Abstract in Portuguese:
Resumo: Partimos do pressuposto de uma conexão entre a política-por-vir e a poiesis. É um nexo entre a atitude afirmativa da contemplação, que torna o in-operante o alvo lógico vinculado à vontade de poder da biopolítica, em que a desapropriação não cria nada novo per se mas estimula um movimento ao entre-lugar de ação e inação característico da potencialidade. Libera-se assim a potência em modos alternativos à biopolítica.Abstract in Spanish:
Resumen Partimos del presupuesto de una conexión entre la política-que-viene y la poiesis. Es un nexo entre la actitud afirmativa de contemplación, que vuelve a lo in-operante el blanco lógico vinculado a la voluntad de poder de la biopolítica, en el que la desapropiación no crea nada nuevo per se, sino que estimula un movimiento al entre-lugar de acción e inacción característico de la potencialidad. Se libera de ese modo la potencia en modos alternativos a la biopolítica.Abstract in English:
Abstract We start from the assumption that there is a connection between the politics to come and poiesis. This is a nexus between the affirmative attitude of contemplation, which turns the inoperative into the obvious target linked to the will to power of biopolitics, in which disappropriation does not create anything new as such, but entails a shift towards the constitutive link of potentiality, i.e. the “space” between action and non-action. Potentiality is then released in alternative ways to that of biopolitics.Abstract in Portuguese:
Resumo O presente trabalho procura investigar as formas como um território é inventado sob a figuração de um país. Nesse sentido, são explorados os procedimentos que Sarmiento implanta em sua invenção do Delta do Paraná argentino e os desvios propostos pela poética de J. L Ortiz e Madariaga em relação às histórias fundadoras do séc. XIX. Para realizá-lo, são convocadas as propostas teóricas de Derrida, Virno e F. Rodríguez.Abstract in Spanish:
Resumen El presente trabajo busca indagar en los modos como se inventa un territorio bajo la figuración de un país. En este sentido, se exploran los procedimientos que despliega Sarmiento en su invención del Delta del Paraná argentino y se constatan los desvíos que proponen las poéticas de J. L Ortiz y Madariaga respecto de los relatos de fundación del s. XIX. Para realizarlo se convocan, principalmente, las propuestas teóricas de Derrida, Virno y F. Rodríguez.Abstract in English:
Abstract This work seeks to investigate the ways in which a territory is invented under the figuration of a country. In this sense, we explore the procedures that Sarmiento deploys in his invention of the Argentine Paraná Delta and the deviations proposed by the poetics of J. L Ortiz and Madariaga with respect to the founding stories of the s. XIX. In order to carry it out, the theoretical proposals of Derrida, Virno and F. Rodríguez are summoned.Abstract in Portuguese:
Resumo Nas histórias literárias do Ocidente, a ideia de natureza foi vinculada ao problema do pertencimento. As questões relativas ao espaço originário se desdobram em outras demandas para a crítica literária. Em gestos que tentam encenar questões do pertencimento-não pertencimento ao espaço, os trabalhos de Josely Vianna Baptista e Lucrecia Martel estabelecem “lugares” para “situar” as relações entre voz e linguagem/ natureza e escrita. Seus efeitos são esvaziados de finalidade e, com isso, deixam ver uma segunda natureza dependente de um novo tipo de copertencimento dado por novas relações ontológicas derivadas de outros usos do ato de nomear. O objetivo deste estudo é analisar os modos pelos quais essa disposição se materializa no poema-vídeo Nada está fora do lugar de Josely V. Baptista e no longa-metragem Zama de Lucrecia Martel.Abstract in Spanish:
Resumen En las historias literarias de Occidente, la idea de naturaleza fue vinculada al problema de la pertenencia. Las cuestiones relacionadas con el espacio original se despliegan en otras demandas para la crítica literaria. En gestos que intentan representar cuestiones de pertenencia-no pertenencia al espacio, las obras de Josely Vianna Baptista y Lucrecia Martel establecen “lugares” para “situar” las relaciones entre voz y lenguaje / naturaleza y escritura. Sus efectos carecen de finalidad y, con ello, dejan ver una segunda naturaleza dependiente de un nuevo tipo de copertenencia dado por nuevas relaciones ontológicas derivadas de otros usos del acto de nombrar. El objetivo de este estudio es analizar las formas en que esta disposición se materializa en el video poema Nada está fuera de lugar para Josely V. Baptista y en el largometraje Zama de Lucrecia Martel.Abstract in English:
