Objetivo: criar um painel digital de saúde para a gestão da informação no planejamento, monitoramento e avaliação do rastreamento do câncer de colo de útero.
Método: o estudo desenvolveu uma produção tecnológica fundamentada no Design Centrado no Usuário, utilizando dados fictícios de exames citopatológicos realizados por mulheres entre 25 e 64 anos na Atenção Primária à Saúde. O estudo respeitou as exigências quanto a direitos autorais, éticos e proteção de dados.
Resultados: a modelagem foi feita na plataforma Looker Studio®. O painel de saúde desenvolvido destina-se ao uso de enfermeiros, profissionais e gestores de saúde. Realizaram-se simulações de usabilidade do painel entre cidades fictícias, otimizando o acesso à gestão da informação em tempo quase real e apresentando uma visão abrangente da situação de saúde para o planejamento, monitoramento e avaliação em saúde. O modelo é reutilizável, o que o torna uma ferramenta potente para atividades de rastreamento oportunístico e organizado no contexto da Atenção Primária à Saúde.
Conclusão: o modelo de painel de saúde como ferramenta de gestão da informação permite que enfermeiros, profissionais e gestores de saúde tomem decisões para aprimorar o rastreamento do câncer de colo de útero.
Descritores:
Neoplasias do Colo do Útero; Teste de Papanicolaou; Atenção Primária à Saúde; Produtos e Serviços de Informação; Gestão da Informação em Saúde; Enfermagem
Destaques:
(1) O painel de saúde destina-se ao uso de enfermeiros e profissionais de saúde.
(2) O painel de gestão da informação pode ser utilizado no planejamento, monitoramento e avaliação.
(3) O painel otimiza o acesso à gestão da informação em tempo quase real.
(4) O painel propõe visão abrangente da situação dos exames citopatológicos realizados.
(5) O painel é reutilizável com relatórios quadrimestrais reais emitidos pelo Sistema de Informação em Saúde para a Atenção Básica (SISAB).
Objective: to create a digital health dashboard for information management in the planning, monitoring, and evaluation of cervical cancer screening.
Method* the study developed a technological production based on User-Centered Design, using fictitious data from cytopathological exams performed by women between 25 and 64 years old in Primary Health Care. The study complied with the requirements regarding copyright, ethics, and data protection.
Results: the model was created on the Looker Studio® platform. The developed health dashboard is intended for use by nurses, professionals, and health managers. The dashboard’s usability simulations were carried out in fictitious cities. The dashboard optimizes access to information management in near real-time and presents a comprehensive health situation for health planning, monitoring, and evaluation. The model is reusable, which makes it a powerful tool for opportunistic and organized screening activities in the context of Primary Health Care.
Conclusion* the health dashboard model as an information management tool allows nurses, professionals and health managers to make decisions to improve cervical cancer screening.
Descriptors:
Uterine Cervical Neoplasms; Papanicolaou Test; Primary Health Care; Information Products and Services; Health Information Management; Nursing
Highlights:
(1) The health dashboard is intended for use by nurses and health professionals.
(2) The information management dashboard can be used for planning, monitoring and evaluation.
(3) The dashboard optimizes access to information management in near real time.
(4) The dashboard provides a comprehensive view of the status of cytopathological exams performed.
(5) The dashboard can be reused with real quarterly reports issued by Brazilian Health Information System for Primary Care (SISAB).
Objetivo: crear un panel digital de salud para la gestión de la información en la planificación, monitoreo y evaluación del rastreo del cáncer de cuello uterino.
Método: el estudio desarrolló una producción tecnológica fundamentada en el Diseño Centrado en el Usuario, utilizando datos ficticios de exámenes citopatológicos realizados por mujeres entre 25 y 64 años en la Atención Primaria de Salud. El estudio respetó las exigencias en cuanto a derechos de autor, éticos y de protección de datos.
Resultados: la modelación se realizó en la plataforma Looker Studio®. El panel de salud desarrollado está destinado al uso de enfermeros, profesionales y gestores de salud. Se realizaron simulaciones de usabilidad del panel entre ciudades ficticias, optimizando el acceso a la gestión de la información en tiempo casi real y presentando una visión integral de la situación de salud para la planificación, monitoreo y evaluación en salud. El modelo es reutilizable, lo que lo convierte en una herramienta potente para actividades de rastreo oportunístico y organizado en el contexto de la Atención Primaria de Salud.
Conclusión: el modelo de panel de salud como herramienta de gestión de la información permite que enfermeros, profesionales y gestores de salud tomen decisiones para mejorar el rastreo del cáncer de cuello uterino.
Descriptores:
Neoplasias del Cuello Uterino; Prueba de Papanicolaou; Atención Primaria de Salud; Productos y Servicios de Información; Gestión de la Información en Salud; Enfermería
Destacados:
(1) El panel de salud está destinado al uso de enfermeros y profesionales de la salud.
(2) El panel de gestión de la información puede ser utilizado en la planificación, monitoreo y evaluación.
