Acessibilidade / Reportar erro

A participação do pai nos cuidados da criança, segundo a concepção de mães<A NAME="n1"></A>

Father’s participation in looking after the child, according to mother’s conception

La participación del padre en los cuidados del niño, según la concepción de madres

Resumos

Este trabalho tem como objetivo investigar a percepção das mães a respeito do cuidado paterno em famílias em situação de risco psicossocial, comparando famílias que mantêm seus filhos na creche e famílias cujas crianças aguardam por vaga. Foram realizadas entrevistas com 30 famílias, gravadas em audiocassete e transcritas, as quais continham dados de identificação e questões abertas referentes à família e ao cuidado. Nas entrevistas, as questões abertas foram analisadas segundo o método de análise de conteúdo temático. Para as perguntas fechadas pontuou-se a freqüência de ocorrência de respostas, com o objetivo de caracterizar os elementos específicos da participação do pai. As mães descreveram as atividades que seus companheiros realizavam com os filhos (sair, brincar, conversar e cantar), mas nem todas consideram-nas como atividades de cuidado. Constatou-se que o pai aproveita diferentemente da mãe o tempo que passa com as crianças.

cuidado paterno; desenvolvimento familiar; situação de risco


The aim of this study is to investigate some mothers’ perception regarding paternal care in families who live in psychosocial risk situations. A comparison among families whose children attend day nursery institutions and families whose children are on wait lists is carried out. Interviews, including identification data and open questions about the families and their care, were applied to 30 families and, then, taped and transcribed. The open questions were analyzed according to the content analysis method. Considering the closed questions, the frequency of answers occurred was analyzed in order to characterize the specific elements of the fathers’ participation. Mothers described the activities their partners use to share with the children, such as going out, playing, talking and singing, however, not all of them were considered as care activities. It was observed that fathers spend their time with the children differently from mothers.

Paternal care; family development; risk situation


Este trabajo posee como objetivo investigar la percepción de las madres respecto al cuidado paterno en familias en situación de riesgo psicosocial, comparando familias que mantienen sus hijos en la guardería y familias cuyos niños aguardan una vacante. Se realizaron entrevistas a 30 familias, grabadas en cinta casete y transcritas, las cuales contenían datos de identificación y cuestiones de respuesta libre referentes a la familia y al cuidado. En las entrevistas, las cuestiones de respuesta libre fueron analizadas según el método de análisis de contenido temático. Para las preguntas cerradas tipo"test" se puntuó la frecuencia de ocurrencia de respuestas, con el objetivo de caracterizar los elementos específicos de la participación del padre. Las madres describieron las actividades que sus compañeros realizaban con los hijos (salir, jugar, charlar y cantar), pero ni todas las consideran como actividades de cuidado. Se constató que el padre aprovecha diferentemente de la madre el tiempo que pasa con los niños.

cuidado paterno; desarrollo familiar; situación de riesgo


DOSSIÊ- EDUCAÇÃO

A participação do pai nos cuidados da criança, segundo a concepção de mães1 1 Apoio: PIBIC/CNPq/UFSC.

Father’s participation in looking after the child, according to mother’s conception

La participación del padre en los cuidados del niño, según la concepción de madres

Maria Aparecida CrepaldiI; Grace AndreaniII; Patrícia Simone HammesIII; Clarissa Dionísio RistofIII; Sandra Ribeiro de AbreuII

IDoutora em Saúde Mental. Professora do curso de Graduação e do Programa de Pós-graduação em Psicologia da Universidade Federal de Santa Catarina-UFSC

IIMestre em Psicologia pela UFSC

IIIGraduada em Psicologia pela UFSC

Endereço para correspondência Endereço para correspondência Maria Aparecida Crepaldi. Departamento de Psicologia – UFSC, Campus Universitário, Bairro Trindade, CEP 88040-970, Florianópolis-SC, Brasil. E-mail: crepaldi@cfh.ufsc.br

RESUMO

Este trabalho tem como objetivo investigar a percepção das mães a respeito do cuidado paterno em famílias em situação de risco psicossocial, comparando famílias que mantêm seus filhos na creche e famílias cujas crianças aguardam por vaga. Foram realizadas entrevistas com 30 famílias, gravadas em audiocassete e transcritas, as quais continham dados de identificação e questões abertas referentes à família e ao cuidado. Nas entrevistas, as questões abertas foram analisadas segundo o método de análise de conteúdo temático. Para as perguntas fechadas pontuou-se a freqüência de ocorrência de respostas, com o objetivo de caracterizar os elementos específicos da participação do pai. As mães descreveram as atividades que seus companheiros realizavam com os filhos (sair, brincar, conversar e cantar), mas nem todas consideram-nas como atividades de cuidado. Constatou-se que o pai aproveita diferentemente da mãe o tempo que passa com as crianças.

Palavras-chave: cuidado paterno, desenvolvimento familiar, situação de risco.

ABSTRACT

The aim of this study is to investigate some mothers’ perception regarding paternal care in families who live in psychosocial risk situations. A comparison among families whose children attend day nursery institutions and families whose children are on wait lists is carried out. Interviews, including identification data and open questions about the families and their care, were applied to 30 families and, then, taped and transcribed. The open questions were analyzed according to the content analysis method. Considering the closed questions, the frequency of answers occurred was analyzed in order to characterize the specific elements of the fathers’ participation. Mothers described the activities their partners use to share with the children, such as going out, playing, talking and singing, however, not all of them were considered as care activities. It was observed that fathers spend their time with the children differently from mothers.