Abstract In Western literary histories, the notion of nature was linked to the issue of belonging. Questions related to the original space unfold in other demands for literary criticism. In gestures that try to enact issues of belonging/not belonging to space, the works of Josely Vianna Baptista and Lucrecia Martel establish “places” to “situate” the relationships between voice and language / nature and writing. Their effects are devoid of purpose and thus they reveal a second nature that depends on a new type of co-registration, which is the result of new ontological relations derived from other uses of the act of naming. The aim of this study is to analyze the ways in which this disposition materializes in the video poem Nothing is out of place by Josely V. Baptista and in the feature film Zama by Lucrecia Martel.Abstract in Portuguese:
Resumo Este trabalho investiga as relações entre página, paisagem e voz, a partir das teorias de F. Lyotard, M. de Certeau e E. Glissant, fundamentalmente. A reflexão continua na linha original de estudo sobre um "materialismo fônico" e se propõe a estudar as “ficções fônicas” na escrita poética de Beatriz Vallejos e Juan Carlos Bustriazo Ortiz.Abstract in Spanish:
Resumen El presente trabajo indaga en las relaciones entre página, paisaje y voz desde las teorías de F. Lyotard, M. de Certeau y E. Glissant, fundamentalmente. La reflexión continúa en la línea original de estudio sobre un “materialismo fónico” y propone estudiar “ficciones fónicas” en la escritura poética de Beatriz Vallejos y Juan Carlos Bustriazo Ortiz.Abstract in English:
Abstract This work investigates the relationships between page, landscape and voice from the theories of F. Lyotard, M. de Certeau and E. Glissant, fundamentally. The reflection continues in the original line of study on a "phonic materialism" and proposes to study "phonic fictions" in the poetic writing of Beatriz Vallejos and Juan Carlos Bustriazo Ortiz.Abstract in Portuguese:
Resumo A presença de uma ideia generalizada sobre nossa evidente crise ecológica global suscitou, no campo das humanidades, uma série de reflexões críticas, criativas e empáticas pelas ações de denúncia ecológica, sustentabilidade e preservação do meio ambiente. Diante disso, consideramos que os escritos poéticos recentes de Raúl Zurita (Santiago, 1950) apresentam uma série de características e qualidades que podem estar relacionadas às representações da natureza e do meio ambiente como dimensões ecológicas. Partindo de uma série de abordagens teórico-críticas anteriores, pretendemos inicialmente mostrar o desenvolvimento de uma imaginação estética de relacionamento e crítica entre seres humanos e natureza, para depois ler a expressividade poética de Raúl Zurita como uma reflexão crítica sobre natureza e linguagem, relacionada a uma proposta conceitual de uma nova episteme urbano-ambiental (Heffes), focada no imaginário de denúncia ecológica, sustentabilidade e preservação.Abstract in Spanish:
Resumen La presencia de una idea generalizada sobre nuestra evidente crisis ecológica global, ha suscitado, en el campo de las humanidades, una serie de reflexiones críticas, creativas y empáticas para con las acciones de denuncia ecológica, sosteniblilidad y preservación del medioambiente. Ante aquello, consideramos que la escritura poética reciente de Raúl Zurita (Santiago, 1950), presenta una serie de rasgos y cualidades susceptibles de ser relacionadas con las representaciones de la naturaleza y el medioambiente en tanto dimensiones ecológicas. A partir de una serie de aproximaciones teórico-críticas precedentes, pretendemos evidenciar el desarrollo de una imaginación estética de relación y crítica entre el ser humano y la naturaleza, para luego leer la expresividad poética de Raúl Zurita en tanto reflexión crítica sobre la naturaleza y el lenguaje, afín a la proposición conceptual de una nueva episteme urbanoambiental (Heffes), centrada en los imaginarios de denuncia ecológica, sostenibilidad y preservación.Abstract in English:
Abstract The presence of a generalized idea about our global ecological crisis, has generated, a series of critical, creative and empathic reflections in the field of humanities for the actions of ecological denunciation, sustainability and preservation of the environment. Given this, we consider that the recent work of Raúl Zurita (Santiago, 1950), presents a series of features that can be related to the representations of nature and the environment as ecological dimensions. Based on a series of previous theoretical-critical approaches, we intend to show the development of an aesthetic imagination of relationship and criticism between human beings and nature, and then read the poetic expressiveness of Raúl Zurita as a critical reflection on nature and language, related to the conceptual proposal of a new urban environmental episteme (Heffes), focused on the imaginary of ecological denunciation, sustainability and preservation.Abstract in Portuguese:
Resumo: Com foco em diferentes modos de pensar o porvir e o fim, este trabalho analisa a mudança de escala em despedidas que ganharam forma em certa produção cultural recente. Partindo de poemas de Roberto Bolaño e do filme Melancholia de Lars von Trier, o artigo sugere que a atenção renovada à finitude e à mortalidade teve efeitos variados sobre a experiência temporal, levando a reações que vão da apreciação da lentidão à vontade de aceleração, incluindo a incitação à destruição. Há ainda, ao longo do trabalho, uma consideração da persistência de antagonismos de diferentes tipos no interior da experiência de antecipação da catástrofe, por mais que muitas representações culturais prefiram imaginar a ameaça como generalizada. Ao final, antes de terminar, revisita-se o problema do fim do poema.Abstract in Spanish:
Resumen: Centrándose en las diferentes maneras de pensar el futuro y el fin, este trabajo se centra en el cambio de escala en las despedidas que ganaron forma en la producción cultural reciente. A partir de poemas de Roberto Bolaño y de la película Melancolía de Lars von Trier, el texto sugiere que la atención renovada a la finitud y la mortalidad tiene efectos variados sobre la experiencia temporal, llevando a reacciones que van de la búsqueda de un aprendizaje de la lentitud hasta el deseo de aceleración del tiempo, incluyendo la incitación a la destrucción. A lo largo del trabajo, también se aprecia la persistencia de antagonismos de diferentes tipos dentro de la experiencia de anticipación de la catástrofe, aunque representaciones culturales prefieran destacar las generalidades de esa amenaza. Al final, antes de terminar, se regresa a la pregunta sobre el fin del poema.Abstract in English:
Abstract: Focusing on different ways of thinking about the future and the end, this paper examines changes in the scale of the farewells taking shape in recent cultural productions. In readings of poems by Roberto Bolaño and the film Melancholia by Lars von Trier, this article suggests that renewed attention to finitude and mortality has had varied effects on temporal experience, with reactions ranging from the pursuit of slowness to the desire for the acceleration of time, including the instigation of destruction. The paper also reflects on the persistence of antagonisms of different sorts within the experience of the anticipation of catastrophe, even as cultural representations tend to stress the generality of the threat. Finally, the paper revisits the question about the problem of the end of the poem.Abstract in Portuguese:
Resumo O presente trabalho propõe pensar a agência política da literatura ameríndia diante de uma guerra entre concepções de mundo, terra, ser e pessoa, uma guerra entre a “economia do cuidado” - que sabe que existir é sempre co-existir com pessoas de diferentes espécies e matérias - e o solipsismo do “povo da mercadoria”. Busca-se debater de que forma a resistência indígena e a luta pela terra são imanentes à poética dos povos originários. A literatura como forma de tensionar os limites de nossa ontologia, colocar nosso etnocentrismo e antropocentrismo em questão, abrir nosso mundo tão fechado em si mesmo para outros mundos.Abstract in Spanish:
Resumen El presente trabajo propone pensar en la agencia política de la literatura amerindia frente a una guerra entre concepciones de mundo, tierra, ser y persona, una guerra entre la "economía del cuidado" (que sabe que existir es siempre coexistir con personas de diferentes especies y materiales) y el solipsismo del "pueblo de la mercancía". Busca debatir cómo la resistencia indígena y la lucha por la tierra son inmanentes en su poética. La literatura como forma de tensionar los límites de nuestra ontología, de poner en duda nuestro etnocentrismo y antropocentrismo, de abrir nuestro mundo tan cerrado en sí mismo a otros mundos.Abstract in English:
Abstract The present work proposes thinking on the political agency of indigenous literature in the face of a war between different conceptions of world, land, being, people, humanity, a war between an “economy of care” (which presupposes that to exist is to always co-exist with people of different kinds of species and materials) and the solipsism of “commodity people”. The aim is to understand how indigenous resistance and the struggle for land are immanent to indigenous people’s poetics. Literature is seen as a way to stretch the limits of our ontology, to put our ethnocentrism and anthropocentrism into question, to open our world (so closed in on itself) to other worlds.Abstract in Portuguese:
Resumo Os fenômenos de criação e destruição da terra fazem parte da complexa cosmologia Guarani, que foi registrada no livro As lendas da criação e destruição do mundo como fundamentos da religião dos Apapocúva-Guarani, do etnólogo Curt Nimuendaju. Essa visão cataclísmica do mundo leva-os a crer que a terra que hoje conhecemos poderia ser novamente destruída. Em contrapartida, existiria a Yvy marã’ey, uma terra indestrutível, cuja localização é desconhecida, o que em parte explicaria o comportamento migratório dos Guarani. Traduzido como “Terra sem mal”, o termo Yvy marã’ey parece apontar para um caráter utópico e messiânico, tema que será retomado por vários poetas contemporâneos, tais como Sophia de Mello Breyner, Josely Vianna Baptista e Waldo Motta. Este artigo pretende discutir em que medida, ao encenarem um diálogo com a cultura indígena, esses poetas elaboram também uma crítica do presente.Abstract in French:
Résumé Les phénomènes de creation et de destruction de la terre font partie de la complexe cosmologie guaranie, qui a été enrigestrée dans le livre As lendas da criação e destruição do mundo como fundamentos da religião dos Apapocúva-Guarani, par l’ethnologue Curt Nimuendaju. Cette vision cataclysmique du monde les amène à croire que la terre que nous connaissons aujourd’hui pourrait être à nouveau détruite. En revanche, il y aurait Yvy marã’ey, une terre indestructible, dont la localization est inconnue, ce qui expliquerait en partie le comportement migratoire des Guarani. Traduit par “La Terre san mal”, le terme Yvy marã’ey semble être marqué d’un trait utopique et messianique, theme qui sera repris par plusiers poètes contemporains, comme Sophia de Mello Breyner, Josely Vianna Baptista et Waldo Motta. Cet article vise à discuter dans quelle mesure, lors de la mise en scène d’un dialogue avec la culture indigene, ces poètes en élaborent une critique du present.Abstract in English:
Abstract The phenomena of creation and destruction of the land are part of the complex Guarani cosmology, as recorded in As lendas da criação e destruição do mundo como fundamentos da religião dos Apapocúva-Guarani by the ethnologist Curt Nimuendaju. This cataclysmic view of the world led them to believe that the Earth we know today could once again be destroyed. Instead, there would be the Yvy marã'ey, an indestructible land whose location is unknown, which in part could explain the migratory behaviour of the Guarani. The term Yvy marã’ey, translated as “Land without evil”, seems to point to a utopian and messianic character, a theme that will be taken up by several contemporary poets, such as Sophia de Mello Breyner, Josely Vianna Baptista, and Waldo Motta. This article aims to discuss to what extent these poets also elaborate a critique of the present by staging a dialogue with indigenous cultures.Abstract in Portuguese:
Resumo O artigo desenvolve uma discussão, a partir da leitura do poema “De volta ao sol” (2019) de Edimilson de Almeida Pereira, sobre os modos como a poesia brasileira contemporânea tem se inserido no contexto das reivindicações e problematizações em que se fundam iniciativas de descolonização epistemológica e estética na América Latina e Caribe. Tendo em vista a contribuição de estudos da antropologia e da história, bem como reflexões sobre poesia e arte, buscou-se verificar como, no poema, são acessadas e tratadas questões decorrentes da situação representada pelos mantos Tupinambá dos séculos XVI e XVII em acervos de museus europeus. Considerados os efeitos da divisão natureza e cultura, bem como seus desdobramentos, no silenciamento de existências, na apropriação de objetos, seres e povos, compreende-se que o exercício criativo da linguagem, dotado de qualidade política, pode desempenhar papel importante na desnaturalização de concepções, na afirmação da diversidade e na disputa pela memória.Abstract in Spanish:
Resumen Este artículo propone una discusión, a partir de la lectura del poema “De volta ao sol” (2019) de Edimilson de Almeida Pereira, sobre los modos como la poesía brasileña contemporánea se ha insertado en el contexto de las reivindicaciones y problematizaciones en las que se basan las iniciativas de la descolonización epistemológica y estética en América Latina y el Caribe. Partiendo del aporte de estudios de antropología y de historia, así como de reflexiones sobre poesía y arte, se buscó verificar cómo, en el poema, se accede y se tratan cuestiones referidas a la situación representada en los mantos Tupinambá de los siglos XVI y XVII en las colecciones de los museos europeos. Considerando los efectos de la división naturaleza y cultura, así como sus consecuencias, en el silenciamiento de existencias, en la apropiación de objetos, seres y pueblos, se entiende que el ejercicio creativo del lenguaje, en su carácter político, puede jugar un papel importante en la desnaturalización de concepciones, en la afirmación de la diversidad y en la disputa por la memoria.Abstract in English:
Abstract This paper aims to foster a discussion, based on the reading of the poem “De volta ao sol” by Edimilson de Almeida Pereira, about the ways in which Brazilian contemporary poetry has been included in the context of revindications and problematizations on which epistemological and aesthetic decolonizing initiatives in Latin America and the Caribbean are based. Based on research findings in the fields of anthropology and history, as well as on poetry and art, we aim to verify how the poem deals with issues originating from the situations represented by the Tupinamba’s feathered capes from the 17th and 18th centuries currently exhibited in European museums. Considering the effects of the division between nature and culture, as well as its consequences in the silencing of existences, in the appropriation of objects, beings and peoples, we understand that the creative exercise of language, with its political role, can play an important part in denaturalizing conceptions, affirming diversity and fighting to reclaim memory.Abstract in Portuguese:
Resumo O trabalho vai se ater ao primeiro livro de Evando Nascimento, retrato desnatural (diários - 2004 a 2007), de 2008, lançado pela editora Record e caracterizado por Leila Perrone-Moisés como uma das obras da “literatura exigente” brasileira contemporânea. O artigo pretende analisar as diferentes séries de fragmentos dos quais o livro é feito e para os quais cada capítulo estipula uma regra variável. Nelas, a composição do todo apresenta uma condução singularíssima de partes e seções, especialmente na configuração epigráfica, na economia citacional, na titulação e no farto jogo com grafismos subvertendo convenções da escrita. Há uma densa reconfiguração do meio de exposição de um autorretrato diarístico no qual se mobilizam questões de espacialidade textual e ambiental e no qual se propaga, por conseguinte, a indecidibilidade entre textualidade e paisagem, humano e inumano, materialidade e imaterialidade, lucidez e delírio. Em suma, trata-se de uma ostensiva operação de desnaturalização do eu e do mundo.Abstract in Spanish:
Resumen El trabajo se atiene al primer libro de Evando Nascimento retrato desnatural (diários - 2004 a 2007), de 2008, lanzado por la editora Record y caracterizado por Leila Perrone-Moisés como una de las obras de la “literatura exigente” brasileña contemporánea. Este artículo pretende analizar las diferentes series de fragmentos que componen el libro y para los cuáles cada capítulo estipula una regla variable. En ellas, la composición del todo presenta una conducción muy singular de partes y secciones, especialmente en la configuración epigráfica, en la economía citacional, en la titulación y en el basto juego con grafismos subvirtiendo convenciones da escrita. Hay una densa reconfiguración del medio de exposición de un auto-retrato diarístico en el que se movilizan cuestiones de espacialidad textual y ambiental, y en el que se propaga, por consiguiente, la indecibilidad entre textualidad y paisaje, humano e inhumano, materialidad e inmaterialidad, lucidez y delirio. En suma, se trata de una ostensiva operación de desnaturalización del yo y del mundo.Abstract in English:
Abstract This paper will focus on Evando Nascimento’s first book, retrato desnatural (diários - 2004 a 2007), published by Record in 2008 and characterized by Leila Perrone-Moisés as part of contemporary Brazilian “challenging literature”. The paper aims to analyze the various series of fragments comprising the book, and for which each chapter stipulates a variable rule. Within these fragments, the composition of the whole is achieved through a remarkably unique weaving of parts and sections, particularly in the epigraphic configurations, the sparce citations, the titling, and in the extensive play with graphisms that subvert typical writing conventions. There is a dense reconfiguration of the medium for exposing a diaristic self-portrayal that raises the issues of textual and environmental spatiality, and that propagates the undecidability between textuality and scenery, human and inhumane, the material and immaterial, lucidity and delirium. In essence, it is an overt operation of the de-naturalization of the “self” and the world.Abstract in Portuguese:
Resumo Este artigo tem como objetivo investigar as relações entre arte, poesia, terra, paisagem e território a partir das peças visuais da artista, poeta e professora Mercedes Resch, moradora de Cura Malal, uma cidade rural da província de Buenos Aires, Argentina, forte testemunho geográfico e histórico do longo processo de modernização nacional que, desde o início do século XX até o seu atual presente neoliberal, expôs as terras daquele lugar a uma violenta campanha de desertificação patriarcal. O trabalho de Mercedes Resch nos permitirá enxergar, ao contrário, uma paisagem cheia de formas de vida latentes que resistem permanentemente à ameaça histórica da grande seca.Abstract in Spanish:
Resumen Este artículo se propone indagar las relaciones entre arte, poesía, tierra, paisaje y territorio a partir de las piezas visuales de la artista, poeta y docente Mercedes Resch, habitante de Cura Malal, un pueblo rural de la provincia de Buenos Aires, Argentina, firme testigo geográfico e histórico del largo proceso de modernización nacional que, desde comienzos del siglo XX hasta su actual presente neoliberal, ha expuesto a la tierra de ese lugar a una violenta campaña patriarcal de desertificación. La obra de Mercedes Resch nos permitirá recorrer, por el contrario, un paisaje repleto de formas de vida latente que resisten permanentemente a la amenaza histórica de la gran sequía.Abstract in English:
Abstract This article aims to investigate about the relationships between art, poetry, land, landscape and territory from the visual pieces of the artist, poet and teacher Mercedes Resch, a resident of Cura Malal, a rural town in the province of Buenos Aires, Argentina, a solid geographical and historical witness to the long process of national modernization that, from the beginning of the 20th century to its current neoliberal present, has exposed the land of that place to a violent patriarchal desertification campaign. The work of Mercedes Resch will allow us to explore, on the contrary, a landscape full of latent life forms that permanently resist the historical threat of the great drought.Abstract in Portuguese:
Resumo Quando Silviano Santiago publica seu ensaio sobre a discursividade latino-americana na década de 1970, a conjuntura teórica e política está marcada por uma crítica do estruturalismo e pela formação de um bloco histórico que, na década seguinte, participaria do processo constituinte: início de um ciclo. A intenção deste artigo é repensar tal discursividade tendo em vista que a conjuntura de 2020 atualiza alguns daqueles debates vinculados à dependência geoeconômica. Passando pelo arquivo recente da Casa de Rui Barbosa e por poemas de Marília Garcia, Ana Estaregui e Priscilla Menezes, proponho interrogar uma relação entre modos de ler o arquivo e a terra, ou entre as pedagogias de leitura e as práticas extrativas. Nas trilhas dos debates de Santiago, lidas com Josefina Ludmer, podemos posicionar a emergência de um conceito ampliado de extração que permite pensar algumas variações no discurso latino-americano.Abstract in Spanish:
Resumen Cuando Silviano Santiago publica su ensayo sobre la discursividad latinoamericana en la década de 1970, la coyuntura teórica estaba marcada por una crítica política al estructuralismo y por la formación de un bloque histórico que, en la década siguiente, participa en el proceso constituyente: inicio de un ciclo. El intento de este artículo es repensar esa articulación de la discursividad, considerando que la coyuntura del 2020 actualiza algunos debates de aquel momento, alrededor de la dependencia geoeconómica. Con los archivos recientes de la Casa de Rui Barbosa y algunos poemas de Marília García, Ana Estaregui y Priscilla Menezes, propongo interrogar una relación entre modos de leer el archivo y la tierra, o entre las pedagogías de lectura y las prácticas extractivas. En los restos de los debates de Santiago, leídos con Josefina Ludmer, podemos posicionar el surgimiento de un concepto ampliado de extracción que nos permite pensar algunas variaciones en el discurso latinoamericano.Abstract in English:
Abstract When Silviano Santiago published his essay on Latin American discourse in the 1970s, the theoretical and political conjuncture was characterised by a critique of structuralism and the formation of a historical block that, in the following decade, would participate in the Brazilian constituent process: the start of a cycle. This article aims to rethink this discursivity taking into account that the context in 2020 is bringing back some of these old debates about geoeconomics dependencies. Along with the recent archives of the Casa de Rui Barbosa and some poems by Marília Garcia, Ana Estaregui and Priscilla Menezes, I seek to investigate a relation between the ways of reading archive and land, or between pedagogies and extractive practices. Following on from Silviano Santiago’s debates, read with Josefina Ludmer, we may position the emergence of an expanded concept of extraction that allows us to think about some variations in Latin American discourse.Abstract in Portuguese:
Resumo Nosso trabalho se propõe a uma retomada e crítica do conceito de pós-autonomia, de Josefina Ludmer, como operador de leitura para a produção poética brasileira contemporânea. Num primeiro momento, o objetivo será ressituar as polêmicas a respeito da pós-autonomia a partir de uma dialética benjaminiana entre a ilusão e o jogo. Em seguida, nos focaremos em uma deriva do ultrapassamento da autonomia por meio de sua reformulação enquanto uma autonomia contingente.Abstract in Spanish:
Resumen Nuestro trabajo retoma y critica el concepto de posautonomía de Josefina Ludmer, entendiéndolo como un operador de lectura para la producción poética brasileña contemporánea. En un primer momento, el objetivo será resituar las polémicas sobre la posautonomía a partir de la dialéctica benjaminiana entre ilusión y juego. Posteriormente, nos centraremos en una suerte de superación de la autonomía, a través de una reformulación de una autonomía contingente.Abstract in English:
Abstract The main aim of this article is to reframe Josefina Ludmer’s concept of post-autonomy as a privileged benchmark for reading Brazilian contemporary poetry. In the first instance, this research will reconsider the controversy about post-autonomy through a recovery of Walter Benjamin’s dialectic of semblance and play. Finally, this paper will focus on a derivative aesthetic autonomy, through its reformulation as a contingent autonomy.Abstract in Portuguese:
Resumo Com base na leitura da narrativa “L’idylle”, do escritor francês Maurice Blanchot, este artigo analisa a figura do estrangeiro e as cinco principais características que o definem como aquele ser que vem de fora: a tragicidade de seu destino, a hospitalidade que evoca, a desordem que realiza, o suplício que incita e a morte que finaliza a sua trajetória.Abstract in Spanish:
Resumen Con base en la lectura de la narrativa “L’idylle”, del escritor francés Maurice Blanchot, este artículo analiza la figura del extranjero y las cinco principales características que lo definen como aquel ser que viene de fuera: la tragicidad de su destino, la hospitalidad que evoca, el desorden que realiza, el suplicio que incita y la muerte que finaliza su trayectoria.Abstract in English:
Abstract Based on the reading of “L’idylle”, a work by the French writer Maurice Blanchot, this article analyzes the figure of the foreigner and the five main traits that define it as one who comes from outside: the tragicness of its destiny, the hospitality it evokes, the mayhem it causes, the torment it incites and the death that puts an end to its journey.Abstract in Portuguese:
Resumo Este texto, escrito ao modo de cenas de leitura, aborda narrativas que problematizam a questão do começo. O foco analítico está no caráter aporético que articula o começo (da vida, da experiência, do sentido) com a linguagem. Trata-se de um problema temporal, por certo, mas igualmente ontológico e, afinal, político. O que emerge da leitura crítica dessas cenas literárias inaugurais é o fundamento ausente que nos constitui, individual e coletivamente.Abstract in Spanish:
Resumen Este texto, escrito a modo de escenas de lectura, aborda narrativas que problematizan la cuestión del comienzo. El análisis se centra en el carácter aporético que articula el principio (de la vida, la experiencia, del sentido) con el lenguaje. Es un problema temporal, sin duda, pero también ontológico y, después de todo, político. Lo que emerge de la lectura crítica de estas escenas literarias inaugurales es el fundamento ausente que nos constituye, individual y colectivamente.Abstract in English:
Abstract This text, written in the manner of reading scenes, approaches narratives that problematize the question of the beginning. The analytical focus is on the aporetic character that articulates the beginning (of life, of experience, of meaning) with language. It is a temporal problem, of course, but also an ontological and, ultimately, a political one. What emerges from the critical reading of these inaugural literary scenes is the absent foundation that constitutes us, both individually and collectively.Abstract in Portuguese:
Resumo Depois de traduzir o Livro do frio (Valer, 2019), o primeiro livro de Antonio Gamoneda que foi publicado no Brasil, desejo apresentar ao leitor brasileiro um conjunto de poemas do mesmo autor, mas com um tema radicalmente diferente. Em concreto, são 16 textos de Cecilia, livro composto por 30 poemas e publicado originalmente em 2004.Abstract in Spanish:
Resumen Después de traducir el Libro del frío (Valer, 2019), el primer libro de Antonio Gamoneda que se publicó en Brasil, deseo presentarle al lector brasileño un conjunto de poemas del mismo autor, aunque con una temática radicalmente distinta. En concreto, son dieciséis textos de Cecilia, libro compuesto por treinta poemas y publicado originalmente en 2004.Abstract in English:
Abstract After translating Libro del frío (Valer, 2019), the first book by Antonio Gamoneda that was published in Brazil, I now would like to introduce the Brazilian readers to a set of poems written by the same author, although with a radically different theme. Specifically, they are sixteen poems from Cecilia, a book composed of thirty poems that was originally published in 2004.