(3) El panel optimiza el acceso a la gestión de la información en tiempo casi real.
(4) El panel propone una visión integral de la situación de los exámenes citopatológicos realizados.
(5) El panel es reutilizable con informes cuatrimestrales reales emitidos por el Sistema de Información en Salud para la Atención Básica (SISAB) brasileño.
Introdução
O câncer de colo do útero é uma morbidade de grande relevância epidemiológica e social, dada sua alta incidência e mortalidade entre as mulheres. No Brasil, em 2022, estimou-se uma taxa de 15,38 casos desse câncer para cada 100 mil mulheres de 25 a 64 anos. Contudo, a incidência varia nas diferentes regiões brasileiras, com taxas que oscilam de 8,61 a 26,24 casos por 100 mil mulheres ao ano(1-2).
As disparidades regionais também se refletem na realização do exame citopatológico. Entre 2007 e 2013, aproximadamente 32,3 milhões de mulheres realizaram o exame no Brasil. Observou-se a razão de exames por mulher de 1,59 na Região Norte, ao passo que nas regiões Sudeste e Centro-Oeste, a proporção foi de 1,82, revelando diferenças na cobertura e frequência de rastreamento do câncer de colo de útero no Sistema Único de Saúde (SUS), de acordo com a região(3).
Atualmente, o programa Previne Brasil, além de implementar uma nova modalidade de financiamento no SUS, objetiva ampliar a acessibilidade das pessoas usuárias e incrementar a qualidade da assistência na Atenção Primária à Saúde (APS). Uma das metas do programa é a proporção de mulheres entre 25 a 64 anos que realizaram exames citopatológicos nos últimos três anos, em relação ao total de mulheres na mesma faixa etária e território(2-5). Esse indicador como meta número 4 permite o rastreamento do câncer de colo do útero por meio da coleta de exame citopatológico em mulheres assintomáticas. A avaliação do material coletado pode detectar precocemente lesões pré-cancerígenas (células anormais) e estágios iniciais de câncer (câncer pré-clínico). Esse exame é amplamente reconhecido por sua relação custo-efetividade e por sua capacidade de reduzir a mortalidade prematura entre mulheres em idade fértil(2,5-6).
O rastreamento do câncer de colo de útero pode ser oportunístico ou organizado. Na abordagem oportunística, a mulher busca o exame por conta própria ou ele é oferecido pelo profissional de saúde durante outra consulta. Já o rastreamento organizado engloba ações coordenadas por enfermeiros e profissionais da APS, como o monitoramento e a busca ativa das mulheres(2,4,7-8).
No complexo cenário da epidemiologia e da organização dos serviços de saúde, o indicador de saúde referente ao número de mulheres que realizaram o exame citopatológico reflete as condições de saúde de uma população em área delimitada em um período determinado. Assim, ele fornece informações importantes para o planejamento, gerenciamento e avaliação dos serviços de saúde, além de sustentar estudos de inquéritos populacionais(6,9-12).
A adoção de Tecnologias da Informação e Comunicação (TICs) e a transformação digital na saúde podem facilitar e aprimorar a atenção à saúde por meio da introdução de novas abordagens para estratégias promotoras de saúde, assim como podem contribuir para a compreensão dos padrões de saúde em níveis local, municipal, estadual e nacional(4,13-16). Desde 2017, a Estratégia de Saúde Digital (ESD) possui o propósito de aprimorar a qualidade e ampliar a acessibilidade dos serviços de saúde, bem como aperfeiçoar o fluxo de informações para apoio às decisões clínicas e de gestão na saúde(17).
Com o advento da pandemia e a importância da gestão da informação em tempo quase real pelo Coronavirus Disease-2019 (COVID-19), a ESD vem se consolidando através da plataforma e-Saúde, integrada ao SUS, disponibilizando informações para beneficiar usuários, profissionais, gestores e instituições de saúde. A iniciativa visa fomentar a inovação e impulsionar a transformação digital nos processos de saúde, ao mesmo tempo em que aprimora a governança no uso de informações e soluções tecnológicas em saúde digital(17).
A ESD busca identificar e integrar recursos tecnológicos à prática de saúde para auxiliar nos processos de gestão, consolidando e disseminando informações seguras e acessíveis para profissionais de saúde no SUS(13-17). Entre as ferramentas, destacam-se os painéis digitais de saúde e de gestão, que utilizam softwares ou plataformas para explorar indicadores de interesse, ou seja, monitorar conjuntos de dados, apresentando informações para tomada de decisão em saúde(15,18). Durante a pandemia de COVID-19, esses painéis digitais de saúde provaram ser altamente eficazes na análise ágil e eficiente de grandes volumes de dados(19-20).
A visualização de informações em tempo real é essencial para o monitoramento contínuo da atenção à saúde(21-23), permitindo o acesso a dados atualizados para a tomada de decisões em situações que requerem intervenções imediatas. Isso impulsiona a transformação digital na saúde e contribui para a melhoria dos resultados na assistência na APS.