Key words: Paternal care, family development, risk situation.

RESUMEN

Este trabajo posee como objetivo investigar la percepción de las madres respecto al cuidado paterno en familias en situación de riesgo psicosocial, comparando familias que mantienen sus hijos en la guardería y familias cuyos niños aguardan una vacante. Se realizaron entrevistas a 30 familias, grabadas en cinta casete y transcritas, las cuales contenían datos de identificación y cuestiones de respuesta libre referentes a la familia y al cuidado. En las entrevistas, las cuestiones de respuesta libre fueron analizadas según el método de análisis de contenido temático. Para las preguntas cerradas tipo"test" se puntuó la frecuencia de ocurrencia de respuestas, con el objetivo de caracterizar los elementos específicos de la participación del padre. Las madres describieron las actividades que sus compañeros realizaban con los hijos (salir, jugar, charlar y cantar), pero ni todas las consideran como actividades de cuidado. Se constató que el padre aprovecha diferentemente de la madre el tiempo que pasa con los niños.

Palabras-clave: cuidado paterno, desarrollo familiar, situación de riesgo.

A teoria ecossistêmica concebe o desenvolvimento humano como uma junção de forças que emanam de múltiplos contextos sociais e das relações entre eles. Nesse sentido, o homem é influenciado e influencia os ambientes humanos e sociais nos quais está inserido (Bronfenbrenner, 1986/1994; Bronfenbrenner & Morris, 1998).

Para Bronfenbrenner e Morris (1998), o desenvolvimento humano ocorre através de processos de interação progressivamente mais complexos entre o ser em desenvolvimento e as outras pessoas, objetos e símbolos de seu ambiente externo imediato. Tais interações devem ocorrer em um período razoável de tempo e precisam ser efetivas. A família, independentemente de sua configuração, torna-se um contexto de desenvolvimento primordial, no qual as interações pais/criança são fundamentais para efetivar os processos proximais motores essenciais do desenvolvimento, tais como as atividades de alimentar, confortar ou brincar com a criança (Bronfenbrenner & Ceci, 1994).

Tendo como base estes pressupostos teóricos, o presente trabalho focaliza o pai como partícipe no desenvolvimento do filho, do ponto de vista da mãe.

A ciência psicológica foi responsável, ao longo dos anos, pela ênfase na interação mãe-criança como a díade primordial nos estudos de desenvolvimento da criança. Até as décadas de 1960 e 1970 os estudos sobre o desenvolvimento praticamente excluíam o pai, responsabilizando a mãe pelo sucesso ou fracasso do desenvolvimento dos filhos (Rodrigues & Trindade, 1999). Acreditava-se que uma maternagem competente era a chave do bom desenvolvimento social, emocional e cognitivo da criança, portanto não seria necessário estudar a qualidade da interação pai-criança (Bronstein, 1988). Não se pretende aqui aprofundar o conceito de maternagem, mas é importante salientar que se refere ao conjunto de cuidados dispensados ao bebê com vista a suprir suas necessidades de desenvolvimento.

Até os anos 1950, o pai era considerado responsável pelo sustento da família, servindo de modelo de realização profissional, enquanto as mães eram responsáveis pelas atividades domésticas, pelo cuidado das crianças e por suprir as necessidades emocionais de seus filhos. Pode-se dizer que este modelo de organização familiar permanece até hoje, na sociedade contemporânea, porém tem sido alterado pelas transformações que a família vem sofrendo ao longo do tempo.

Em conseqüência de uma série de transformações econômicas e ideológicas, como a recessão dos anos 70 e 80 e o movimento feminista, as mulheres se inseriram em massa no mercado de trabalho, e passaram a dividir com o homem o papel de provedor da família (Amato, 1998). Como reflexo dessas mudanças, os pesquisadores começam a prestar mais atenção no papel do pai na família e no desenvolvimento da criança (Bronstein, 1988, Lamb, 1986, 1977).

A partir de transformações socioculturais e econômicas que afetam as relações familiares, cria-se uma expectativa de que o pai assuma também muitas tarefas anteriormente pertencentes à esfera feminina (Amato, 1998). Contudo, em poucas sociedades os homens cuidam de suas crianças no dia-a-dia, e assim, continuam sendo considerados, na sua maioria, pelos papéis que exercem fora do âmbito das interações familiares (Lewis & Dessen, 1999).

Lewis e Dessen (1999) afirmam ainda que, embora nas sociedades contemporâneas ocidentais as exigências em relação à participação do pai no contexto familiar estejam mudando, a crença de que os homens são incapazes de cuidar dos filhos acaba, em muitos casos, por excluí-los das tarefas de cuidar. Parece existir um paradoxo entre as exigências feitas e as possibilidades oferecidas a estes pais. Além disto, em alguns casos em que o pai insiste em tornar-se participante, não raro surge a falta de reconhecimento pelo seu engajamento nesse cuidado, ou seja, não apenas mães, mas a sociedade como um todo, costumam não valorizá-lo.

