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Pedagogias críticas da Educação Física na “batalha de ideias”: analisando produções e compreensões contemporâneas e suas contraposições ao pensamento e às práticas pedagógicas conservadoras

Critical pedagogies of Physical Education in the “battle of ideas”: analyzing contemporary productions and understandings and their counterpositions to conservative pedagogical thought and practices

Pedagogías críticas de la Educación Física en la “batalla de ideas”: analizando producciones y comprensiones contemporáneas y sus contraposiciones al pensamiento y las prácticas pedagógicas conservadoras

RESUMO

O presente artigo investiga como se apresentam as produções e as compreensões contemporâneas das pedagogias críticas nas produções acadêmicas e científicas da Educação Física. Analisa teses de doutorado e dissertações de mestrado defendidas e publicadas em bancos digitais, bem como artigos científicos disponíveis em quatro dos principais periódicos da Educação Física entre 2000 e 2023. Caracteriza-se como bibliométrico, de natureza básica estratégica quanto aos objetivos e com abordagem quali-quantitativa. Evidencia que a contraposição das proposições pedagógicas críticas na Educação Física ao pensamento conservador e às práticas pedagógicas conservadoras ampliou-se ao considerar o que defende Silva (2013), considerando no contemporâneo questões raciais, de gênero e sexuais, além das econômicas.

Palavras-chave:
Pedagogias críticas; Educação Física; Bibliometria; Batalha de ideias

ABSTRACT

This article investigates how contemporary productions and understandings of critical pedagogies are presented in academic and scientific productions of Physical Education. It analyzes doctoral theses and master's dissertations defended and published in digital databases, as well as scientific articles available in four of the main Physical Education journals between the years 2000 and 2023. It is characterized as bibliometric, of a basic strategic nature as to the objectives and with a qualitative-quantitative approach. It shows that the counterposition of critical pedagogical propositions in Physical Education to conservative thinking and conservative pedagogical practices have expanded, considering in contemporary racial, gender and sexual issues, in addition to economic ones.

Keywords:
Critical pedagogies; Physical Education; Bibliometrics; Battle of ideas

RESUMEN

Este artículo investiga cómo se presentan las producciones y comprensiones contemporáneas de las pedagogías críticas en en los trabajos académicos y científicos de la Educación Física. Analiza tesis doctorales y disertaciones de maestría defendidas y publicadas en bancos digitales, así como artículos científicos disponibles en cuatro de las principales revistas de Educación Física entre los años 2000 y 2023. El estudio se caracteriza como bibliométrico, de carácter básico estratégico en cuanto a objetivos y con un enfoque cuali-cuantitativo. Evidencia que la oposición de las propuestas pedagógicas críticas en Educación Física al pensamiento conservador y a las prácticas pedagógicas conservadoras se han ampliado, considerando cuestiones raciales, de género y sexuales, además de las económicas, en la época contemporânea.

Palabras-clave:
Pedagogías críticas; Educación Física; Bibliometría; Batalla de ideas

INTRODUÇÃO

Como destaca a chamada para o dossiê temático de Epistemologia da Educação Física e Ciências do Esporte organizado pela Revista Brasileira de Ciências do Esporte (RBCE), sabemos que a América Latina, nas últimas décadas, esteve ameaçada pelo avanço do neoliberalismo e do pensamento conservador que o acompanha e sustenta-o no plano da “batalha de ideias”. Esse entendimento foi firmado também no VII Colóquio de Epistemologia do Colégio Brasileiro de Ciências do Esporte, no qual foi destacado que houve o fortalecimento do racismo, da xenofobia, do machismo, da homofobia e o avançar das crises social, econômica e cultural.

