivamente. A pesquisa do treinamento do core leva a resultados discrepantes, o que pode ser devido às diferentes características dos esportes, diferentes métodos de exercício e indicadores de teste, entre outros. Os resultados atuais não exibiram melhora do desempenho específico do basquete em alguns aspectos depois que a resistência do core aumentou no grupo treinamento. No entanto, o desempenho da bandeja com drible melhorou significativamente depois de oito semanas de treinamento no grupo treinamento com sling e foi melhor do que no grupo sem treinamento com sling . A duração desse desempenho foi significativamente menor no grupo treinamento do que no grupo controle. Isso significa que a velocidade para completar a bandeja com drible no grupo treinamento com sling foi mais rápida do que no grupo sem treinamento com sling . Pesquisadores observaram se as forças geradas a partir de segmentos distais do corpo ou de perturbações esperadas ou não. A estabilidade do core está relacionada com a capacidade do corpo de controlar o tronco em resposta às forças.³² Quando um membro é movido, forças reativas são impostas à coluna que atua em paralelo e em oposição às forças que produzem o movimento, indicando a importância do controle muscular da coluna durante o movimento dos membros.³³ Além disso, o músculo transverso do abdome é um músculo de feedforward e, portanto, ativa previamente os outros músculos do tronco durante a elevação rápida do braço.²⁴ O aumento da velocidade da bandeja com drible ocorreu porque os atletas de basquete já haviam ganhado força no tronco e estabilidade do core no exercício com sling , o que proporciona melhor controle do tronco em resposta às forças geradas pela bandeja com drible. Enquanto isso, o mecanismo de feedforward e a pré-ativação dos músculos do core podem levar a uma reação mais rápida ao fazer bandeja com drible. Porém, é necessário um estudo eletromiográfico para esclarecer se o aumento da velocidade da bandeja com drible no grupo treinamento está relacionado com o aumento da resistência dos músculos do tronco.

CONCLUSÕES

Este estudo mostrou que os exercícios com sling podem aumentar a força do core e melhorar o desempenho atlético na velocidade da bandeja com drible dos jogadores de basquete. Portanto, este estudo forneceu um novo entendimento dos efeitos dos exercícios para o core com sling sobre a função do core de jogadores de basquete universitários. Os efeitos positivos do protocolo de exercícios para o core podem auxiliar os treinadores ou fisioterapeutas na seleção do treinamento que permita aos atletas melhorar a resistência dos músculos do tronco para ampliar o desempenho na bandeja com drible, bem como diminuir o risco de lesão no tronco.

AGRADECIMENTOS

Este estudo foi financiado pelos Fundamental Research Funds for the Central Universities (número de concessão: 22120910126) e pelo Graduate Education Research and Reform Project da Universidade de Tongji (número de concessão: 2020GL09).

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Editado por

Editor Associado responsável pelo processo de revisão: Paulo Zogaib

Datas de Publicação

• Publicação nesta coleção
  05 Ago 2022
• Data do Fascículo
  2023

Histórico

• Recebido
  23 Jan 2021
• Aceito
  09 Abr 2022