Referindo-se ao modelo tradicional de família (urbana ou rural), e nesta, a divisão das tarefas nos cuidados destinados aos filhos, Tronto (1995) afirma que há uma divisão entre o que seria o"cuidar de" versus o"cuidar com", que atualmente parece ainda estar relacionado a uma divisão de gênero. O genitor que cuida de sua criança exercendo cuidados de vida diária, cuida de, e é geralmente a mãe ou substituta; e pessoa que colabora no cuidado, mas não exerce a função de forma regular e comprometida, cuida com, ou seja, responsabiliza-se por obter o sustento da casa. Esta geralmente é uma figura masculina, o pai ou substituto.

Neste tipo de configuração familiar, o pai, tradicionalmente, é mais requisitado em situações que envolvem mudanças na vida na criança - como uma nova escola, alterações dos compromissos de pais e mães fora de casa, entre outras -, o que se reflete nas funções maternas e paternas já estabelecidas pela família (Lewis & Dessen, 1999). Feiring e Lewis (1978) verificaram em sua pesquisa que a metade dos homens participantes contribuía muito pouco para o cuidado diário de suas crianças e que a qualidade da interação era pobre. No entanto, esse pai participava mais ativamente quando solicitado em ocasiões que se configuravam como situações especiais.

A presença do pai costuma ser comum também em situações críticas como, por exemplo, o caso de uma doença que requer a hospitalização da criança, embora neste caso o acompanhante seja quase sempre a mãe, e o pai exerça a função de coadjuvante, revezando-se com a mãe nos cuidados e na permanência no hospital (Crepaldi, 2001).

Outro aspecto relevante que influencia no momento da divisão de tarefas é a inserção dos genitores no universo do trabalho. Na maioria dos casos em que ambos os pais trabalham fora do lar, parece haver uma busca por uma divisão eqüitativa das atividades domésticas e de cuidados entre o casal, principalmente quando os pais são mais jovens, motivo pelo qual parecem ter maior preocupação com as questões de igualdade (Lewis & Dessen, 1999). No entanto, embora o pai participe nos cuidados, a responsabilidade maior ainda recai sobre as mães, pois são essas, geralmente, que abdicam do trabalho, que adiam projetos profissionais, ou os interrompem, ou ainda os abandonam para cuidar das crianças (Toneli, Crepaldi & Vieira, 2006).

Pleck (1996) propõe um conceito de envolvimento do pai baseando-se em três componentes, quais sejam: 1) engajamento deste em interação direta com a criança, cuidando, brincando ou envolvido em atividades de lazer; 2) estar disponível para a criança; e 3) responsabilizar-se pelo cuidado com a criança. Este último componente refere-se ao pai como principal cuidador.

Outro fator relativo à importância da participação do pai diz respeito ao suporte que este fornece à mãe nos cuidados e educação dos filhos. Dessen e Braz (2000) constataram que as mulheres consideram o apoio do marido ou companheiro como o principal dentre os recebidos, seguido do apoio de suas próprias mães. O apoio dos amigos e de outros membros familiares, como sogro e sogra, é considerado como menos importante. Em uma pesquisa sobre o apoio que as mães recebem de seus respectivos companheiros, Feiring e Lewis (1978) concluíram que este apoio é uma das principais formas de contribuição para o desenvolvimento dos filhos, pois incrementa a afetividade e interesse da mãe para com suas crianças.

Segundo revisão bibliográfica realizada por Pleck (1996), conseqüências positivas para o casamento são encontradas quando há a percepção, por parte do companheiro, de sua competência e satisfação no seu papel de pai. A participação e o envolvimento paterno dependem da crença do pai na sua importância para o bebê desde o início, a qual está relacionada à sua própria experiência como filho de seu pai. Pais com experiências profundas com seus próprios pais tendem a reconhecer a sua importância para com seu filho (Menezes, 2001).

Parke (1996) ressalta que o cuidado direto do pai com a criança é uma importante influência indireta na relação conjugal, já que o pai é também uma fonte de suporte emocional e concreto para a mãe. Este cuidado tende a aumentar a qualidade da relação da mãe com a criança e contribui para o desenvolvimento cognitivo e social desta criança, além de abrandar efeitos adversos na sua saúde e vida social (Gage & Kirk, 2002).

É importante salientar, porém, que o pai não pode ser visto apenas como um coadjuvante no cuidado e apoio à mãe, pois deve ser estudado também como um partícipe importante do desenvolvimento, porque influencia e é influenciado em sua interação direta com a criança. Este aspecto foi observado na pesquisa realizada por Andreani (2006), que estudou o envolvimento do pai na gravidez da companheira. Nesta pesquisa a autora constatou que já no processo gravídico o pai inicia sua interação com a criança, demonstrando ao mesmo tempo, apreensão e afeto, além de preocupar-se com o que denomina"responsabilidade" na criação e sustento do filho. No estudo citado (Andreani, 2006) concluiu-se que o homem, em relação ao seu papel de pai, tem demandas pessoais que extrapolam o lugar de mero coadjuvante e apoio à mãe.