Seja por coincidência, por intencionalidade, seja por conveniência, nessas mesmas décadas as pedagogias críticas,1 1 Como sugere Kirk (2019), adotamos pedagogias críticas no plural em razão das mais variadas perspectivas que as constroem. aquelas que lutam por justiça social, foram fortemente questionadas no cenário educacional brasileiro (Kirk et al., 2019Kirk D, Almeida FQ, Bracht V. Pedagogia crítica da Educação Física: desafios e perspectivas contemporâneas. Movimento 2019;25(1):e25061. http://dx.doi.org/10.22456/1982-8918.97341.
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; Sousa e Almeida, 2022Sousa GRS, Almeida FQ. Pedagogia (pós)crítica na Educação Física cultural: uma leitura com Marcos Garcia Neira e Mário Nunes. Rev Bras Educ Fís Escolar 2022;7(3):1-2.; Sousa, 2023Sousa GRS. Pela não classificação das pedagogias críticas e pós-críticas: diálogos provocativos com Tomaz Tadeu da Silva. Revista e-Curriculum 2023;21:e56874. http://dx.doi.org/10.23925/1809-3876.2023v21e56874
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). Nas últimas décadas, a eminência de perspectivas pedagógicas pós-críticas ou teorias educacionais pós-críticas, por exemplo, têm apresentado compreensões de pedagogias críticas limitadas às análises macroeconômicas, restritas a elas. Silva (2013)Silva TT. Documentos de identidade: uma introdução as teorias do currículo. 3. ed. Belo Horizonte: Autêntica Editora; 2013. é o autor que consolida essa compreensão de pedagogias críticas no Brasil, em seu livro Documentos de identidade: uma introdução às teorias do currículo, publicado pela primeira vez em 1999 (Bracht e Almeida, 2019Bracht V, Almeida FQ. Pedagogia crítica da educação física: dilemas e desafios na atualidade. Movimento 2019;25(1),1-15. http://dx.doi.org/10.22456/1982-8918.96196
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).

Na Educação Física, alguns autores, como Neira e Nunes (2009Neira MG, Nunes ML. Educação Física, currículo e cultura. São Paulo: Phorte; 2009., 2020Neira MG, Nunes ML. As dimensões política, epistemológica e pedagógica do currículo cultural da Educação Física. In: Bossle F, Athayde P, Lara L, editores. Ciências do esporte, educação física e produção do conhecimento em 40 anos de CBCE. Natal, RN: EDUFRN; 2020. p. 25-44.), inspirados em Silva (2013)Silva TT. Documentos de identidade: uma introdução as teorias do currículo. 3. ed. Belo Horizonte: Autêntica Editora; 2013., afirmam que vivemos em tempos pós-modernos e, por isso, necessitamos de outras orientações além daquelas fornecidas pela teoria educacional crítica. Indagam a pertinência, a validade e os limites das pedagogias críticas na Educação Física e, por outro lado, apresentam pedagogias pós-críticas como alternativa para ampliá-las conceitual, epistemológica e pedagogicamente. As pedagogias críticas tornam-se, assim como na Educação, limitadas também na Educação Física às análises macroeconômicas, marcadas como aquelas que supostamente desconsideram conceitos, como: identidade, gênero, diferença, etnia; e também tendências, como: o pós-estruturalismo e o pós-modernismo.

Essa situação da literatura na Educação Física nas últimas décadas aponta para a polêmica que tem orientado as produções de alguns autores na área. Um primeiro grupo defende que as pedagogias críticas renovaram-se, criticaram-se e, consequentemente, ampliaram-se, como Kirk et al. (2019)Kirk D, Almeida FQ, Bracht V. Pedagogia crítica da Educação Física: desafios e perspectivas contemporâneas. Movimento 2019;25(1):e25061. http://dx.doi.org/10.22456/1982-8918.97341.
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, Bracht e Almeida (2019)Bracht V, Almeida FQ. Pedagogia crítica da educação física: dilemas e desafios na atualidade. Movimento 2019;25(1),1-15. http://dx.doi.org/10.22456/1982-8918.96196
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, Sousa e Almeida (2022)Sousa GRS, Almeida FQ. Pedagogia (pós)crítica na Educação Física cultural: uma leitura com Marcos Garcia Neira e Mário Nunes. Rev Bras Educ Fís Escolar 2022;7(3):1-2. e Sousa (2023)Sousa GRS. Pela não classificação das pedagogias críticas e pós-críticas: diálogos provocativos com Tomaz Tadeu da Silva. Revista e-Curriculum 2023;21:e56874. http://dx.doi.org/10.23925/1809-3876.2023v21e56874
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. Em contrapartida, um segundo grupo fomenta o debate educacional da pedagogia pós-crítica, colocando-a em certa oposição que “amplia/aprofunda” as pedagogias críticas, afirmando a estagnação dessas últimas, como Neira e Nunes (2009Neira MG, Nunes ML. Educação Física, currículo e cultura. São Paulo: Phorte; 2009., 2020)Neira MG, Nunes ML. As dimensões política, epistemológica e pedagógica do currículo cultural da Educação Física. In: Bossle F, Athayde P, Lara L, editores. Ciências do esporte, educação física e produção do conhecimento em 40 anos de CBCE. Natal, RN: EDUFRN; 2020. p. 25-44., Gramorelli e Neira (2015)Gramorelli LC, Neira MG. Embates em torno do conceito de cultura corporal: gênese e transformações. In: Eletrônicos XIX Conbrace/VI Conice. Anais. Vitória,ES: UFES; 2015. e Alviano et al. (2022)Alviano JRW, Neira MG, Vargas CP. Práticas curriculares da educação física e ação didática docente: um olhar dos estudos culturais. Humanidades & Inovação 2022;9(14):111-21..