Este estudo é inédito ao explorar o monitoramento do rastreamento do câncer de colo do útero por meio de relatórios quadrimestrais gerados pelo Sistema de Informação em Saúde para a Atenção Básica (SISAB), exibidos em um painel digital na unidade de saúde. Não foram encontrados outros estudos na literatura que abordem especificamente o monitoramento do rastreamento do câncer de colo de útero, embora existam estudos focados em saúde infantil e neonatal(22-23).
Com base em relatórios do SISAB da meta número 4, disponibilizam-se seis informações, destacando-se uma nominada de “Presente no Numerador”, que indica, com a resposta “sim”, as mulheres que realizaram o exame citopatológico nos últimos três anos. No entanto, a estrutura do relatório não é amigável, pois os profissionais da APS encontram dificuldades para observar o indicador, de forma que o uso sem a devida compreensão do relatório SISAB compromete o planejamento, monitoramento e avaliação dos exames citopatológicos realizados.
Este estudo propõe o uso de tecnologia na análise e acompanhamento de um indicador de saúde do Previne Brasil, oferecendo, dessa forma, uma contribuição significativa para a gestão e a tomada de decisões na APS. A inovação caracteriza-se pela incorporação da tecnologia no processo de trabalho do enfermeiro e dos profissionais de saúde com vistas a consolidar e disseminar informações seguras e facilitar o planejamento de estratégias mais assertivas na APS.
Assim, a pergunta central do estudo é: como desenvolver uma solução em saúde digital para apoiar a gestão da informação de enfermeiros, profissionais e gestores de saúde no planejamento, monitoramento e avaliação do exame citopatológico de mulheres com idade entre 25 e 64 anos?
Levando-se em consideração o contexto epidemiológico e social do câncer de colo de útero, o indicador da proporção de mulheres que realizaram o exame citopatológico na APS nos últimos três anos, bem como a oportunidade de aplicar a transformação digital para aperfeiçoar a gestão da informação na saúde, o objetivo deste estudo foi criar um painel digital de saúde para a gestão da informação no planejamento, monitoramento e avaliação do rastreamento do câncer de colo de útero.
Método
Delineamento do estudo
Este estudo adota uma abordagem metodológica centrada no desenvolvimento tecnológico de um produto na área da saúde digital destinado a enfermeiros, profissionais e gestores de saúde. O foco do produto é apoiar decisões assistenciais e gerenciais no planejamento, monitoramento e avaliação do indicador de proporção de exames citopatológicos na APS. A metodologia escolhida foi o Design Centrado no Usuário (DCU), que prioriza a usabilidade e a experiência do usuário (UX)(24).
O DCU envolve um processo ágil de desenvolvimento, direcionado à criação de sistemas inteligentes que resolvam problemas de forma eficiente, com ênfase nos requisitos do ponto de vista do usuário que utilizará a tecnologia(24). Esse processo é composto por quatro etapas: identificação de requisitos, criação de soluções, construção de protótipos e avaliação com usuários(24-25). A última etapa é iterativa e incremental, avaliando partes menores conforme o desenvolvimento avança, até alcançar o produto final.
Com base na UX das autoras, profissionais e acadêmicas da área de enfermagem e farmácia, e embasadas em suas amplas vivências em diversos níveis de atenção à saúde e no campo do ensino, este estudo facilitou a aquisição de competências no uso da plataforma Looker Studio®(26).
Local e período do estudo
Para desenvolver o modelo de painel digital de saúde, foi estruturado um banco de dados com informações de três municípios fictícios, escolhidos de acordo com as características sociodemográficas brasileiras. Esses municípios foram denominados Alegria do Norte, Gentil Flores e Nova Felicidade, representando diferentes tamanhos populacionais e semelhantes aos municípios brasileiros, com até 10 mil, 50 mil e mais de 100 mil mulheres, respectivamente.
Para assegurar a inexistência desses municípios, foi realizada uma consulta no sítio eletrônico do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), que lista todas as cidades brasileiras(27). O planejamento e a execução do produto final ocorreram ao longo de aproximadamente quatro meses, de maio a agosto de 2022.
Participantes
O estudo engloba um total de 160 mil participantes fictícias do sexo feminino, todas com vida sexual ativa e idades entre 25 e 64 anos. A personalização das participantes foi realizada utilizando Fake Name Generator™, uma ferramenta avançada para criar nomes e dados fictícios em 37 idiomas e para 31 países, ideal para gerar grandes volumes de dados fictícios para testes de desenvolvedores(28).
No processo, foram selecionados nomes e sobrenomes de origens diversas, incluindo norte-americana, britânica, alemã, japonesa e espanhola, organizados em cinco planilhas individuais geradas pelo Fake Name Generator™. A compilação dessas planilhas produziu um banco de dados único, contendo 7.781 nomes, 16.860 sobrenomes, iniciais do segundo nome de A-Z e intervalo de datas de nascimento entre 27/07/1957 e 26/07/1997, abrangendo idades de 25 a 64 anos.