Existem alguns fatores, apontados por Engle e Breaux (1998), que podem estar associados com a qualidade do investimento do pai em relação aos filhos, como, por exemplo, fazer parte de uma cultura que considere maior igualdade de gêneros; residir com a companheira, mãe da criança; ter uma relação familiar harmoniosa, fazer parte de um sistema econômico com recursos suficientes para sustentar o filho; além de trabalhar de forma cooperativa com sua esposa/companheira para prover ao sustento da família. Portanto, a paternidade só pode ser compreendida a partir de uma análise minuciosa das interações familiares e das interações que o grupo familiar estabelece com o grupo social ao qual pertence, considerando as trocas e processos culturais mais amplos.

O CUIDADO EM FAMÍLIAS EM SITUAÇÃO DE RISCO

A qualidade dos cuidados parentais em relação a uma criança é de suma importância para sua saúde mental futura. Desta forma, a presença afetiva e efetiva de um adulto cuidador na formação dos primeiros hábitos da criança e na satisfação de suas necessidades imediatas de alimentação, higiene, calor, abrigo e proteção é fundamental para o desenvolvimento de sua afetividade, de sua personalidade e de sua inteligência. A criança pequena deve ter uma relação íntima e contínua com a mãe, que pode tornar-se ainda mais prazerosa e mais completa se a ela somar-se a relação com o pai, com os irmãos e com os demais familiares (Bowlby, 1976).

O cuidar em famílias consideradas em situação de risco pode estar intimamente ligado a fatores como a má distribuição de renda do país, o desemprego e conseqüente depauperação, que acabam dificultando o processo de cuidar e o próprio desenvolvimento da criança. Os contextos ambientais nos quais estas famílias encontram-se inseridas geram uma condição de risco permanente em suas relações intrafamiliares e sociais e interferem na sua realidade social. Segundo Brooks-Gunn (1996), há quatro categorias de recursos familiares primordiais para o desenvolvimento infantil: renda, tempo, capital humano (escolaridade dos pais, emprego e profissão) e capital psicológico (atitudes e crenças parentais, saúde emocional dos pais e suporte social).

Cecconello (1999) caracteriza a situação de risco de acordo com o nível socioeconômico, a baixa escolaridade dos pais e a residência localizada em regiões de alta periculosidade (drogas, assaltos, assassinatos). Rutter (1987) e Rutter e Sroufe (2000) definem risco por uma série de fatores que podem desfavorecer o desenvolvimento: baixo nível educacional dos pais; habitação superlotada; pais com doença psiquiátrica (distúrbio moderado ou severo – DSM – IV); história de delinqüência dos pais; problemas conjugais (conflitos freqüentes, separação, distância emocional); maternidade/ paternidade precoces (<18 anos ou relacionamento < 6m); rejeição da gravidez; falta de apoio e integração social (falta de amigos e de ajuda no cuidado da criança); dificuldades severas crônicas (desempre-go/doença por > 1 ano),e falta de capacidade de lidar com problemas (lidar inadequado com eventos estressantes do problema, retraimento, resignação, dramatização exagerada).

Ao estudar famílias em situação de risco psicossocial, é importante avaliar cada família e cada comunidade em particular sempre considerando-as em contextos.

Considerando a necessidade de estudos que investiguem a realidade brasileira a respeito da participação paterna em famílias em situação de risco psicossocial, o presente artigo pretende abordar este tema a partir da percepção da mãe e dos cuidados efetivamente realizados pelo pai neste contexto.

MÉTODO

Participantes

Participaram do estudo 30 famílias definidas através do cadastro de uma creche localizada em um bairro de camadas populares de um centro urbano de porte médio. Destas, 15 tinham crianças freqüentadoras da creche e 15 aguardavam vaga na instituição. Foram escolhidas famílias com crianças cujas idades variavam de seis meses a seis anos. Esta população de crianças vivia em condições socioeconômicas desfavoráveis. Grande parte dos pais possuía baixa escolaridade e foi possível constatar casos de analfabetismo, drogadição e alcoolismo.

Estas pessoas foram consideradas como população sob situação de risco psicossocial devido às condições como o desemprego e baixa escolaridade dos adultos, a presença de uso abusivo de álcool e drogas, transtornos mentais, além da condição de baixa renda, da presença de moradias consideradas impróprias para abrigar toda a família e da dificuldade de acesso aos recursos comunitários, por sua escassez ou distância geográfica.

Os participantes eram, em sua maioria, mães, sendo que em uma família houve a participação do casal e em outra a participação exclusiva do pai, pois este era o cuidador principal. As mães tinham idade entre 16 e 39 anos e os pais entre 19 e 42 anos. As famílias eram constituídas, em geral, por quatro pessoas, com a média de idade dos filhos de 3 anos e 4 meses. A renda mensal das famílias participantes variou entre R$ 200,00 e 1.200,00, com média de R$ 570,00. Em 47% dos casos, as famílias recebiam entre R$ 200,00 e 500,00 por mês, 20% recebiam entre R$ 501,00 e 800,00 e 17% tinham renda entre R$ 801,00 e 1.200,00 por mês. Em 13% das famílias, ambos os pais estavam desempregados no momento da pesquisa, não tendo renda mensal, e em 3% a renda não era fixa, pois o salário era recebido por trabalhos esporádicos.