Visando contribuir com possíveis (des)entendimentos epistemológicas na área da Educação Física brasileira e com a consequente “batalha de ideias” entre as pedagogias críticas e pós-críticas em uma ótica progressista, este artigo se orienta a partir da seguinte questão-problema: como se apresentam as produções e as compreensões das pedagogias críticas no cenário contemporâneo de produção acadêmica e científica da Educação Física? Em busca de possíveis respostas a pergunta-problema, adotamos como recorte os estudos produzidos entre 2000 e 2023. Recorremos à análise de teses de doutorado e dissertações de mestrado defendidas e publicadas em bibliotecas/bancos digitais, bem como a análise de artigos científicos disponíveis em alguns dos principais periódicos da Educação Física nesse período. Nesse sentido, a metodologia apresentará informações pormenorizadas.

Nosso texto, portanto, desenvolve-se e justifica-se em torno de certa curiosidade questionadora do entendimento pós-crítico que tem afirmado a impossibilidade de ampliação político-epistemológica e pedagógica progressista das pedagogias críticas na Educação e na Educação Física além das questões econômicas. Ainda, no que diz respeito à validade dessa referência pedagógica quanto à contraposição ao pensamento conservador que afeta as questões da diferença, como aquele que sustenta o racismo, o machismo e a homofobia. Justifica-se, epistemologicamente, por oferecer possíveis contribuições quanto à “batalha de ideias” na Educação Física brasileira e, consequentemente, na América Latina, em prol do pensamento e da prática pedagógica progressista crítica.

Este artigo organiza-se em três sessões. Na primeira, consta a metodologia, ou seja, a apresentação dos caminhos que tornaram essa pesquisa possível. Na segunda, problematizamos os dados quali-quantitativamente presentes nas produções levantadas via pesquisa bibliométrica nas mais variadas bases de dados online. Estabelecemos também um diálogo com a literatura a respeito das pedagogias críticas da Educação Física e alguns dilemas apontados na introdução, em diálogo com a pedagogia pós-crítica. Nas considerações finais, retomamos a questão-problema e os objetivos do artigo, destacando possíveis contribuições apresentadas e encaminhamentos.

METODOLOGIA

Este estudo apresenta-se como bibliométrico, de natureza básica e estratégica quanto aos objetivos, com abordagem quali-quantitativa, e faz uso de procedimentos bibliográficos via bases de dados online. A análise bibliométrica é considerada um tipo de pesquisa que utiliza técnicas quantitativas na busca e na avaliação de bibliografias em bancos de dados online. Entretanto, de acordo com Araújo (2006)Araújo CA. Bibliometria: evolução histórica e questões atuais. Revista em Questão 2006;1(12):11-32. e Oliveira et al. (2016)Oliveira AAS, Lima CGS, Morais KKC. Bibliometria e metassíntese de estudos sobre trabalhos publicados na revista Psicologia & Sociedade. Psicol Soc 2016;28(3):572-81. http://dx.doi.org/10.1590/1807-03102016v28n3p572.
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, ela permite análises qualitativas que se dão a partir de seu panorama sistemático, o que facilita a apropriação “quali” pelo pesquisador, aprofundando aquilo que já foi elaborado sobre determinado estudo.

Fazendo referência aos procedimentos metodológicos que adotamos para a produção dos dados, fizemos buscas em bancos online de artigos científicos, teses e dissertações relacionados às pedagogias críticas e à Educação Física. Como recorte, visando manter a coerência com o que denominamos de contemporâneo, optamos pelo filtro entre as publicações realizadas entre 2000 e 2023. A forma para coletar os dados se deu via descritores “pedagogia crítica e Educação Física” e “teoria crítica e Educação Física”. Desse modo, foi possível acessar as produções relacionadas ao tema, descartando aquelas que fugiam dele.

Vale ressaltar que foram selecionados artigos, dissertações e teses que atendiam aos seguintes critérios: a) terem sido publicados nas bibliotecas digitais e revistas científicas selecionadas e/ou mecanismo virtual de pesquisa; b) não serem produções repetidas nem de outros países; c) terem relação direta com as pedagogias críticas da Educação Física, reportando-se a estas explicitamente, seja no título, no resumo, seja em seu conteúdo manifesto. Optamos por bases de dados variadas por entendermos que é difícil encontrar uma que seja completa, com todos os artigos científicos, teses e dissertações sobre determinado tema, no nosso caso sobre as pedagogias críticas.