Procedimentos e variáveis do estudo
As fontes de dados utilizadas para compor o modelo de painel digital de saúde foram baseadas em três relatórios quadrimestrais fictícios do SISAB, relativos ao primeiro quadrimestre de 2022, que contêm dados de mulheres entre 25 e 64 anos, de diferentes tamanhos populacionais. A estrutura dos bancos de dados fictícios foi alinhada com o formato do relatório do SISAB, incluindo seis colunas: “Nome”, Cadastro de Pessoa Física (CPF) “CPF”, Cartão Nacional do SUS (CNS) “CNS”, “Data de Nascimento”, “Última Coleta” e “Presente no Numerador”. Esta última coluna indica se a mulher realizou a coleta do exame citopatológico no período quadrimestral do relatório, com resposta “sim” ou “não”. Adicionalmente, foram inseridas duas novas colunas para registrar “Agendamento” (sim) e “Aprazamento” (dd/mm/aaaa), totalizando oito dimensões (variáveis).
A plataforma Looker Studio® (https://lookerstudio.google.com/) foi utilizada para a criação do modelo de painel digital de saúde(26). Entre as várias opções de softwares disponíveis para criação de painéis, o Looker Studio® se destaca por ser uma ferramenta gratuita que transforma dados de relatórios em painéis interativos e de fácil compartilhamento, adaptáveis às necessidades específicas dos serviços de saúde(22-23,26). Além disso, a solução digital facilita o armazenamento em nuvem, permitindo o acesso em tempo real desde que haja conexão à Internet.
Essa plataforma possibilitou a associação e dissociação de dados, bem como a criação de novas dimensões e recursos de filtragem para análise e gestão de informações. O design da interface foi fundamentado na Teoria das Cores(29) e incluiu elementos de tipografia, logografia e gráficos de pizza, barras e linhas, para a comparação de dados e o uso de filtros. Para o período analisado, o modelo de painel digital utilizou dados simulados do primeiro quadrimestre de 2022, incluindo informações sobre novas coletas de exames citopatológicos realizadas, agendadas ou aprazadas, conforme o banco de dados fictício.
O cálculo do indicador “proporção de mulheres com coleta de citopatológico na APS”(11) considera os seguintes elementos: “Numerador” – isto é, o número de mulheres com idade de 25 a 64 anos que realizaram o exame citopatológico na APS nos últimos três anos; “Denominador” – número de mulheres na mesma faixa etária cadastradas e vinculadas no mesmo território no período analisado ou potencial de cadastro municipal multiplicado pelo percentual de mulheres entre 25 e 64 anos, conforme estimativas populacionais de 2020 do IBGE; e o “Fator de multiplicação” – fixado em 100.
Análise das simulações dos bancos de dados no modelo de painel de saúde
As simulações foram realizadas em três bancos de dados fictícios, formatados no Google Sheets® para representar diferentes tamanhos populacionais de mulheres entre 25 e 64 anos. Cada planilha incluía todas as dimensões (variáveis) mencionadas anteriormente, contendo dados sociodemográficos fictícios e aleatórios.
O modelo de painel de saúde foi submetido a testes de usabilidade, que envolveram a inserção dos diferentes bancos de dados fictícios durante reuniões remotas e sessões individuais. Esses testes avaliaram diversos aspectos, incluindo a facilidade de uso, a aparência visual, a interface interativa e a relevância do modelo de painel digital de saúde. Durante o desenvolvimento, buscou-se garantir que o painel digital fosse replicável e reutilizável por profissionais de saúde, especialmente enfermeiros, ao receberem os relatórios quadrimestrais do SISAB.
Aspectos éticos
Este estudo dispensou a análise do Comitê de Ética em Pesquisa por se tratar do desenvolvimento de um produto tecnológico. Foram adotadas medidas para assegurar a conformidade com a Lei Geral de Proteção de Dados Pessoais (LGPD) nº 13.709/2018(30) e 13.853/2019(31). Para isso, relatórios quadrimestrais foram estruturados utilizando dados sociodemográficos fictícios de mulheres entre 25 e 64 anos, em municípios fictícios, no âmbito deste estudo de desenvolvimento tecnológico de um produto na área da saúde digital.
Resultados
O presente estudo abordou a criação do modelo de painel digital de saúde destinado a enfermeiros, profissionais e gestores na APS, com o propósito de aprimorar a gestão de informações relacionadas ao indicador da proporção de mulheres que realizaram o exame citopatológico nos últimos três anos. O modelo foi desenvolvido para ser utilizado na unidade de saúde e reutilizado com dados reais dos relatórios quadrimestrais do SISAB. Os conjuntos de dados fictícios que serviram como fonte de dados podem ser acessados no endereço eletrônico https://bit.ly/BDcpPrevine, permitindo sua utilização em simulações.