Procedimento

Após a assinatura do Termo de Consentimento Informado, foram realizadas as entrevistas, cujo roteiro continha dados de identificação e questões abertas referentes à família e ao cuidado, permitindo liberdade aos participantes em suas problematizações sobre o tema proposto. Através das questões investigou-se o envolvimento do pai nos cuidados diários com a criança, tais como: cuidados básicos, atividades de lazer e relacionamento afetivo. As entrevistas foram realizadas nas casas das famílias participantes, durando em torno de 90 a 120 minutos, sendo gravadas em audiocassete e posteriormente transcritas.

Tratamento dos dados

Nas entrevistas, as questões abertas foram analisadas segundo o método de análise de conteúdo temático categorial (Luna, 1999). De acordo com este método, foram registradas as ocorrências de respostas, com o objetivo de descrever e caracterizar os elementos específicos da participação do pai no cuidado dos filhos.

Por se tratar de uma pesquisa exploratória, não se fez uma divisão de faixas etárias das crianças para posterior comparação entre os depoimentos das mães participantes sobre o pai, nas diferentes idades. Assim sendo, os dados foram considerados em conjunto, embora se considere que a participação do pai no desenvolvimento possa variar de acordo com a idade da criança.

RESULTADOS

Os pais foram classificados, em primeiro lugar, como presentes e ausentes. Em 90% dos casos, os pais viviam com a mãe (presentes), enquanto os 10% restantes não viviam com a mãe (ausentes).

As respostas referentes aos pais presentes foram classificadas em três grupos: participantes do cuidado, pouco participantes ou ainda, não-participantes do cuidado. Nas respostas obtidas, 56% das mães consideraram os pais como participantes e 37%, pouco participantes. Apenas 7% dos pais foram classificados como não participantes.

As frases abaixo ilustram as categorias: participante, pouco participante e não-participante, respectivamente.

"Quando ele (pai) chega, ele (filho) já corre, dá beijo e abraça ele... Pega ele no colo, sai lá pra rua e brinca...vai brincar na areia". M24

"Ele só tem contato com eles à noite, aí tem vez que ele chega já tá dormindo, quando sai já tão dormindo também". M6

"Não liga pro que eles fazem, pro que eles deixam de fazer, se eles estão bem, se eles comem bem...ele é assim, trabalha e só chega em casa e dorme, ele não dá atenção pra eles". M3

Excetuando-se os pais considerados não participantes, os demais exerceram uma ou mais atividades de cuidado junto aos seus filhos. Tendo-se em vista a importância de se conhecer a natureza destas atividades, optou-se por detalhá-las, contando a freqüência de ocorrência de respostas relativas a elas. Estes resultados podem ser visualizados na figura 1.


Neste caso considerou-se o número de respostas, e não o número de participantes, sendo que estes podem ter mencionado mais de uma atividade. Das atividades realizadas, 45% foram descritas como atividades conjuntas entre pai e criança (sair, brincar, conversar e cantar), 35% como atividades de cuidado básico realizado na presença da mãe (dar banho, alimentar, etc.) e 20% como atividades de cuidado básico realizado sem a presença da mãe. Esta categoria refere-se à situação em que o pai cuida da criança quando a mãe precisa ausentar-se de casa por algum motivo.

As frases abaixo ilustram as categorias apresentadas:

"Quando tem tempo ele sempre dá uma atenção pra ele (criança). Vai jogar bola ...à noite, é ele que dá banho. Eu faço questão que ele dê, pra ele participar um pouquinho". (M26)

"Ele dá banho...veste, seca ela, tudo bonitinho... Botava tudo errado a fralda da menina". Brinca pra caramba. (M21)

"Sempre quando eu preciso sair, fazer alguma coisa, é ele que cuida para mim. Quando ele tá em casa ele toma conta, dá comida, se precisar fazer a comida ele faz. Ele arruma elas pra dormir, ele me ajuda nessa parte bastante". (M18)

Em relação à percepção das mães sobre a participação do pai no cuidado junto à criança (Figura 2), constatou-se uma diferença entre as opiniões das mães cujos filhos freqüentam a creche e as daquelas cujos filhos aguardavam vaga na creche. No Grupo 1 (freqüentadoras), quando questionadas sobre se o pai participava do cuidado, 42% das mães os descreveram como participantes, 42% o descreveram como pouco participantes e 16%, como não participantes. Em relação às atividades realizadas pelo pai, 100% relataram que este realizava pelo menos mais de um tipo de cuidado.


Com relação ao grupo de crianças não freqüentadoras da creche (Grupo 2), as mães, em sua maioria (60%), consideraram o pai como participante do cuidado, sendo o restante (40%) considerado como pouco participante.

Ao compararem o carinho que dispensam à criança com aquele que é demonstrado pelo pais, as mães os consideraram, em 33% dos casos, como mais carinhosos do que elas próprias, especialmente pelo fato de serem "mais brincalhões" (figura 3). Igualmente, 33% consideraram os homens como menos carinhosos do que elas, sendo descritos em alguns casos como frios, diferentemente das mães, que se dizem mais apegadas. Em 23% dos casos, a maneira utilizada pelo pai para demonstrar carinho ao filho é reconhecida como igual à da mãe, e nos 11% restantes é descrita como diferente, sem, contudo, remeter a qualquer juízo de valor.


