Mortalidade de motociclistas com lesões traumáticas resultantes de acidentes de trânsito na cidade de São José dos Campos, em 2015: estudo de coorte

Silva, Caroline de Lima Neto; Lopes, Maria Carolina Barbosa Texeira; Thomaz, Rosimey Romero; Whitaker, Iveth Yamaguchi

doi:10.1590/S1679-49742020000500003

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Epidemiologia e Serviços de Saúde

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Sumário

Artigo Original • Epidemiol. Serv. Saúde 29 (5) • 2020 • https://doi.org/10.1590/S1679-49742020000500003 copiar

Mortalidade de motociclistas com lesões traumáticas resultantes de acidentes de trânsito na cidade de São José dos Campos, em 2015: estudo de coorte^* * Artigo derivado do Projeto de Iniciação Científica intitulado ‘Morbidade e mortalidade de motociclistas com lesões traumáticas resultantes de acidentes de trânsito’, apresentado por Caroline de Lima Neto Silva junto ao Programa de Iniciação Científica da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) em 2018. O estudo contou com o apoio financeiro da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (FAPESP) – Processo n° 2014/50032-9 – e do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico/Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações (CNPq/MCTIC) – Processo n° 124371/2017-5.

Mortalidad de motociclistas con lesiones traumáticas resultantes de accidente de tránsito en la ciudad de São José dos Campos, Brasil, en 2015: estudio de cohorte

Autoria SCIMAGO INSTITUTIONS RANKINGS

Resumo

Objetivo:

Analisar fatores associados à mortalidade por lesões traumáticas entre motociclistas.

Métodos:

Coorte prospectiva, conduzida no Hospital Municipal de São José dos Campos, Brasil, 2015. Foram incluídos motociclistas com lesões traumáticas, ≥14 anos de idade, hospitalizados. Analisaram-se as variáveis sociodemográficas do acidente e da hospitalização, por modelo de regressão de Poisson, apresentando-se risco relativo (RR) e intervalos de confiança de 95% (IC_95%).

Resultados:

Entre 190 motociclistas, 161 (84,7%), jovens do sexo masculino, revelaram 422 (41,8%) lesões em extremidades inferiores e superiores. A incidência de óbito foi maior na medida do aumento da gravidade do trauma, fisiológica (RR=9,67 [IC_95% 1,46;64,26]; e RR=4,71 [IC_95% 1,36;16,26]) e anatômica (RR=31,49 [IC_95% 3,72;266,38]); e mostrou-se menor em até uma semana de internação (RR=0,39 [IC_95% 0,15;0,98]).

Conclusão:

A gravidade do trauma e o tempo de internação associaram-se ao óbito de motociclistas, mas novos estudos devem ser conduzidos para confirmar esses achados e analisar essas relações mais detalhadamente.

Palavras-chave:
Acidentes de Trânsito; Motocicletas; Escala de Gravidade do Ferimento; Mortalidade; Estudos de Coortes

Variáveis		Total n (%)^a a) Descrição da amostra estudada: n = valor absoluto; % = frequência.
Sexo
	Feminino	29 (15,3)
	Masculino	161 (84,7)
Dia de semana da ocorrência
	Domingo	41 (21,6)
	Segunda-feira	23 (12,1)
	Terça-feira	18 (9,5)
	Quarta-feira	24 (12,6)
	Quinta-feira	18 (9,5)
	Sexta-feira	20 (10,5)
	Sábado	46 (24,2)
Posição no veículo
	Condutor	144 (88,9)
	Passageiro	18 (11,1)
Uso de capacete
	Não	20 (10,5)
	Sim	102 (53,7)
	Sem informação	68 (35,8)
Atendimento pré-hospitalar
	Não	16 (8,4)
	Sim	174 (91,6)
Condição de saída do hospital
	Alta	180 (94,7)
	Óbito	10 (5,3)
Complicações
	Não	158 (83,2)
	Sim	32 (16,8)
Glasgow Outcome Scale-Extended
	Boa recuperação	42 (48,8)
	Incapacidade moderada	17 (19,8)
	Incapacidade grave	27 (31,4)

Região do corpo afetada	Abbreviated Injury Scale (AlS)												Total^a a) Descrição da amostra estudada: n = valor absoluto; % = frequência.
	Escore 1 (Leve)		Escore 2 (Moderada)		Escore 3 (Séria)		Escore 4 (Grave)		Escore 5 (Crítica)		Escore 6 (Máxima)
	n	%	n	%	n	%	n	%	n	%	n	%	n	%
Cabeça	12	3,5	39	9,0	76	34,4	8	30,7	1	50,0	–	–	136	13,6
Tórax	8	2,3	35	8,5	42	19,0	13	50,0	–	–	–	–	98	9,7
Externa	220	63,4	2	0,5	–	–	–	–	–	–	–	–	222	22,1
Extremidade superior	35	10,1	113	27,0	–	–	–	–	–	–	–	–	148	14,7
Extremidade inferior	35	10,1	143	35,0	94	42,5	–	–	–	–	–	–	272	27,1
Face	29	8,3	13	3,0	3	1,4	–	–	–	–	–	–	45	4,5
Pescoço	–	–	1	2,0	–	–	–	–	–	–	–	–	1	0,1
Abdome	6	1,7	33	8,0	4	1,8	5	19,3	–	–	–	–	48	4,8
Coluna	2	0,6	29	7,0	2	0,9	–	–	1	50,0	–	–	34	3,4
Total	347	100,0	408	100,0	221	100,0	26	100,0	2	100,0	–	–	1.004	100,0