Organização do relatório quadrimestral em banco de dados (fonte de dados)
O relatório quadrimestral do SISAB, em formato de planilha, é uma fonte de informações detalhadas para a análise do indicador abordado neste estudo. Ele engloba variáveis relacionadas ao tempo, local e pessoa. Para transformar este relatório em um banco de dados utilizável (fonte de dados) é necessário padronizar os dados. Durante o tratamento, devem ser mantidas apenas as colunas com as informações “Nome” (coluna A), “CPF” (coluna B), “CNS” (coluna C), “Data de Nascimento” (coluna D), “Última Coleta” (coluna E) e “Presente no Numerador” (coluna F), assim como devem ser adicionadas mais duas colunas: “Agendamento” (coluna G) e “Aprazamento” (coluna H).
Os nomes das dimensões (variáveis) das colunas permaneceram inalterados, exceto pelas colunas adicionadas de “Agendamento” e “Aprazamento”, utilizadas para monitorar dados referentes à realização dos exames citopatológicos de forma oportuna ou organizada. Dessa forma, o modelo de painel digital pode reconhecer de maneira consistente o mesmo tipo de informação em qualquer banco de dados vinculado, considerando as diferenças de letras maiúsculas ou minúsculas, bem como a presença ou ausência de acentuação ortográfica. A Figura 1 oferece uma ilustração de um relatório quadrimestral fictício semelhante aos extraídos do SISAB.
É fundamental que o banco de dados seja constantemente atualizado pelo profissional de saúde, especialmente sob a liderança do enfermeiro, conforme as mulheres realizam o exame citopatológico durante o quadrimestre em andamento. Assim, o profissional de saúde responsável deve registrar a data da “Última Coleta” (coluna E) após a realização do exame citopatológico. No caso de agendamento confirmado (indicado como “sim”) com uma data de aprazamento (dd/mm/aaaa), a coluna “Última Coleta” deve ser atualizada após a realização do exame, e os dados das colunas “Agendamento” e “Aprazamento” devem ser removidos. Isso assegura que os resultados no painel de saúde se mantenham sempre atualizados, permitindo monitorar o progresso em direção à meta estabelecida pelo programa Previne Brasil.
Vinculação do banco de dados ao Looker Studio®
A Figura 2 detalha o processo de vinculação do banco de dados.
Na etapa (1) “Fonte de dados”, é possível estabelecer conexões com diversos tipos de bancos de dados. Em seguida, na etapa (2), seleciona-se “Planilhas Google” e escolhe-se a opção (3) “Abrir a partir do Google Drive”. Na etapa subsequente (4), seleciona-se o banco de dados nomeado “BD_Alegria_do_Norte” e, por fim, realiza-se a conexão com o Looker Studio® na etapa (5). A Figura 3 explora as oito dimensões presentes na fonte de dados, permitindo a elaboração de novas fórmulas (fx).
As fórmulas mencionadas anteriormente oferecem resultados simples, associações ou dissociações com o objetivo de consolidar informações para o modelo de painel digital de saúde. Antes da utilização do modelo, as nove fórmulas devem ser incorporadas à fonte de dados como novos “campos”, resultando em 17 dimensões (variáveis).
Criação do modelo de painel de saúde
A criação do design de interface do modelo de painel digital foi uma abordagem inovadora para lidar com a complexidade da gestão da informação relacionada à proporção de mulheres que realizaram exame citopatológico. O design incorporou elementos originais da complexidade e heterogeneidade do público-alvo do indicador, destacando a interação com as mulheres como fundamental. Foram utilizados símbolos do Feminismo (roxo), conscientização do “Outubro Rosa” (rosa) e celebração do “Dia Internacional da Mulher” (lilás), com a aplicação da Teorias das Cores para o refinamento do design de interface final.
O modelo de painel digital recebeu o nome de Sistema de Informação em Saúde – Citopatológico (SIS-CP). Os resultados foram organizados em sete gráficos que combinam dados relevantes, permitindo uma análise detalhada da situação de saúde relacionada aos exames citopatológicos realizados em uma unidade de saúde e/ou município.
O painel digital pode ser utilizado por enfermeiros, profissionais e gestores de saúde para a gestão da informação. É importante destacar que tal painel não exibe dados sensíveis das mulheres, mas graficamente consolida dados em frequências absolutas, relativas e proporções de uma população fictícia das cidades simuladas neste estudo.
Uso do modelo de painel de saúde
Para utilizar o painel SIS-CP, é necessário conectar o banco de dados ao modelo, disponível no endereço eletrônico: https://bit.ly/SISmeta4Previne. Após download do modelo, ele deve ser importado no Looker Studio® da unidade de saúde para visualizar os dados das cidades fictícias mencionadas anteriormente.
O SIS-CP foi composto por quatro telas. A primeira tela exibe a identificação da unidade de saúde e/ou município, seguida por três telas que apresentam os resultados. O tipo de gráfico foi selecionado de acordo com a variável em análise e sua configuração na fonte de dados, considerando período, dimensão, métrica e classificação no “Setup”. O painel é interativo, permitindo a exploração das informações com base nos filtros aplicados diretamente nos gráficos. A Figura 4 exemplifica o modelo de painel digital SIS-CP, utilizando dados da cidade fictícia de Alegria do Norte.