As frases abaixo exemplificam a opinião das mães sobre o carinho demonstrado pelos pais:

"Sempre a atenção do pai é diferente da atenção da mãe, porque o pai, ele trabalha fora mas não tem compromisso em casa. Então o tempo que ele tá em casa é o tempo que ele tem pra brincar com os filhos; então geralmente o pai é mais ligado, mais atencioso que a mãe". (M18)

"...pai é uma coisa tão gelada... uma coisa muito gelada... .eu sei que ele sente amor e tudo, mais eu acho gelado o amor deles". (M8)

"Ah, o homem cuida bem que nem a gente". M21

DISCUSSÃO DOS RESULTADOS

Estudos realizados a partir da década de 1970 a respeito do papel do pai na família indicam claramente que os pais são agentes importantes no desenvolvimento da criança e que têm potencial para serem pais competentes e envolvidos. Além disso, muitos pais demonstram o desejo de participação ou procuram ativamente um maior envolvimento no cuidado da prole (Bronstein, 1988).

O tempo e a qualidade do envolvimento paterno têm se intensificado nas últimas décadas (Cabrera, Tamis - LeMonda, Bradley & Lamb, 2000). A participação dos pais pôde ser constatada no relato das mães entrevistadas, as quais descreveram seus companheiros como atuantes no cuidado de suas crianças, principalmente no que se refere às atividades conjuntas (sair, brincar, conversar e cantar). Contudo, há uma diferença entre a percepção do grupo de mães cujas crianças freqüentam a creche e a daquele no qual as crianças permanecem sob seus cuidados em casa. No grupo de famílias de crianças que iam à creche, as mães acreditavam não haver suficiente colaboração do pai no cuidado das crianças, embora essas mesmas mães tivessem afirmado que seus companheiros realizavam pelo menos dois tipos de atividades de cuidado.

Assim, as mães do G2 (não freqüentadoras) parecem admitir mais a ajuda do pai do que aquelas do G1 (freqüentadoras). Pode-se hipotetizar que esta diferença esteja relacionada ao fato de que a mãe que cuida integralmente do filho tem maior ajuda do companheiro, ao passo que aquela que não cuida integralmente do filho, dividindo este cuidado com a creche,"libera" o pai, ou ele próprio se vê liberado do cuidado, já que a mãe também o foi.

Outra possibilidade de interpretação para estes resultados é de que a mãe não valoriza as tarefas realizadas pelo pai, o que vem ao encontro das afirmações de Lewis e Dessen (1999), as quais, por sua vez, coadunam-se com os resultados da pesquisa realizada por Petzold (1995), em que os pais se sentem participantes dos cuidados, e até mesmo responsáveis por eles, em relação a crianças de cinco anos, e as mães não percebem isto, afirmando responsabilizar-se sozinhas pelos cuidados dispensados à criança. Além do mais, existe a tendência do pai em avaliar sua participação como mais efetiva do que o fazem as mães, como demonstraram Toneli, Crepaldi e Vieira (2006).

Pode-se supor, ainda, que as atividades realizadas pelo pai não são consideradas pelas mães como atividades de cuidado suficientes para descrevê-lo como engajado. Este julgamento pode advir do fato de que as atividades mais realizadas pelo pai foram atividades de lazer, como sair para passear, brincar e cantar. De acordo com Dessen e Braz (2000), o papel do pai é mais amplo do que a realização de atividades como brincar e ficar com a criança. Porém, a diferença dos cuidados entre famílias cujas crianças estão na creche e aquelas cujas crianças não estão em creche devem ser investigadas de forma mais ampla, para afirmações mais conclusivas.

Embora algumas mães, como visto, tenham referido que o pai não cuidava, 56% das mães legitimaram a importância da participação do pai. Fering e Lewis (1978) afirmam a importância de a mãe apoiar o pai, fazendo-o sentir-se bem como tal, uma vez que os sentimentos positivos em relação à sua competência paterna influenciam sua responsividade para a criança de forma positiva, e conseqüentemente a criança é influenciada indiretamente pela mãe. Menezes (2001) ressalta, ainda, que a experiência do pai com a família de origem, influencia o seu envolvimento com a criança, o que quer dizer que ele precisa de apoio da sua rede familiar para aprender a cuidar.

Com relação ao carinho dispensado ao filho, os participantes se dividiram em julgar o pai como mais carinhoso, menos carinhoso, igual e diferente da mãe, sem, neste último caso, terem delimitado tal diferença. No entanto, pode-se constatar que a soma das categorias "mais carinhoso do que a mãe" e "igual à mãe" é de 56% dos participantes. Assim, ter considerado seus maridos como tanto ou mais carinhosos com os filhos do que elas mesmas pode significar que começa a haver uma mudança no papel do pai no contexto familiar.

A presença efetiva da mulher no mercado de trabalho pode retirar o pai do lugar de provedor único e impulsioná-lo a reconquistar seu espaço por outras vias. Nesse sentido, a atenção e carinho destinados a sua prole tornam-se tão ou mais importantes, nesse momento, do que o próprio sustento econômico (Feiring & Lewis, 1978). Embora tenha sido possível observar algumas opiniões que consideram o pai como "frio" ou "gelado", a maioria das entrevistadas não demonstraram possuir essa visão, tampouco deixam de admitir a contribuição destes pais, bem como o prazer que este apoio pode proporcionar.