Quanto à primeira busca de artigos científicos sobre as pedagogias críticas, deu-se em quatro dos principais periódicos científicos da Educação Física com abordagem sociocultural e que se encontram disponíveis online:2 2 Orientamo-nos pelo Qualis Periódicos (Capes) 2017-2020. Revista Movimento, Revista Brasileira de Ciências do Esporte (RBCE), Revista Motrivivência e Revista Pensar a Prática. Com interesse apenas em mapear os artigos presentes em outros periódicos da Educação Física e até mesmo da Educação, estendemos a pesquisa ao Google Scholar e ao Portal de Periódicos da Capes.

Quanto à segunda busca de teses e dissertações, foi realizada em três portais eletrônicos: na Biblioteca Digital Brasileira de Teses e Dissertações (BDTD), no Banco de Teses e Dissertações da Capes e no Google Scholar. Consideramos esses três bancos de documentos online por serem expressivos e respeitados cientificamente na busca desses trabalhos acadêmicos. Realizamos a leitura dos títulos e resumos dos trabalhos, em uma primeira análise, e, quando necessário nessa etapa, recorremos às análises completas dos artigos e parcial das dissertações e teses (introdução e considerações finais).

No total, identificamos vinte e oito trabalhos acadêmicos com base nos descritores estabelecidos – “pedagogia crítica e Educação Física” e “teoria crítica e Educação Física” –, trabalhos esses que, de acordo com o objetivo, deveriam enfocar pesquisas sobre as pedagogias críticas da Educação Física. Todavia, oito desses trabalhos não se reportaram explicitamente às pedagogias críticas ao longo do texto, ficando, portanto, vinte pesquisas relacionadas ao tema, sendo sete dissertações (35%), duas teses (15%) e onze artigos científicos (55%). Começaremos problematizando os artigos científicos e, posteriormente, trataremos dos dados referentes às teses e às dissertações.

Para os resultados, como evidenciado, o estudo contou com análises qualitativas e quantitativas em uma perspectiva de problematização dos dados levantados. A abordagem quali-quantitativa é tratada por alguns autores, como Goetz e Le Compte (1984)Goetz J, Le Compte M. Ethmografy and qualitative design in educational research. Orlando: Academic Press; 1984., como um modo de ampliar e complementar informações com base em procedimentos científicos. Entretanto, como pontuam Santos e Gamboa (2013)Santos JC Fo, Gamboa SS. Pesquisa educacional: quantidade-qualidade. 8. ed. São Paulo: Cortez; 2013., os mesmos enfoques que complementam são aqueles que impossibilitam estabelecer uma relação direta entre as técnicas qualitativas e quantitativas, sendo eles: categorias de objetividade e subjetividade, quantidade e qualidade, explicação e compreensão, registro rigoroso de dados e intepretação etc.

Essa última fase do estudo se deu por meio de leituras pormenorizadas dos trabalhos, tanto dos artigos quanto das dissertações e teses, sob a luz das indagações. A parte quantitativa foi efetivada por meio de tratamento estatístico descritivo das dissertações, teses e artigos científicos coletados. Evidenciamos nessa etapa: 1) a quantidade dos trabalhos acadêmicos encontrados no total e a quantidade de trabalhos excluídos; 2) a quantidade de artigos; 3) a quantidade de teses e dissertações; 4) instituições e programas de pós-graduação e o número de produções veiculadas àquelas; 5) periódicos científicos e a quantidade de produções veiculadas a estes; 6) a quantidade de produções desenvolvidas por pesquisadores dos sexos masculino e feminino.

Já a análise qualitativa foi realizada por meio de interpretações assistemáticas de acordo com as evidências encontradas, organizadas conjunta e complementarmente à quantitativa, via análise de conteúdo (Bardin, 2016Bardin L. Análise de Conteúdo. São Paulo: Edições 70; 2016. ). Além disso, classificamos por presença ou ausência conceitos constitutivos dos artigos, das teses e das dissertações pesquisadas por meio de um comparativo com o que propõe Silva (2013)Silva TT. Documentos de identidade: uma introdução as teorias do currículo. 3. ed. Belo Horizonte: Autêntica Editora; 2013. quanto à definição de pedagogias críticas e pedagogias pós-críticas em seu quadro categorial conceitual. O objetivo foi a compreensão das possíveis limitações ou ampliações das pedagogias críticas quanto às suas possibilidades analíticas e pedagógicas progressistas em contraposição ao conservadorismo contemporâneo. Nessa linha, também objetivamos tencionar as pedagogias críticas da Educação Física em face do que apresenta a pedagogia pós-crítica.