- Modelo de painel digital de saúde do Sistema de Informação em Saúde – Citopatológico (SIS-CP)
Na parte superior das três telas do painel SIS-CP, é exibido o nome do município fictício, que pode ser alterado manualmente. Também são apresentados três gráficos sob o título “Visão Geral” da aplicação Looker Studio®. Estes gráficos representam: a frequência absoluta de mulheres entre 25 e 64 anos na população (“População”); a frequência absoluta de exames citopatológicos realizados (“Exames realizados”); e a frequência absoluta de exames citopatológicos agendados (“Exames agendados”).
Na segunda tela, o primeiro gráfico do painel SIS-CP (Figura 4) exibe um histograma com uma dispersão sobreposta para visualizar a distribuição de mulheres por faixa etária. O indicador “proporção de mulheres com coleta de citopatológico na APS” é representado no segundo gráfico (Figura 4) pela frequência relativa das mulheres que realizaram o exame citopatológico nos últimos três anos.
Na terceira tela, o terceiro gráfico (Figura 4) compara a frequência relativa das mulheres por faixa etária com a frequência relativa de exames citopatológicos coletados por faixa etária nos últimos três anos. O quarto gráfico (Figura 4) apresenta a frequência relativa de agendamentos de exames citopatológicos. A frequência relativa de 98,2% na figura indica dado “não registrado (NR)” na legenda, o que ocorre devido à ausência da descrição “sim” no banco de dados para as mulheres que realizaram a coleta do exame citopatológico e aquelas não agendadas pelo rastreamento oportunístico e/ou organizado.
Na última tela, o quinto gráfico (Figura 4) analisa a frequência de exames citopatológicos coletados, distribuídos por mês, buscando identificar a sazonalidade na realização dos exames para planejar estratégias de aumento da coleta de exames citopatológicos. O sexto gráfico (Figura 4) mostra a frequência relativa da realização do exame citopatológico nos três últimos anos, baseada na data da última coleta registrada. A frequência relativa de 75,9% no gráfico refere-se às mulheres sem agendamento e sem aprazamento para o exame citopatológico. A ausência da data de coleta efetiva do exame na coluna “Última Coleta” da fonte de dados indica um exame não realizado no período observado (NR). O último gráfico (Figura 4) projeta a quantidade de exames citopatológicos a serem realizados pelas mulheres a cada três anos, considerando a data da última coleta.
Para reutilizar o modelo, é essencial substituir o banco de dados na “Fonte de dados” do Looker Studio®. O modelo de painel digital SIS-CP está disponível no endereço eletrônico https://bit.ly/BDcpPrevine, permitindo a simulação com bancos de dados fictícios deste estudo ou com dados reais. No caso de utilização do banco de dados proveniente do relatório quadrimestral do SISAB, ele deve ser organizado de forma que contenha as oito dimensões básicas mencionadas anteriormente. Em seguida, deve-se criar um relatório para o banco de dados recém-adicionado. Esse processo deve ser repetido a cada quadrimestre, quando o relatório é atualizado no SISAB. Essa etapa é fundamental para que o Looker Studio® reconheça o banco de dados como uma “Fonte de dados” e integre os dados ao painel digital SIS-CP.
A Figura 5 detalha o processo de substituição de bancos de dados e os ajustes mínimos necessários para (re)utilizar o modelo de painel digital. Esse procedimento pode ser conduzido sob a liderança do enfermeiro na APS para assegurar o correto funcionamento do painel digital de saúde, mantendo a proteção de dados sensíveis.
Ao substituir a “Fonte de dados” no painel SIS-CP, a plataforma imediatamente sinaliza que (1) a configuração do gráfico está incompleta. Isso ocorre devido ao (2) filtro estabelecido para dados nulos (null) no banco de dados original, como exemplificado pelo “BD_Alegria_do_Norte”. Toda vez que um novo banco de dados é incorporado, a exemplo do “BD_Gentil_Flores”, o software identifica essa discrepância entre os bancos. Para corrigir a expressão dos dados, é necessário: (3) acrescentar um novo filtro no campo correspondente, destinado ao novo banco de dados, mantendo (4) o mesmo nome do filtro utilizado anteriormente. Após esse procedimento, (5) o filtro será reconhecido e o gráfico planejado no modelo será exibido com os dados corretos. Esse processo assegura que o painel digital SIS-CP funcione adequadamente com a nova “Fonte de dados”, garantindo a precisão e a integridade das informações apresentadas.
Adicionalmente, na Figura 5, é pertinente ressaltar que, durante a simulação com o banco de dados “BD_Nova_Felicidade”, observou-se a (6) expressão de uma pequena barra anterior às demais barras de faixas etárias estabelecidas nos gráficos das telas 2 e 3 do painel SIS-CP. Essas barras emergem devido à atualização contínua dos dados em tempo real. Como evidenciado (7), tal ocorrência deve-se ao fato de que 17 mulheres não mais se enquadram na faixa etária de 60 a 64 anos, tendo completado 65 anos durante o período do estudo. Esta observação assume importância ao tratar da avaliação de estratégias e da definição de prioridades específicas para a última faixa etária das mulheres.