Discutindo a participação do pai, Lamb (1997) afirma que o que está em jogo não é a qualidade da relação de cuidado, mas a forma segundo a qual o pai cuida dos filhos, e esta é diferente daquela utilizada pela mãe. O pai costuma passar menos tempo com a criança, utilizando este momento para atividades de lazer - como sair e brincar - diferentemente da mãe (Feiring & Lewis, 1978), o que não quer dizer que seja menos atento e menos carinhoso. Este fato também foi observado na presente pesquisa.

Para Lamb (1997), o contato entre pai e criança se dá em maior escala física, aumenta com a idade e tende a ser mais intenso em locais públicos. Cabrera e cols. (2000) ainda ressaltam que as mães, se comparadas aos pais, freqüentemente dão mais cuidado, proteção e conforto. Por outro lado, o pai é mais responsável pelo papel instrumental na família, ligando a criança à sociedade. Assim sendo, as atividades exercidas por um e outro genitores são diferentes, e estas diferenças devem ser consideradas com atenção, por pesquisadores e educadores, além de profissionais que cuidam de promover a saúde e o desenvolvimento de crianças e famílias.

Barclay & Lupton (1999) afirmam que a tarefa de apoio mútuo entre homem e mulher e o enriquecimento das relações de cuidado, por estas razões, podem ser ainda pouco exeqüíveis, pois são necessárias mudanças sociais e estruturais para que isto aconteça. A dificuldade que muitos homens encontram em engajar-se no cuidado e proximidade com suas crianças não pode ser atribuída somente a diferenças individuais ou filogenéticas, mas são relacionadas expressivamente aos contextos socioculturais nos quais o pai é representado e compreendido.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

Pode-se concluir, a partir do presente estudo, que uma parcela das mães cujos filhos vão à creche considera que o pai não participa dos cuidados ao filho, quando comparadas às mães cujos filhos não freqüentam a creche, pois estas consideram o pai como participante em alguma medida. Outro aspecto importante a considerar é que as atividades que o pai realiza, em ambos os grupos, nem sempre foram consideradas como atividades de cuidado.

É importante salientar que não se pode prescindir de uma discussão mais ampla a esse respeito, levando em conta também a análise dos diferentes contextos socioculturais de desenvolvimento nos quais esta família está inserida, além, obviamente, de uma análise sobre o tipo de família de que se está falando, considerando-se que nosso país possui uma diversidade de configurações familiares. Deve-se levar em conta, então, a participação do pai também em famílias recasadas e em famílias monoparentais, chefiadas por mulheres ou por homens.

Neste sentido, seria importante aumentar o número de estudos que enfocassem a percepção do pai a respeito do seu próprio papel e do cuidado por ele exercido, bem como a respeito de sua gratificação emocional ao dispensar esses cuidados. Cumpre considerar também o caráter exploratório do presente estudo e a necessidade de aprofundamento sobre a importância e implicações não apenas do cuidado, mas do seu engajamento de maneira geral no desenvolvimento do filho e nas relações familiares como um todo. Recomenda-se, ainda, o estudo da participação do pai em diferentes faixas etárias do filho, tendo em vista as diferentes demandas da criança ao longo do tempo.

Outro aspecto importante a ser ressaltado é a sensibilização dos setores de saúde e educação para a inclusão do pai na atenção à criança, pois nestes o interlocutor principal tem sido, ainda, apenas a figura materna.

Esta prática legitima as representações de que o pai é incapaz de cuidar ou de tratar das questões inerentes ao filho, colocando-o na posição de apoio à mãe e de provedor, sem que ele, nem de longe, se preocupe com o exercício da paternidade.