DESCRIÇÃO E ANÁLISE DOS DADOS

Encontramos dezenove artigos científicos em nossa pesquisa em periódicos e bibliotecas/portais, com base nos descritores anteriormente mencionados, dos quais oito deles fugiram do tema ou se repetiram e, por isso, foram descartados (Tabela 1). Considerando os onze artigos que versaram sobre as pedagogias críticas na Educação Física, identificamos como resultado: cinco artigos na Revista Movimento (45,4%), dois artigos na Revista Motrivivência (18,2%) e quatro no Google Scholar (36,4%) vinculados a outros periódicos (CEFE, Revista da ALESDE, Corpoconsciência e Revista Ibero-americana de Estudos em Educação). Essa expressividade da Revista Movimento se deu, especialmente, pelo seu volume de número 25, de 2019, no qual Kirk, Almeida e Bracht organizaram um dossiê interessado em discutir o pensamento pedagógico crítico na Educação Física.

Tabela 1
Panorama geral dos artigos científicos encontrados.

Considerando os primeiros autores dos artigos científicos nacionais – quando a obra contava com coautores –, percebemos que eles se vinculam a três instituições federais brasileiras e a duas instituições internacionais: Universidade Federal do Espírito Santo (UFES), Instituto Federal de São Paulo (IFSP), Instituto Federal do Paraná (IFPR), Strathclyde and Queensland (Escócia) e Universidade de Deakin (Austrália). Dessas três instituições, a UFES foi a que mais produziu artigos sobre as pedagogias críticas, no que denominamos de contemporâneo da Educação Física, com cinco produções (45,4% do total). O IFSP foi o segundo, com dois artigos publicados (18,2% do total), e o IFPR, o terceiro, com um artigo (9,1% do total). Dentre as universidades estrangeiras, figuraram a de Strathclyde and Queensland, com duas publicações (18,2% do total), seguida da Universidade de Deakin, com um artigo publicado (9,1% do total).

Quanto às pesquisas envolvendo teses e dissertações, como resultado identificamos nove produções científicas sobre as pedagogias críticas da Educação Física, sendo sete dissertações e duas teses, e nenhuma delas fugiu ao tema (Tabela 2). O programa de Pós-graduação em Educação Física da Universidade Federal de Santa Catarina (PPGEF/UFSC) figurou com mais trabalhos acadêmicos nesse quesito sobre as pedagogias críticas, com quatro (44,5%). O PPGEF da Universidade Federal do Espírito Santo (UFES), de acordo com a busca, teve uma defesa de dissertação sobre a temática (11,1%). Com também uma defesa cada um, encontramos os programas de Pós-graduação em Educação da Universidade Estadual de Ponta Grossa (11,1%) e da Universidade Federal da Bahia (11,1%). O Programa de Pós-graduação em Ciência do Movimento Humano da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (PPGCMH/UFSM) e o Programa de Mestrado Profissional em Educação Física em Rede Nacional da Universidade Federal de Minas Gerais (PROEF/UFMG) completam a lista com uma defesa cada um (11,1% e 11,1%).

Tabela 2
Panorama geral das teses e dissertações encontradas.

Ao cruzar os dados das duas primeiras tabelas, estabelecendo um comparativo, percebemos que o maior número de artigos foi produzido por autores vinculados à UFES, enquanto o maior número de dissertações e teses foi identificado na UFSC. Esses dados podem indicar que nem sempre as teses e dissertações transformam-se em artigos científicos e são socializadas em periódicos científicos. Tanto no que diz respeito à vinculação dos autores dos artigos sobre as pedagogias críticas da Educação Física quanto aos programas de Pós-graduação nos quais as dissertações e teses foram defendidas faz-se perceptível a prevalência das regiões Sudeste e Sul do país, com uma presença tímida da região Nordeste.