O modelo de painel foi idealizado para ser reutilizado por profissionais de saúde, sobretudo enfermeiros em suas atividades na APS, bem como pela gestão municipal, proporcionando um acompanhamento em tempo quase real do indicador de proporção de mulheres com coleta de citopatológico. Importante ressaltar que o uso deste painel digital SIS-CP permite a atualização de dados de exames citopatológicos realizados como “Última Coleta” (dd/mm/aaaa), ou o preenchimento de “Agendamento” (sim) e “Aprazamento” (dd/mm/aaaa).
Discussão
O desenvolvimento do modelo de painel digital SIS-CP representa uma inovação tecnológica promissora para a gestão da informação, proporcionando uma interface gráfica e interativa adaptada ao contexto atual das unidades da APS. Estudos anteriores na área da saúde infantil e neonatal(22-23) destacaram funcionalidades e requisitos de interface que fomentam novas propostas para melhorar a gestão de informações e a tomada de decisões clínicas e administrativas.
De forma semelhante, este estudo discute a criação e reutilização do modelo de painel digital no contexto da APS, utilizando cenários de municípios fictícios para simulações alinhadas com a UX e aprendizado. Este modelo pode ser aplicado a bancos de dados reais provenientes dos relatórios do SISAB, transformando dados em informações de fácil acesso e interpretação.
O processamento e a análise de dados nas planilhas demandaram ferramentas robustas capazes de agregar informações em uma interface gráfica que auxilie profissionais de saúde na tomada de decisões. Durante a pandemia de COVID-19, isso se tornou ainda mais relevante para disponibilizar informações tanto para profissionais quanto para a população, além de promover uma participação mais ativa nos cuidados da saúde, utilizando abordagens do telemonitoramento, teleconsulta e telessaúde(16,19-20).
Na área da saúde, a implementação de um sistema que emprega um painel digital de saúde pode ser altamente benéfica para auxiliar decisões gerenciais e assistenciais(15,18,32-33). Isso possibilita uma análise detalhada da situação ao estabelecer conexões entre informações, identificar relações entre problemas de saúde e seus determinantes, avaliar riscos relacionados a doenças e elaborar estratégias futuras.
Essa abordagem alinha-se com a ideia de que iniciativas para melhorar o rastreamento do câncer de colo de útero devem ser compartilhadas(34). Tanto enfermeiros quanto outros profissionais e gestores de saúde podem utilizar esse painel para a gestão da informação; entretanto, destacam-se a liderança e o protagonismo do enfermeiro(35-36) na agilidade do tempo de resposta da equipe para definir e incentivar melhorias na qualidade dos serviços, alinhando-se com as políticas públicas de saúde da mulher e na gestão de recursos financeiros na APS.
Na Austrália, um estudo utilizou dados dos serviços de saúde mental para realizar ajustes pontuais durante a pandemia de COVID-19, abrangendo várias esferas político-administrativas, implementando ações mais eficazes e acordos cooperativos para compartilhamento de dados(19). Esse exemplo reforça a importância dos painéis digitais de saúde, que oferecem análise situacional em tempo quase real(21), permitindo a proposição de estratégias concretas baseadas em dados epidemiológicos.
O sucesso da tomada de decisão baseia-se na qualidade das informações acessadas por profissionais e gestores de saúde(37-38). A análise visual facilita o raciocínio analítico de dados abstratos por meio de uma boa interface gráfica(32,39). A adoção de painéis digitais de saúde valoriza a produção de cuidado(40), oferecendo uma visão abrangente de padrões, tendências e correlações de resultados(38) em tempo real(8,41).
Em outro estudo, dados extraídos dos prontuários eletrônicos de usuários hipertensos na APS resultaram na construção de um painel que demonstrou sua utilidade no fluxo de trabalho dos profissionais de saúde. Alinhando as informações com as diretrizes clínicas, esse painel otimizou o tempo e qualificou as consultas(39). Um estudo adicional observou que o painel criado pelo Medicare® para promover equidade na saúde revelou um desempenho limitado em relação ao acesso aos serviços de saúde, permitindo a supervisão e a priorização de esforços para melhorar a acessibilidade(15).
Por outro lado, um estudo que mapeou as principais fontes de dados para um painel de monitoramento e avaliação da gestão do SUS concluiu que ainda há um desafio significativo devido à fragmentação dos sistemas de informação no Brasil. No entanto, os pesquisadores relativizaram essa questão, afirmando que encontrar instrumentos e fontes de informação de acesso rápido e fácil pode viabilizar a avaliação e monitoramento de saúde em situações específicas(40).
Assim, os painéis digitais de saúde demonstram a capacidade de analisar e comunicar uma variedade de informações relevantes(14,33) para enfermeiros e profissionais de saúde que atuam na APS, por meio do aproveitamento dos relatórios do SISAB. Essa abordagem possibilita um monitoramento dinâmico e atualizado do indicador, contribuindo para a gestão de informações na APS.