Recebido em 27/06/2005

Aceito em 21/02/2006

  • Amato, P. R. (1998). More than money? Men’s contribution to their children’s lives. In A. Booth & A. C. Crouter (Eds.), Man In Families: When Do They Get Involved? What Difference Does It Make? (pp. 241-278). Mahwah: Lawrence Erlbaun Associates.
  • Andreani, G. (2006). Satisfação e responsabilidade: o envolvimento do pai na gravidez durante a transição para a parentalidade. Dissertação de Mestrado Não-Publicada, Programa de Pós-graduação em Psicologia, Universidade Federal de Santa Catarina, Florianópolis.
  • Barclay, L. & Lupton, D. (1999). The experiences of new fatherhood: A socio-cultural analysis. Journal of Advanced Nursing, 29(4), 1013-1020.
  • Bowlby, J. (1976). Cuidados maternos e saúde mental São Paulo: Martins Fontes.
  • Bronfenbrenner, U. (1994). Ecological models of human development. International Encyclopedia of Education (Vol. III, pp. 1643-1647). Oxford: Elsevier Sciences.
  • Bronfenbrenner, U. & Morris, P. (1998). The ecology of developmental processes. In W. Damon, (Org.), Handbook of child psychology (Vol.I, pp. 993-1027). New York: John Wiley & Sons.
  • Bronstein, P. (1988). Marital and parenting roles in transition: An overview. In P. Bronstein, & C. P. Cowan, (Eds.), Fatherhood Today: Men’s Changing Role in the Family (pp. 03-09). New York: John Wiley & Sons.
  • Brooks-Gunn, J. (1996). Children in families in communities: Risk and intervention in the Bronfenbrenner tradiotion. In P. Mooen, G. H. Elder & K. Leischer, (Orgs.), Examining Lives in Context: Perspectives on the Ecology of Human Development (pp. 467-519). Washington: American Psychology Association.
  • Cabrera, N. J., Tamis - LeMonda, C. S., Bradley, R. H. & Lamb, M. E. (2000). Fatherhood in the twenty-first century. Child Development, 7(4), 326-370.
  • Cecconello, A. M. (1999). Competência social, empatia e representação mental da relação de apego em famílias em situação de risco. Dissertação de Mestrado Não-Publicada, Programa de Pós-graduação em Psicologia, Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Porto Alegre.
  • Cowan, C. P. (1988). Fatherhood Today: Men’s Changing Role in the Family New York: John Wiley & Sons.
  • Crepaldi, M.A. (2001). Papéis e representações do pai no cuidado ao filho hospitalizado Relatório de Pesquisa. Florianópolis: Universidade Federal de Santa Catarina.
  • Dessen, M. A. & Braz, M. P. (2000). Rede social de apoio durante transições familiares decorrentes do nascimento de filhos. Psicologia: Teoria e Pesquisa, 16(3), 221-231.
  • Engle, P. L. & Breaux, C. (1998). Father’s involvement with children: Perspectives from developing countries. Social Policy Report: society for reseach in child development, 7(1), 1-23.
  • Feiring, C. & Lewis, M. (1978). The child as a member of the family system. Behavioral Science, 23, 225-233.
  • Gage, J. D, & Kirk, R. (2002). First-time fathers: Perceptions of preparadness for fatherhood. Canadian Journal of Nursing Report, 34(4), 15-24.
  • Lamb, M. E. (Org.) (1986). The father’s role: Applied perspectives New York: Wiley.
  • Lamb, M. E. (Org.) (1997). The role of father in child development New York: Wiley.
  • Lewis, C. & Dessen, M. A. (1999). O pai no contexto familiar. Psicologia: Teoria e Pesquisa, 15(1), 9-16.
  • Luna, S. V. (1999). Planejamento de pesquisa: uma introdução São Paulo: EDUC.
  • Menezes, C. C. (2001). A relação conjugal na transição para a parentalidade: da  gestação ao segundo ano de vida do bebê Dissertação de Mestrado Não-Publicada, Programa de Pós-graduação em Psicologia, Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Porto Alegre.
  • Petzold, M. (1995). Aprender a ser pai. Em J. Gomes-P. (Org.), Bebé XXI: criança e família na viragem do século (pp. 133-150). Lisboa: Fundação Calouste Gulbenkian.
  • Parke, R. S. (1996). Fatherhood London: Harvard Universal.
  • Pleck J. H. (1996). Paternal involvement: Levels, sources, and consequences. In M. E. Lamb. The role of father in child development (pp. 66-103). New York: John Wiley & Sons.
  • Rodrigues, M. M. & Trindade, Z. A. (1999). Em nome do pai e do filho: relações afetivas e instrumentais. Em Z. A. Trindade & E. B. Bortoli. Pesquisa em psicologia: recriando métodos (pp. 125-138). Vitória: Universidade Federal do Espírito Santo.
  • Rutter, M. L. (1987). Psychosocial resilience and protective mechanisms. American Journal Orthopsychistry, 57(3), 316-331.
  • Rutter, M. L. & Sroufe, L. A. (2000). Developmental psychopathology: Concepts and challenges. Development and Psychopathology, 12, 265-296.
  • Toneli, M. J. F.; Crepaldi, M. A; Vieira, M. L. (2006). Paternidade e Cuidados: diferentes olhares teórico-metodológicos em Psicologia. Relatório Final de Pesquisa (CNPq). Florianópolis: Universidade Federal de Santa Catarina.
  • Tronto, J.C. (1997). Mulheres e cuidados: o que as feministas podem aprender sobre a moralidade a partir disso? Em A. M. Jaggar & S. R. Bordo. (Orgs.), Gênero, corpo, conhecimento (pp. 187-203). Rio de Janeiro: Rosa dos Ventos.
  • Winnicott, D. W. (1999a). Tudo começa em casa. São Paulo: Martins Fontes.
  • Winnicott, D. W. (1999b). Os bebês e suas mães São Paulo: Martins Fontes.
  • Endereço para correspondência

    Maria Aparecida Crepaldi. Departamento de Psicologia – UFSC, Campus Universitário, Bairro Trindade, CEP 88040-970, Florianópolis-SC, Brasil.
    E-mail:
  • 1
    Apoio: PIBIC/CNPq/UFSC.
  • Datas de Publicação

    • Publicação nesta coleção
      14 Mar 2007
    • Data do Fascículo
      Dez 2006

    Histórico

    • Recebido
      27 Jun 2005
    • Aceito
      21 Fev 2006
    Universidade Estadual de Maringá Avenida Colombo, 5790, CEP: 87020-900, Maringá, PR - Brasil., Tel.: 55 (44) 3011-4502; 55 (44) 3224-9202 - Maringá - PR - Brazil
    E-mail: revpsi@uem.br