Levando em consideração o acúmulo de pesquisas nessas duas primeiras regiões citadas no parágrafo anterior cabe destacarmos que não há Programa de Pós-graduação em Educação Física que apresente possibilidades de investigação científica relacionada às subáreas sociocultural e pedagógica na região Norte. Isso dificulta e, até mesmo, impossibilita o desenvolvimento da temática destacada em tela neste artigo. Em contrapartida, sabemos também que a maioria dos programas de pós-graduação em Educação Física encontra-se em instituições de ensino do Sul e do Sudeste (Rechia et al., 2015Rechia S, Silva PCC, Almeida FQ, Chaves-Gamboa MF, Ortigara V, Tartaruga MP, et al., organizadores. Dilemas e desafios da pós-graduação em Educação Física. Ijuí: Unijuí; 2015.), o que amplia esse debate político científico nessas regiões. De todo modo, esses dados indicam também que as pedagogias críticas da Educação Física precisam ser desenvolvidas/fortalecidas nas outras regiões, em prol até mesmo de certa pluralidade epistemológica.

Nos onze artigos científicos publicados observamos predominância masculina quanto à primeira autoria, nove (81,8%). No que diz respeito à autoria feminina, constatamo-la em dois trabalhos acadêmicos (18,2%). Quanto às teses e dissertações, o cenário se inverte, mas com um distanciamento menor - das nove produções, cinco são de mulheres (55,6%) e quatro foram produzidas por homens (44,4%). No total dos vinte trabalhos, entre teses, dissertações e artigos científicos, percebemos a seguinte paisagem: 65% de produções científicas são masculinas (13) e 35% das produções científicas sobre as pedagogias críticas são femininas (7) (Tabela 3).

Tabela 3
Autoria quanto ao gênero.

Faz-se importante destacar que a configuração das relações de gênero e suas implicações nas produções científicas devem ser motivo de preocupação de uma proposição pedagógica que se configura por convergência no que diz respeito à justiça social, ainda mais se consideramos os resultados evidenciados nas autorias dos artigos. Chamon (2005)Chamon M. Trajetória de Feminização do Magistério: ambiguidades e conflitos. Belo Horizonte: Ed. Autêntica; 2005. afirma que as investigações desenvolvidas por mulheres nas ciências sociais e humanas têm se consolidado cada vez mais, o que de certa forma se evidencia nas autorias das teses e dissertações. Todavia, vale ressaltar que muitas mulheres ainda são submetidas a desigualdades relativas à ascensão profissional e ao próprio status científico como pesquisadoras, afinal a produção científica nos últimos 300 anos tem sido eminentemente masculina (Hayashi et al., 2007Hayashi MCPI, Cabrero RDC, Costa MDPRD, Hayashi CRM. Indicadores da participação feminina em Ciência e Tecnologia. Revista Transformação 2007;19(2):169-87. http://dx.doi.org/10.1590/S0103-37862007000200007.
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).

De acordo com Silva (2013)Silva TT. Documentos de identidade: uma introdução as teorias do currículo. 3. ed. Belo Horizonte: Autêntica Editora; 2013. que, como já destacamos, é um dos principais representantes no Brasil da distinção entre pedagogias críticas e pós-críticas e um dos principais críticos da primeira (Sousa, 2023Sousa GRS. Pela não classificação das pedagogias críticas e pós-críticas: diálogos provocativos com Tomaz Tadeu da Silva. Revista e-Curriculum 2023;21:e56874. http://dx.doi.org/10.23925/1809-3876.2023v21e56874
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), os conceitos de uma teoria dirigem nossa atenção para certas coisas que sem eles não as “veríamos”. Tais conceitos organizam e estruturam nossa forma de perceber a “realidade”. Assim, continua o autor, uma forma útil de distinguirmos as diferentes teorias pedagógicas é pelo exame dos diferentes conceitos empregados. Nesse sentido, ele apresenta o quadro conceitual 1 que pode ser observado ao final deste artigo (Quadro 1).

Quadro 1
Diferentes teorias do currículo e seus conceitos segundo Silva (2013)Silva TT. Documentos de identidade: uma introdução as teorias do currículo. 3. ed. Belo Horizonte: Autêntica Editora; 2013..

Percebe-se que, para Silva (2013)Silva TT. Documentos de identidade: uma introdução as teorias do currículo. 3. ed. Belo Horizonte: Autêntica Editora; 2013., as pedagogias críticas se organizam fortemente pelas questões ligadas às relações de poder postas pela análise econômica, entendimento do qual já apresentamos discordâncias em artigos anteriores (Sousa e Almeida, 2022Sousa GRS, Almeida FQ. Pedagogia (pós)crítica na Educação Física cultural: uma leitura com Marcos Garcia Neira e Mário Nunes. Rev Bras Educ Fís Escolar 2022;7(3):1-2.; Sousa, 2023Sousa GRS. Pela não classificação das pedagogias críticas e pós-críticas: diálogos provocativos com Tomaz Tadeu da Silva. Revista e-Curriculum 2023;21:e56874. http://dx.doi.org/10.23925/1809-3876.2023v21e56874
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). Tendo essa compreensão de Silva (2013)Silva TT. Documentos de identidade: uma introdução as teorias do currículo. 3. ed. Belo Horizonte: Autêntica Editora; 2013. como referência problematizadora e buscando novamente tencioná-la, foi observado que nos artigos científicos teórico-pedagógicos críticos contemporâneos da Educação Física os autores apresentam e problematizam a “realidade” segundo conceitos que esse autor caracteriza como pertencentes/empregados pelas pedagogias pós-críticas, marcados pelas análises de poder nas relações com o que podemos chamar de diferença ou saberes culturais.