O modelo de painel digital pode servir como base para orientar o processo de planejamento, monitoramento e avaliação de intervenções, contribuindo para a melhoria da acessibilidade, do desempenho e da qualidade dos serviços de saúde oferecidos às mulheres. Um estudo avaliando ações de controle do câncer de colo de útero, com dados registrados de 2013 a 2020, exemplifica essa aplicação(42). Outro estudo sobre o impacto da pandemia de COVID-19 na realização do exame preventivo do câncer de colo de útero reforçou a importância de ações e estratégias eficazes para aumentar a adesão e incentivar as mulheres(41) a assumir o protagonismo no cuidado da saúde.
Este estudo adotou uma abordagem social e ética, com o propósito de contribuir para os setores da saúde, educação e sociedade. O modelo de painel digital e bancos de dados fictícios estão disponíveis gratuitamente, permitindo simulações com os relatórios quadrimestrais reais do SISAB de qualquer unidade de saúde e/ou município. Nessa perspectiva, uma pesquisa sobre conhecimentos, atitudes e práticas de 170 profissionais de saúde pertencentes a 94 equipes de saúde de um município de Minas Gerais enfatizou a necessidade de ações de educação permanente para enfermeiros e médicos na APS em relação ao câncer de colo de útero(43).
Sobre as limitações do uso do painel digital de saúde SIS-CP, observa-se uma restrição relacionada ao período específico (quadrimestre), requerendo que o banco de dados seja atualizado e reorganizado a cada quatro meses. Outra limitação é a exclusão de dados de mulheres com menos de 25 anos ou mais de 65 anos, conforme estipulado pelo indicador para o rastreamento de câncer de colo de útero. Além disso, há uma escassez de registros sobre a adoção e implementação de novas tecnologias para a gestão da informação por enfermeiros, profissionais de saúde e gestores no âmbito do SUS.
Este estudo tem a capacidade de instigar futuras investigações e o desenvolvimento de mecanismos destinados ao planejamento, ao monitoramento e à avaliação na área da saúde. Também oferece oportunidades de aprimorar o painel digital SIS-CP por meio da UX, visando tornar as informações mais compreensíveis e acessíveis para diferentes níveis de letramento e necessidades de saúde. O modelo de painel digital de saúde pode ser aplicado em simulações durante a formação acadêmica de enfermeiros e profissionais da área da saúde, ampliando a oportunidade de aprimorar as habilidades no uso de tecnologias, como o Looker Studio®, para criar e aperfeiçoar novos painéis digitais de saúde.
Conclusão
O estudo destaca a relevância e a inovação proporcionada pela criação de um modelo de painel digital de saúde SIS-CP, uma solução digital avançada para a gestão de informações na APS. Este modelo sobressai-se pela interface gráfica interativa e pela capacidade de fornecer aos enfermeiros, profissionais e gestores de saúde uma ferramenta eficaz para planejar a assistência à saúde das mulheres entre 25 e 64 anos, monitorar a realização do exame citopatológico, rastrear o câncer de colo de útero e avaliar acessibilidade e qualidade assistencial por meio do indicador para atingimento da meta no programa Previne Brasil.
A adoção da tecnologia nas práticas diárias permite aos profissionais um planejamento personalizado que atende às necessidades específicas da população feminina de uma região delimitada. Assim, a ferramenta não apenas apoia a tomada de decisão, gestão da informação e financiamento do SUS, mas contribui para ampliar o número de mulheres que realizam a coleta de citopatológico. Com essa ação preventiva, é possível tratar lesões precocemente, aumentando a sobrevida e reduzindo mortes prematuras causadas pelo câncer de colo de útero. Portanto, o painel digital SIS-CP destaca-se como um importante aliado no rastreamento do câncer de útero e na promoção da saúde das mulheres.
Agradecimentos
Agradecemos aos profissionais, professores e pesquisadores envolvidos na primeira turma do Curso de Especialização em Saúde Digital realizado pela Universidade Federal de Goiás.
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A publicação deste artigo na Série Temática “Saúde digital: contribuições da enfermagem” se insere na atividade 2.2 do Termo de Referência 2 do Plano de Trabalho do Centro Colaborador da OPAS/OMS para o Desenvolvimento da Pesquisa em Enfermagem, Brasil.
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Como citar este artigo
Paz AA, Paula ACM, Lima AM, Castro GL, Silva MCB, Silva LT. Health dashboard for information management in cervical cancer screening. Rev. Latino-Am. Enfermagem. 2025;33:e4446 [cited ano mês dia]. Available from: URL . https://doi.org/10.1590/1518-8345.7084.4446
Editado por
-
Editora Associada:
Aline Aparecida Monroe
Datas de Publicação
-
Publicação nesta coleção
31 Jan 2025 -
Data do Fascículo
2025
Histórico
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Recebido
08 Out 2023 -
Aceito
11 Ago 2024