Variáveis demográficas		Condição de saída do hospital		Total n (%)^a a) Descrição da amostra estudada: n = valor absoluto; % = frequência.	p-valor^b b) Valor de p do teste.
Variáveis demográficas		Alta n (%)^a a) Descrição da amostra estudada: n = valor absoluto; % = frequência.	Óbito n (%)^a a) Descrição da amostra estudada: n = valor absoluto; % = frequência.		p-valor^b b) Valor de p do teste.
Idade (anos)
	14-29	106 (94,6)	6 (5,4)	112 (100,0)	0,418^c c) Teste exato de Fisher.
	30-39	39 (97,5)	1 (2,5)	40 (100,0)
	40-49	22 (95,6)	1 (4,4)	23 (100,0)
	≥50	11 (86,7)	2 (13,3)	13 (100,0)
Sexo
	Feminino	29 (100,0)	– (–)	29 (100,0)	0,365^c c) Teste exato de Fisher.
	Masculino	151 (93,8)	10 (6,2)	161 (100,0)	0,365^c c) Teste exato de Fisher.
Dia de semana da ocorrência
	Domingo	39 (95,1)	2 (4,9)	41 (100,0)	<0,001^c c) Teste exato de Fisher.
	Segunda-feira	23 (100,0)	– (–)	23 (100,0)
	Terça-feira	17 (94,4)	1 (5,6)	18 (100,0)
	Quarta-feira	22 (91,7)	2 (8,3)	24 (100,0)
	Quinta-feira	18 (100,0)	– (–)	18 (100,0)
	Sexta-feira	19 (95,0)	1 (5,0)	20 (100,0)
	Sábado	42 (91,3)	4 (8,7)	46 (100,0)
Posição no veículo
	Condutor	136 (94,4)	8 (5,6)	144 (100,0)	0,599^c c) Teste exato de Fisher.
	Passageiro	18 (100,0)	– (–)	18 (100,0)	0,599^c c) Teste exato de Fisher.
Uso de capacete
	Não	17 (85,0)	3 (15,0)	20 (100,0)	0,081^c c) Teste exato de Fisher.
	Sim	99 (97,1)	3 (2,9)	102 (100,0)
	Sem informação	64 (94,1)	4(5,9)	68 (100,0)
Atendimento pré-hospitalar
	Não	16 (100,0)	– (–)	16 (100,0)	1,000^c c) Teste exato de Fisher.
	Sim	164 (94,3)	10 (5,7)	174 (100,0)	1,000^c c) Teste exato de Fisher.
Escala de coma de Glasgow (ECGl)
	13-15	173 (98,3)	3 (1,7)	176 (100,0)	<0,001^c c) Teste exato de Fisher.
	9-12	1 (33,3)	2 (66,7)	3 (100,0)
	3-8	6 (54,5)	5 (45,5)	11 (100,0)
Injury Severity Score (ISS)
	1-15	166 (99,4)	1 (0,6)	167 (100,0)	<0,001^c c) Teste exato de Fisher.
	≥16	14 (60,9)	9 (39,1)	23 (100,0)	<0,001^c c) Teste exato de Fisher.
Complicações
	Sim	22 (68,8)	10 (31,2)	32 (100,0)	<0,001^c c) Teste exato de Fisher.
	Não	158 (100,0)	– (–)	158 (100,0)	<0,001^c c) Teste exato de Fisher.
Tempo de internação (dias)
	1-7	114 (96,6)	4 (3,4)	118 (100,0)	0,099^c c) Teste exato de Fisher.
	8-14	38 (95,0)	2 (5,0)	40 (100,0)
	≥15	28 (87,5)	4 (12,5)	32 (100,0)

Fatores associados ao óbito		n (%)^a a) Descrição da amostra estudada: n = valor absoluto; % = frequência.	RR^b b) RR: risco relativo.	IC_95%^c c) IC95%: intervalo de confiança de 95%.	p-valor^d d) Valor de p do teste.
Idade (anos)
	14-29	112 (59,0)	1,00
	30-39	40 (21,1)	0,76	0,09;6,62	0,805
	40-49	23 (12,1)	0,41	0,04;4,58	0,468
	≥50	15 (7,8)	1,21	0,16;9,28	0,854
Escala de coma de Glasgow (ECGl)
	13-15	176 (92,6)	1,00
	9-12	3 (1,6)	9,67	1,46;64,26	0,019
	3-8	11 (5,8)	4,71	1,36;16,26	0,014
Injury Severity Score (ISS)
	1-15	167 (87,9)	1,00
	≥16	23 (12,1)	31,49	3,72;266,38	0,002
Tempo de internação (dias)
	1-7	118 (62,1)	1,00
	8-14	40 (21,1)	0,68	0,16;2,99	0,615
	≥15	32 (16,8)	0,39	0,15;0,98	0,044

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