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Cobaias infectadas experimentalmente com vírus vaccínia replicam e excretam, porém não transmitem o vírus

A origem dos vírus vaccínia (VACV), envolvidos em surtos de doença vesicular em bovinos e humanos no Sudeste do Brasil, permanece desconhecida, e a participação de espécies silvestres na manutenção e transmissão do vírus tem sido sugerida. O objetivo deste trabalho foi investigar a susceptibilidade e o potencial de transmissão por cobaias (Cavia porcellus) - filogeneticamente relacionada a uma espécie de roedor, conhecido por preá (Cavia aperea), bastante abundante no país - a duas cepas de VACV (P1V e P2V) isoladas de um surto de doença cutânea em equinos no Rio Grande do Sul. Oito cobaias inoculadas pela via intranasal com uma mistura das amostras P1V e P2V (10(6) DICC50.ml-1) não apresentaram sinais clínicos, porém seis animais excretaram o vírus nas secreções nasais (1 a 9 dias pós-inoculação - pi), desenvolveram viremia (1 a 10 dias pi) e soroconverteram ao VACV. Apesar da replicação e excreção viral, o vírus não foi transmitido a sentinelas por contato direto, indireto (aerossóis) ou por água e alimentos contaminados com fezes deliberadamente contaminadas com o vírus. Esses resultados demonstram que, apesar de replicar e excretar o vírus, as cobaias não transmitem o VACV nas condições estudadas. Esses achados tornam pouco provável a participação de espécies relacionadas na manutenção e transmissão do VACV na natureza.

Cavia porcellus; Cavia aperea; Orthopoxvirus; reservatórios; epidemiologia


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