Cabe destacarmos que, compreendemos que é sensível a análise operada segundo esse entendimento de Silva (2013)Silva TT. Documentos de identidade: uma introdução as teorias do currículo. 3. ed. Belo Horizonte: Autêntica Editora; 2013., entretanto, é justamente por isso que estamos também operando com ela, para questioná-la. Temos a compreensão de que a utilização dos conceitos de raça, gênero, diferença, inclusão e tantos outros não devem ser associados direta nem exclusivamente a uma teoria pedagógica. Definir as teorias apenas segundo supostos conceitos que elas operam é uma sustentação que nos parece frágil, todavia foi a forma com que Silva (2013)Silva TT. Documentos de identidade: uma introdução as teorias do currículo. 3. ed. Belo Horizonte: Autêntica Editora; 2013. disseminou a distinção entre pedagogias críticas e pós-críticas no Brasil.

Os pesquisadores que operam com as pedagogias críticas na Educação Física demonstram preocupações recorrentes com questões de: raça, gênero, subjetividade, etnia, sexualidade, diferença (Quadro 2). Por vezes, estabelecem interlocução com o multiculturalismo, a interculturalidade, o debate pós-moderno e as culturas populares. Nas teses e nas dissertações, ocorre algo próximo ao identificado nos artigos, mas com menos frequência (Quadro 3).

Quadro 2
Artigos científicos relacionados às pedagogias críticas da Educação Física.
Quadro 3
Teses e dissertações relacionadas às pedagogias críticas da Educação Física.

O que se percebe neste momento da pesquisa é que a partir do quadro conceitual traçado por Silva (2013)Silva TT. Documentos de identidade: uma introdução as teorias do currículo. 3. ed. Belo Horizonte: Autêntica Editora; 2013., comparado aos dados apresentados neste estudo bibliométrico, não é mais possível definir as pedagogias pós-críticas e suas distinções das pedagogias críticas segundo os supostos conceitos que elas operam. Ainda, as compreensões de pedagogias críticas da Educação Física não se limitam às análises macroeconômicas. Esses apontamentos corroboram com estudos que já havíamos desenvolvido de modo mais teórico, só que agora com apontamentos que dialogam pragmaticamente com “a letra” dos textos na Educação Física.

Se, de acordo com Neira e Nunes (2009Neira MG, Nunes ML. Educação Física, currículo e cultura. São Paulo: Phorte; 2009., 2020Neira MG, Nunes ML. As dimensões política, epistemológica e pedagógica do currículo cultural da Educação Física. In: Bossle F, Athayde P, Lara L, editores. Ciências do esporte, educação física e produção do conhecimento em 40 anos de CBCE. Natal, RN: EDUFRN; 2020. p. 25-44.), por exemplo, vivemos em tempos pós-modernos e, por isso, necessitamos de outras orientações além daquelas fornecidas pela teoria educacional crítica, os artigos, as teses e as dissertações pesquisadas também demonstram o contrário, apresentam conceitos que, para Silva (2013)Silva TT. Documentos de identidade: uma introdução as teorias do currículo. 3. ed. Belo Horizonte: Autêntica Editora; 2013., são proposições fundamentais para a problematização/visão social/cultural pós-moderna. Ainda, por vezes os estudos destacados neste artigo operam relacionando o pós-moderno e o pós-estruturalismo com as pedagogias críticas, a exemplo do que também fez Silva ao organizar, em 1993, o livro Teorias educacionais críticas em tempos pós-modernos. A pertinência, a validade e os limites das pedagogias críticas na Educação Física, assim, parecem se misturar indistintamente com a validade e as supostas ampliações das pedagogias pós-críticas.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

