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O ofício da tradução

Nota dos tradutores

O ofício da tradução

Desde o primeiro número deste ano da Revista Brasileira de Psiquiatria, temos traduzido textos do inglês para o português e no sentido inverso. A tradução é um ofício aparentemente fácil, mas que encerra muitas armadilhas. Cada área apresenta dificuldades particulares, e a medicina, com seu conhecido jargão "mediquês", às vezes apresenta dificuldades consideráveis. Dentro da própria medicina, cada especialidade forma uma linguagem específica, que acompanha a velocidade de desenvolvimento de informação, conhecimento e tecnologia.

Quando traduzimos do inglês para o português, podemos nos deparar com termos derivados de descobertas científicas extremamente novas e que ainda não têm tradução na literatura médica brasileira, vendo-nos obrigados a traduzi-los pela primeira vez; ou seja, é uma grande responsabilidade, pois essas palavras podem vir a fazer parte do jargão. O termo pode ser tão específico de uma subárea da psiquiatria, como epidemiologia ou geriatria psiquiátrica, que acarreta a necessidade de uma consulta com especialistas das respectivas áreas para descobrirmos o significado do termo e de seu equivalente em português.

Às vezes optamos pela não tradução e mantemos o termo em inglês, com destaque em itálico, como foi feito com beta sheet breakers, nova classe de medicamentos que vem sendo desenvolvida e ainda não conhecemos bem.

Na tradução para o inglês, encontramos uma situação peculiar: traduzimos para o inglês textos produzidos por psiquiatras brasileiros que realizaram suas pesquisas no Brasil, material que será majoritariamente lido por brasileiros e por americanos que avaliarão a qualidade dos artigos para uma possível indexação da RBP. Nesse caso, devemos cuidar para que os americanos entendam o contexto cultural em que o texto foi produzido, e a tradução tem de ser feita de forma que o autor não se sinta prejudicado pelas alterações necessárias em seu trabalho. Por exemplo, se falamos em favelas, em receituário controlado, em SUS, em CRM, os brasileiros saberão do que se trata, mas não os americanos, a não ser que encontremos um termo o mais semelhante possível ou expliquemos esses termos.

Por tudo isso, solicitamos compreensão aos leitores e autores que tiverem seus trabalhos traduzidos. Agradecemos também as sugestões para tradução de novos termos e os comentários a respeito dos trabalhos que são publicados, iniciativas que contribuem para o aperfeiçoamento das traduções, para que o conteúdo científico seja fidedigno e para que se mantenha o padrão de qualidade da Revista Brasileira de Psiquiatria.

Waldo Mermelstein (tradução)

Ana Hounie (revisão técnica)

Datas de Publicação

  • Publicação nesta coleção
    26 Ago 2002
  • Data do Fascículo
    Jun 2002
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