Este artigo se propôs a analisar como se apresentam as produções e as compreensões das pedagogias críticas no cenário contemporâneo de produção acadêmica e científica da Educação Física, tomando, para isso, a compreensão de Silva (2013)Silva TT. Documentos de identidade: uma introdução as teorias do currículo. 3. ed. Belo Horizonte: Autêntica Editora; 2013. como balizadora da proposta. Segundo a análise dos dados, é perceptível que vinte pesquisas se relacionavam ao tema, sendo sete dissertações (35%), duas teses (15%) e onze artigos científicos (55%). Os artigos distribuíram-se na Revista Movimento (cinco artigos ou 45,4%), na Revista Motrivivência (dois artigos ou 18,2%) e no Google Scholar ou outros periódicos (quatro artigos ou 36,4% - CEFE, ALESDE, Corpoconsciência e Revista Ibero-americana de Estudos em Educação).

Quanto aos primeiros autores dos artigos científicos nacionais, percebemos que se vinculam à UFES (cinco artigos ou 45,4%), ao IFSP (dois artigos publicados ou 18,2% do total) e ao IFPR (um artigo ou 9,1% do total). Quanto às pesquisas envolvendo teses e dissertações, o PPGEF/UFSC figurou com quatro defesas (44,5%), o PPGEF/UFES, o PPGE/UEPG PPGCMH/UFSM, ProEF/UFMG e o PPGE/UFBA apresentaram uma defesa cada um (56,5%). No total dos vinte trabalhos, entre teses, dissertações e artigos científicos, 65% de produções científicas são masculinas (13) e 35% das produções científicas sobre as pedagogias críticas são femininas (7).

No que diz respeito ao panorama conceitual apresentado por Silva (2013)Silva TT. Documentos de identidade: uma introdução as teorias do currículo. 3. ed. Belo Horizonte: Autêntica Editora; 2013., constatamos que nas produções teórico-pedagógicos críticas contemporâneas da Educação Física os autores apresentam e problematizam a “realidade” segundo conceitos que, de acordo com o autor, são pertencentes/empregados pelas pedagogias pós-críticas. Esses pesquisadores que operam com as pedagogias críticas na Educação Física demonstram preocupações recorrentes com questões de: raça, gênero, subjetividade, etnia, sexualidade, diferença, indo além das questões econômicas. Esses dados colocam novamente sob suspeita a análise operada por Silva (2013)Silva TT. Documentos de identidade: uma introdução as teorias do currículo. 3. ed. Belo Horizonte: Autêntica Editora; 2013. para disseminar a distinção entre pedagogias críticas e pós-críticas no Brasil.

Nas últimas décadas, a América Latina esteve ameaçada pelo avanço do neoliberalismo e do conservadorismo. Afirmarmos a validade das pedagogias críticas quanto à contraposição ao pensamento conservador no contemporâneo educacional brasileiro na Educação Física. Além disso, mesmo não sendo objetivo neste artigo, questionamos a classificação que opõe as pedagogias críticas às pedagogias pós-críticas e orienta os trabalhos dessa última. Mais produtivo seria evitar rótulos e pensar nas potencialidades de fortalecimento das práticas pedagógicas progressistas, contrárias às injustiças sociais e ao conservadorismo.

Por fim, outro ponto importante de ser destacado vai na direção das limitações desse artigo. Ao propormos investigar como se apresentam as produções e as compreensões contemporâneas das pedagogias críticas nas produções acadêmicas e científicas da Educação Física, deixamos de problematizar questões que poderiam contribuir com o estudo e podem ser desenvolvidas em outros artigos, com base em outros autores, como: quais são os objetivos de pesquisa dessas produções críticas da Educação Física? Quais são as referências utilizadas pelos seus autores? Qual é a relação dos objetos com a pedagogia/teoria crítica? Quais as principais análises realizadas e segundo quais autores são organizadas?

  • 1
    Como sugere Kirk (2019)Kirk D. Quis custodiet ipsos custodes?: sobre ser crítico na pedagogia crítica da Educação Física. Movimento 2019;25(1):1-13. http://dx.doi.org/10.22456/1982-8918.96244.
    http://dx.doi.org/10.22456/1982-8918.962...
    , adotamos pedagogias críticas no plural em razão das mais variadas perspectivas que as constroem.
  • 2
    Orientamo-nos pelo Qualis Periódicos (Capes) 2017-2020.
  • FINANCIAMENTO

    O presente trabalho não contou com apoio financeiro de nenhuma natureza para a sua realização.

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Datas de Publicação

  • Publicação nesta coleção
    13 Nov 2023
  • Data do Fascículo
    2023

Histórico

  • Recebido
    30 Jul 2023
  • Aceito
    05 Set 2023
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